Doença

Campanha vai incentivar o diagnóstico precoce da Aids

Iniciativa da Confederação Nacional dos Bispos, em parceria com o Ministério da Saúde, foi anunciada ontem e tem por objetivo disseminar informações sobre a doença, as formas de prevenção e tratamento; mais de 11 mil paróquias no país estarão envolvidas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Teste rápido de HIV/Aids faz parte das medidas da campanha de incentivo ao diagnóstico precoce da doença
Teste rápido de HIV/Aids faz parte das medidas da campanha de incentivo ao diagnóstico precoce da doença (Teste rápido de HIV/Aids faz parte das medidas da campanha de incentivo ao diagnóstico precoce da doença)

Brasília - Em parceria com o Ministério da Saúde, a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) lançou ontem a campanha “Nós podemos construir um futuro sem aids”. O objetivo é disseminar informações sobre a doença, as formas de prevenção e tratamento, além de incentivar o diagnóstico precoce do HIVI/aids. Mais de 11 mil paróquias, por intermédio de 150 dioceses, levarão a campanha para todo o país. A campanha terá início amanhã, 1º de dezembro – Dia Mundial da Luta contra a Aids.

O intuito da campanha é fazer com que as pessoas comecem o tratamento assim que descobrirem que são soropositivas. A expectativa é alcançar uma das metas estabelecidas pelo Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) de, até 2030, reduzir o número de novas infecções a níveis não epidêmicos, cumprindo a meta 90-90-90: que 90% dos portadores do HIV tenham o diagnóstico, que 90% das pessoas diagnosticadas sejam tratadas imediatamente, e que 90% dos pacientes tratadas tenham carga viral indetectável e não possam mais transmitir o vírus.

Contaminação

Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o país tem cerca de 800 mil pessoas com o HIV. Dessas, 400 mil não estão em tratamento e 80 mil não estão cientes que são portadoras do vírus. Barros alertou para a importância da campanha realizada pela CNBB. “Milhares de voluntários vão abordar as pessoas, motivar para fazer o teste e depois dar o acolhimento para aqueles que tiverem o resultado positivo. O teste é gratuito pelo SUS e é eficaz. É muito importante que as pessoas se disponham a fazer o teste até para poderem receber o mais rápido possível o tratamento e terem saúde e vida normal mesmo convivendo com o vírus HIV”, disse Barros.

“São 11 mil paróquias e milhares de voluntários motivando a testagem, dando acolhimento aos que tiverem teste positivo. É importante ressaltar que o tratamento é gratuito no SUS e que as pessoas devem iniciar esse tratamento o mais rápido possível para conviver melhor com o vírus”, afirmou o ministro.

A ação da Igreja Católica reforçará a importância de conhecer o diagnóstico do HIV precocemente, o que aumenta a qualidade de vida do soropositivo. “Insistimos na i6mportância da proteção e da testagem, já que infelizmente ainda existe uma parcela da população que não sabe que porta o vírus. Nós esperamos que, com essa ajuda da pastoral da Aids, possamos ampliar o número de testes realizados no País”, ressaltou Ricardo Barros.

O representante da Pastoral da Aids da CNBB, Frei José Bernardi, explica como funcionará a campanha e como é a ação da pastoral. “Temos uma rede de agentes que já estão envolvidos nos trabalhos da pastoral e são eles que vão atuar na difusão da campanha. Nós temos uma prática de escolher áreas mais vulneráveis, com dados epidemiológicos com maior incidência para visita domiciliar. Nossa expectativa é construir um futuro sem aids, ajudando a sociedade e as instituições que têm essa responsabilidade identificando as pessoas portadoras do vírus e fazendo o acompanhamento dessas pessoas”, disse.

Casos

A epidemia da doença no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes, o que representa cerca de 40 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de Aids no Brasil – em 1980 –, até junho de 2015, foram registrados 798.366 casos.

A epidemia tem se concentrado, principalmente, entre populações vulneráveis e os mais jovens. Em 2004, a taxa de detecção entre jovens - de 15 a 24 anos - era de 9,5 casos a cada 100 mil habitantes, o que equivale a cerca de 3,4 mil casos. Já em 2014, esse número foi de 4,6 mil casos, representando um taxa de detecção de 13,4 casos por 100 mil habitantes, um aumento de 41% na taxa de detecção nessa população.

Frase

“Temos uma rede de agentes que já estão envolvidos nos trabalhos da pastoral e são eles que vão atuar na difusão da campanha"

Frei José Bernardi

Representante da Pastoral da Aids da CNBB

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