Operação Eficiência

PF espera que Eike se apresente hoje com advogados

Promessa teria sido feita por escrito pela defesa do empresário, que é considerado foragido desde a semana passada, quando foi decretada a sua prisão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h41
Eike Batista pode se entregar hoje à PF
Eike Batista pode se entregar hoje à PF (eike)

Os advogados de Eike Batista informaram a autoridades que o empresário irá se entregar hoje, de acordo com fonte próxima às discussões. A promessa teria sido feita por escrito, mas ainda há dúvidas quanto ao cumprimento.

Eike teve a prisão decretada na última quinta-feira (26), na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato que apura esquema usado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) e outros investigados para ocultar mais de US$ 100 milhões remetidos ao exterior. Desse valor, repassado em ações da Vale, da Petrobras e da Ambev, apenas 10% já foi recuperado pelo Ministério Público Federal.

Também com cidadania alemã, o empresário está foragido desde quinta-feira. Segundo seus advogados, ele está no exterior, enquanto dados da Polícia Federal apontam que ele embarcou em um voo para Nova York utilizando seu passaporte alemão. Caso seja encontrado em território germânico, sua extradição será definida pela Justiça do país.

Além disso, se o empresário decidir se entregar à polícia, ainda não está definido o tipo de unidade prisional para qual será encaminhado, pois há imprecisões sobre a sua formação educacional. Em livro publicado em 2011, o ex-bilionário diz que interrompeu a faculdade de Engenharia na Alemanha "ainda na metade" do curso. Já o prospecto da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da petroleira que fundou, a OGX, traz a informação que ele era "bacharel em Engenharia Metalúrgica pela Universidade de Aachen, Alemanha".

Se ele não comprovar que possui ensino superior, terá que aguardar julgamento em uma cela comum. Detentos com diploma são encaminhados para unidades restritas aos que têm ensino superior

Os advogados de Eike e a Polícia Federal (PF) foram procurados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mas não retornaram as ligações da reportagem.

Queda

De homem mais rico do Brasil e sétimo mais rico do mundo, Eike Batista viu seu império ruir e se tornou, além de réu e procurado pela Justiça, um homem de poucos negócios. Precisou se desfazer de suas principais apostas e, de controlador, passou a um acionista minoritário das empresas "X". Os novos donos retiraram a simbólica letra dos nomes das empresas. Afundado em dívidas e prejuízos, chegou a declarar, em 2015, que seu patrimônio pessoal era negativo. Hoje tenta voltar ao mundo dos negócios com novas empresas, como uma fabricante de pasta de dente.

Filho do ex-presidente da Vale, Eliezer Batista, Eike começou sua carreira como vendedor de seguros porta a porta na Alemanha. Ele teria largado a faculdade de engenharia e a vida fora do Brasil para explorar ouro na região Amazônica. Foi só o primeiro de uma série de negócios ambiciosos que não passaram de promessas.

Eike fez sua fortuna convencendo investidores a colocar dinheiro nas suas ideias. Ficou bilionário lançando ações de companhias pré-operacionais, ou seja, que não produziam nada, na bolsa de valores, como a petroleira OGX e as mineradoras MMX e CCX.

Sua derrocada começou em 2012, quando sua petroleira teve de admitir aos investidores que sua produção era aquém do estimado. A partir de então, Eike e suas empresas entraram em uma crise de confiança e as portas de bancos e investidores se fecharam.

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