Consumo

Natal deste ano ainda deve ser de vendas abaixo da expectativa

Pesquisa realizada pela Fecomércio em parceria com o Sebrae sobre a intenção de consumo em São Luís revela que muitos consumidores vão às compras no período natalino, mas o índice é menor do que no ano passado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
(Natal)

Levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio), em parceria com o Sebrae, indica que pelo menos sete em cada 10 consumidores ludovicenses estão dispostos a ir às compras em função do Natal. A pesquisa revelou que 72,7% dos consumidores pretendem comprar pelo menos um produto para presentear neste final ano. Apesar do índice expressivo, na comparação com o mesmo período do ano passado, os dados indicam uma retração 8,09% nas intenções de compras.
O presidente em exercício da Fecomércio, Marcelino Ramos Araújo, explica que o ano de 2016 começou sob forte impacto da crise econômica, sob as incertezas no cenário político federal, ameaça da inflação crescente e avanço dos níveis de desemprego da população. No entanto, após um longo processo de impeachment e a consolidação de novo governo do presidente Michel Temer, a economia começou a dar sinais de estabilização e retomada da confiança dos consumidores e empresários.
Com isso, vai chegando ao final do ano com índices econômicos em recuperação gradual, mas constantes, principalmente no que se refere ao controle da inflação e o nível de endividamento. Marcelino Araújo acredita que, embora se tenha uma possível queda do consumo na comparação anual, o Natal vai ser um importante estímulo para o comércio recuperar receitas reprimidas ao longo do ano.
“As festividades de fim de ano possuem um forte apelo emocional para as famílias, pois é um momento de confraternização e de troca de presentes. Apesar de 2016 ter sido um ano bastante difícil para os brasileiros, esse apelo emotivo da data é muito importante para motivar as vendas no comércio nesse período. Os números negativos estão recuando gradativamente e, com isso, já podemos prever que as vendas natalinas serão um trampolim para os comerciantes iniciarem 2017 com muito mais otimismo e novas perspectivas de investimentos”, analisa o presidente.

Produto
De acordo com a pesquisa, 18,8% dos entrevistados demonstraram interesse em comprar apenas um produto, enquanto 29,4% afirmaram que devem comprar até dois produtos, 22,7% até três, 9,2% quatro e 19,8% apresentaram a intenção de comprar cinco ou mais produtos.
A lista de produtos mais citados pelos consumidores para o Natal deste ano em São Luís é encabeçada por itens de vestuário com 60,7% de intenção de consumo e brinquedos, com 31,6%. Os dois tipos de produtos que lideram a preferência do consumidor registraram, respectivamente, reduções de -1,94% e -8,14% nas intenções de compra em relação ao ano passado.
Também aparecem nas escolhas dos consumidores neste ano os itens calçados/cintos/bolsas com 22,2%, perfumaria e cosméticos com 8,2%, livros com 3,7%, artigos de cama, mesa e banho com 3,4%, joias e relógios com 3,3%, celular/smartphone com 1,3% e aparelho de som e imagem (televisão, aparelho de DVD) com 1,2%. Outros produtos que também foram citados, mas não alcançaram 1% da preferência dos consumidores neste ano, foram viagem (0,7%), artigos esportivos (0,7%), chocolates/bombons (0,7%), cesta natalina (0,7%), videogame (0,5%), eletrodomésticos como fogão/geladeira/micro-ondas(0,5%), bebidas como vinho/champanhe/whisky (0,4,%), bicicleta (0,3%), patins/patinetes/skate (0,2%), CD's/DVD's (0,1%), tablet (0,1%). Outros produtos não especificados somaram 6,1%.
O consultor econômico da Fecomércio, Eduardo Campos, sugere que as compras este ano deverão se concentrar em artigos com valores mais baixos.

Consumidor deve optar pelo pagamento à vista

Segundo a pesquisa, a forma de pagamento preferida pelos consumidores para o Natal deste ano continua sendo a modalidade à vista, em dinheiro, que registrou 53,2% da indicação entre os entrevistados. Já 38,8% optaram pelo uso do cartão de crédito, 19,7% definiram que devem utilizar o cartão de débito e 0,9% carnês/crediário em lojas como modalidade de pagamento. Em relação ao ano passado, a preferência pelo pagamento à vista em dinheiro aumentou 22,6% e pelo cartão de débito avançou 2,1%, enquanto a tendência pelo uso do cartão de crédito reduziu -23,0%.
“Nesses dados identifica-se uma boa oportunidade para os lojistas captarem maiores recursos de entrada em seu caixa por vendas realizadas à vista, em dinheiro, durante as vendas do fim de ano, muito em face da percepção do cliente com relação aos juros praticados na modalidade do cartão de crédito que tradicionalmente se destaca como preferência em datas festivas do comércio”, pondera Eduardo Campos.
Quanto aos locais em que os consumidores pretendem comprar os presentes para o Natal, 44,5% apontam a preferência pelas lojas de shoppings, seguida pelas lojas do centro comercial (Rua Grande), com 40,1%; lojas de rua, bairro e galerias com 15,5%; supermercados/hipermercados com 7,0%; internet com 1,5%; catálogo com 0,8%; lojas de departamentos com 0,4%; e comércio informal no Centro/camelôs com 0,3% da preferência do consumidor.
Em relação ao ano passado, as lojas dos shoppings experimentaram uma retração de 25,1% nas intenções de compras, enquanto as lojas do centro comercial apresentaram uma elevação de 35,5% nas indicações dos ludovicenses, assim como as lojas de rua, bairro e galerias que também avançaram 27,5% na preferência dos consumidores para o Natal deste ano.
Para a Fecomércio, entre os fatores que influenciam nessa decisão está a percepção do consumidor com relação aos preços praticados nesses diferentes locais, uma vez que parte do poder de compra da população ainda se encontra deteriorado pela inflação, pelo encolhimento do mercado de trabalho e pelo endividamento corrente.

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