Só com orientação

Excesso de vitaminas pode intoxicar

Especialista explica que a ingestão de vitaminas deve ter uma finalidade específica, com quantidade individualizada

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Consumo de vitaminas sem necessidade e orientação pode ser prejudicial à saúde
Consumo de vitaminas sem necessidade e orientação pode ser prejudicial à saúde (vitaminas h)

Em busca do corpo perfeito, a suplementação de vitaminas vem sendo praticada, cada vez mais, por diversas pessoas. Com isso, a classe médica faz um alerta sobre os riscos e as consequências de se consumir vitaminas em excesso, sem a prescrição e o acompanhamento de um especialista.

De acordo com a endocrinologista Franciele Santos, a ingestão de vitaminas em cápsulas, por exemplo, só é indicada quando, por meio de exames clínicos, é identificada a necessidade de reposição e, mesmo assim, apenas quando o benefício for maior do que o risco. “Ao suplementar, sem prescrição e acompanhamento médico, a conduta se torna perigosa, porque as doses são individualizadas. Não é como uma receita de bolo, que tem um molde pronto”, aponta.

A vlogueira e designer de moda Analu Lourenço é exemplo de quem mudou sua rotina de alimentação com acompanhamento especializado. Ela precisou suplementar a vitamina C, pois apresentava baixa resistência imunológica. Analu também passou a manter uma dieta equilibrada, muitas vezes, preparando suas próprias refeições. “Hoje em dia, fico doente com menos frequência e sinto que minha pele tem um aspecto melhor. Além disto, meu cabelo ficou mais forte e meu organismo está mais equilibrado”, conta.

Avaliação

Segundo a endocrinologista Franciele Santos, a resposta à terapêutica deve ser avaliada mensalmente, de acordo com o propósito específico a ser atingido, pois a hipervitaminose, que é o excesso de vitaminas no organismo, pode levar a um quadro de intoxicação.

Analu conta que, desde que iniciou sua reeducação alimentar, aprendeu que um “prato de comida colorido” é essencial para se obter uma variedade de nutrientes. “Procuro consumir vitaminas por meio de uma alimentação saudável e o mais natural possível. Costumo comer frutas, legumes, verduras, ovos, aveia e sementes”, comenta.

Alguns alimentos são fartos de vitaminas, como, por exemplo, os peixes, as oleaginosas e os frutos do mar, que são ricos em vitamina E, substância que faz parte do tratamento contra a esteatose hepática e a sarcopenia, sendo igualmente empregada no campo da medicina ortomolecular, como agente antienvelhecimento. Mesmo assim, a dose não é padrão e deve respeitar a peculiaridade da terapêutica e suas indicações.

“Conheço diversas pessoas que consumem somente vitaminas em cápsulas. Sempre digo que é melhor ingerir frutas, leguminosas, peixe, arroz, entre outros alimentos naturais”, ensina a endocrinologista.

Outra reposição bastante comum é a de vitamina D. Para a Endocrine Society, apesar de a indicação ser tão somente para pacientes com risco de deficiência, é comum encontrar adolescentes consumindo para a perda de peso ou o ganho de massa muscular. A reposição, inclusive, mesmo para quem realmente necessita, pode ser feita por meio de dieta, contendo carnes, peixes gordurosos de águas profundas, gema de ovo e fígado de boi. “Vale lembrar que de nada adianta suplementar, no caso da vitamina D, e não se expor ao sol por dez minutos, todos os dias”, alerta Franciele.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia explica que a dificuldade em obter vitaminas apenas por meio da alimentação ocorre pela carência real de suplementos nos alimentos de fácil acesso, sendo assim, muitas vezes, indicado o manejo artificial, mas somente para alguns casos.

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