Solidariedade

Hemomar faz cadastro de doadores de medula óssea

Transplante pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias; a falta de doador compatível dificulta a realização do procedimento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

SÃO LUÍS - Doar medula óssea é muito simples e pode ajudar a salvar uma vida, mas achar um doador compatível é difícil. Por isso a importância de aumentar as doações e, quanto mais pessoas se colocarem à disposição, mais fácil fica e fazer isso é tranquilo. Em São Luís, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar) faz o cadastramento de doadores voluntários de medula no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias. O fator que mais dificulta a realização do procedimento é a falta de doador compatível, já que as chances de o paciente encontrar um doador compatível são de 1 em cada 100 mil pessoas, em média. “A maior possibilidade de compatibilidade é entre familiares. Quando um paciente precisa de doações, a família é a primeira a ser testada”, informa Maria do Socorro Ferreira de Oliveira, coordenadora do Setor de Captação de Doadores do Hemomar.

O doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras – para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis, por isso, a importância dos doadores voluntários.

Estes doadores alternativos são buscados no Redome. Para ser um doador voluntário, é preciso se cadastrar nos hemocentros de sua cidade. No caso de São Luís, o cadastro é feito no Hemomar. “O interessado tem que procurar o Serviço Social do Hemomar. Ele vai preencher um formulário com dados pessoais e endereço. Depois, serão coletados 10 ml de sangue para o exame de HLA, que vai mapear as características genética da pessoa. Após isso, ele será incluído no Redome”, explica Maria do Socorro Ferreira de Oliveira.

Doadora
Doadora de sangue, Rosely Vieira é cadastrada no Redome há vários anos. Segundo ela, ser doadora de medula é uma oportunidade de salvar vidas. “Eu já doava sangue há muito tempo.
Então, decidi me cadastrar também para ser doadora de medula óssea. Desde o cadastro, eu nunca doei, mas quando tiver esta oportunidade farei com muita alegria, pois hoje a gente está doando, mas amanhã pode estar precisando de doação”, comenta.

O processo de busca do doador é simples e totalmente informatizado. O médico responsável inscreve as informações do paciente necessitado do transplante, incluindo o resultado do exame de histocompatibilidade (HLA), no sistema do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme). Após aprovação da inscrição do paciente, a busca é iniciada imediatamente. “A busca por doadores é feita por meio de um cruzamento do Redome com o Rereme. Se um doador é identificado, ele é convocado para fazer novos exames que confirmem a compatibilidade e após todo esse processo o transplante é feito”, informa Maria do Socorro Ferreira de Oliveira.

Doação
A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções. O procedimento leva em torno de 90 minutos. A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias. Nos primeiros três dias após a doação, pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.
Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.

Há outro método de doação, chamado coleta por aférese. Nesse caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

“A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos e será avaliada em cada caso”, frisa Maria do Socorro Ferreira de Oliveira. Ainda segundo a coordenadora do Setor de Captação de Doadores do Hemomar, o doador não fica com qualquer tipo de sequela decorrente da doação.

SAIBA MAIS

O que é medula óssea?
Constituída por tecido líquido-gelatinoso e encontrada no interior dos ossos, a medula óssea produz os componentes do sangue, incluindo as hemácias ou células vermelhas, responsáveis pelo transporte do oxigênio na circulação, os leucócitos ou células brancas, agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, e as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue. O transplante de medula óssea beneficia pacientes com produção anormal de células sanguíneas, geralmente causada por algum tipo de câncer no sangue como leucemias e linfomas, além de portadores de aplasia medular, entre outras doenças.

Para se tornar um doador é preciso:
Ter entre 18 e 55 anos de idade;
Estar em bom estado geral de saúde;
Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue.

Onde se cadastrar?
No Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão, Rua 5 de janeiro, s/n, no bairro Jordoa. Horários: segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Aos sábados somente das 8h às 12h. Mais informações: Disque sangue- 3216-1134.

Redome
O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) foi criado em 1993, em São Paulo, para reunir informações de pessoas dispostas a doar medula óssea para quem precisa de transplante. Desde 1998, é coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), no Rio de Janeiro. Com mais de 4 milhões de doadores cadastrados, o Redome é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo e pertence ao Ministério da Saúde, sendo o maior banco com financiamento exclusivamente público.

Assista o vídeo:

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