Reivindicação

Associações militares querem diálogo com o governo estadual

Representantes de entidadess que representam militares, suas esposas e familiares se reuniram ontem para discutir pauta de reivindicações a ser encaminhada para o governador Flávio Dino; eles estão insatisfeitos com a falta de diálogo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Wellington do Curso conversa com esposas de policiais militares para saber as suas reivindicações
Wellington do Curso conversa com esposas de policiais militares para saber as suas reivindicações (Esposas de militares)

Insatisfeitos com a falta de diálogo do Governo do Estado, representantes de associações de militares da capital e interior e a Associação das Esposas, Familiares e Amigos dos Policiais e Bombeiros do Maranhão aproveitaram o domingo para formalizar documento a ser encaminhado ao governador Flávio Dino. A reunião, realizada na Associação dos Inativos e Pensionistas da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão, no bairro Angelim, destacou seis itens principais de reivindicação.

Segundo a presidente da Associação das Esposas, Familiares e Amigos dos Policiais e Bombeiros do Maranhão, Josilene Medeiros, a reabertura do diálogo com o governo e a reestruturação da comissão especial para tratar de assuntos pertinentes à categoria foram os principais itens da pauta. No entanto, os militares se mostram insatisfeitos também em relação a outros pontos, como o descumprimento do Termo de Compromisso, datado de 2015, e o não reajuste salarial com base nos índices inflacionários de 2015 a 2017.

“Reivindicamos ainda a estruturação e condições de trabalho na capital e no interior, mudança nos critérios de promoção por merecimento e isonomia do vale-alimentação com a Polícia Civil”, informou Josilene Medeiros.

A presidente enfatizou que o acordo, mais precisamente assinado em 30 de abril de 2015 pelo atual governo com os militares, foi descumprindo em sua quase totalidade. Dos oito itens assinados por secretários de Estado, somente um está sendo cumprido, de fato. O primeiro item falava da reabertura de uma Comissão própria para os membros do governo e dos representantes dos policiais militares e bombeiros. O objetivo era tratar do reajuste do escalonamento vertical, verificando a viabilidade fiscal e financeira para antecipar, no mês de dezembro de 2015 ou fevereiro de 2016, os índices escalonados. A ideia era antecipar os valores de 2016. A antecipação dos valores de 2016 não aconteceu e a Comissão de negociação perdeu sua validade.

Outro ponto negociado pelas lideranças são as diárias e horas-extras, que seriam convertidas em valores reais e incluídas nos subsídios dos militares (ou seja, as verbas pagas com diárias e horas extras seriam transformadas em pagamentos no subsidio), o que não passou do papel. Com relação ao item “Carreira única para praças”, havia sido prometido o que poderia ter sido uma das maiores conquistas históricas dos “praças” da Polícia Militar e Bombeiros, mas isto também ficou no papel. A proposta deveria estar na Lei de Organização Básica da Polícia Militar, mas até agora não foi enviada para a Assembléia Legislativa em forma de projeto.

“Havia sido negociada também a transformação do auxílio-alimentação para ticket-alimentação e nada foi feito. Outra conquista importantíssima seria um plano especifico de habitação para os policiais militares e bombeiros. A proposta faria com que vários militares saíssem das zonas de riscos e tivessem um pouco mais de dignidade. Pena que o plano habitacional também não vingou”, frisou o sargento Ebenilson Carvalho, acrescentando que outros itens da reivindicação são o adicional noturno e o adicional de risco de vida, além da carga-horária e da revisão dos índices de 2017 e 2018.

Os policiais da capital e de vários municípios reclamam que o Governo do Estado se mostra indiferente aos seus anseios e não recebe seus representantes. Em algumas cidades, são péssimas as condições de trabalho e infraestrutura. Se não bastasse, há escassez de viaturas e até de combustível. Além disso, eles relataram perseguições a lideranças. Conforme o presidente da Associação dos Policiais Militares de Bacabal, Diego Paixão, o governador Flávio Dino não está cumprindo suas promessas de campanha e não dialoga com a categoria. “São dois anos de perseguição, fato que não se vivenciou nos últimos governos antes do atual”, disse Diego Paixão.

Da reunião participou também o deputado Wellington do Curso, ex-sargento do Exército, corporação para a qual trabalhou por 15 anos. Especialista em segurança pública e inteligência, o deputado mostrou-se sensível à causa dos policiais militares. “Tenho um olhar voltado para a segurança em duas vertentes: a segurança da população e as garantias dos agentes. É meu dever levar essas reivindicações dos militares e de suas famílias para a Assembleia Legislativa. A profissão de militar é delicada. O governo precisa garantir sua qualidade de vida e os benefícios para sua motivação”, disse o deputado.

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