Politizado

Ronaldo Fraga faz desfile com elenco de transexuais

Estilista não quis saber de vendas, mas sim de colocar luz sobre o preconceito contra os transexuais, colocando casting de seu desfile no Theatro São Pedro formado apenas por trans; público se emocionou

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
Estilista Ronaldo Fraga se emocionou, ontem, no final do desfile, cujo posicionamento político buscou chamar atenção para o preconceito
Estilista Ronaldo Fraga se emocionou, ontem, no final do desfile, cujo posicionamento político buscou chamar atenção para o preconceito (ronaldo fraga)

SÃO PAULO - Numa temporada focada na transformação de modelos de negócios, Ronaldo Fraga foi na contramão do tão comentado "see now, buy now". Sua coleção, apresentada na tarde de ontem, no Theatro São Pedro, não quis saber de vendas e sim de colocar luz sobre uma das questões que mais envergonha o país: o preconceito contra os transexuais.

Com um casting formado apenas por trans (pouquíssimas modelos compunham o elenco; havia cabeleireira, garota de programa, professora e dona de casa, segundo o estilista), o desfile emocionou a plateia. Pense em Costanza Pascolato indo às lágrimas com uma coleção.

“Eu falo sempre sobre as mesmas coisas, de amor, de existência, de moda como ato político, como forma de protesto e apropriação cultural. Gosto dos invisíveis. Falamos hoje de um grupo que é invisível, mas é dizimado no Brasil. Somos o país que mais mata travestis e transexuais no mundo”, disse ele, no backstage.

Vestindo looks com referências aos anos 1920, 1930 e 1940, estavam mulheres de diversas faixas etárias e profissões. A maioria foi encontrada na internet, como a youtuber Branca Bacci-Brunelli, que tem um canal de vídeos com temática trans. “Acredito que isso aqui é um destaque para todas as mulheres trans, para a nossa causa e nos tirar das sombras. Fico esperançosa porque a moda está começando a nos enxergar cada vez mais”, diz Branca, de 22 anos.

Outra esperançosa com os desdobramentos do desfile é Agnes Oliveira, de 32 anos. “Eu senti que o ‘feeling’ para a coleção é que nós estamos em guerra e todo que a gente podia trazer era o amor e a poesia”. l

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