Mobilidade urbana

Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana se consolida e contesta Prefeitura de SL

Formado a um ano, o grupo discorda, entre outros assuntos, quando a Prefeitura diz que a instalação de ar-condicionado em coletivos não vai reajustar a tarifa; o Município reage

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45

A Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana na Grande Ilha de São Luís divulgou nota na qual contesta uma série de afirmações da prefeitura da capital para a área. Entre as contestações estão a afirmação de que as melhorias previstas no edital de licitação do Sistema de Transporte Coletivo, como ônibus com ar-condicionado, não resultarão em reajuste tarifário e que as obras de pavimentação estão sendo feitas pelo Município.

A frente também cobra a execução de uma série de medidas para melhorar o trânsito e o transporte de São Luís. Por meio de nota a Prefeitura de São Luís rebateu as afirmações.

A primeira contestação da Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana na Grande Ilha de São Luís é sobre a implantação do BRT (Bus Rapid Transit, ou trânsito rápido de ônibus), no qual os ônibus funcionam como metrô de superfície, como alternativa para melhorar o transporte coletivo de São Luís. Segundo a frente, desde 2012 a prefeitura vem prometendo a nova modalidade de transporte, no entanto, até agora não cumpriu.

O grupo contesta ainda a afirmação que as melhorias garantidas pelo processo de licitação serão sem aumento da tarifa. A Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana na Grande Ilha de São Luís afirmou que já houve três reajustes nos últimos três anos.

“Os aumentos ocorreram sempre de um dia para o outro pegando de surpresa os trabalhadores e a juventude que dependem dos coletivos para se transportarem na cidade, diz a nota.

A frente se opõe ao argumento de que a implantação de ônibus com ar-condicionado no Sistema de Transporte Coletivo de São Luís esteja ocorrendo sem aumento das tarifas de transporte.
Em nota, eles questionam a destinação dos recursos oriundos com os reajustes autorizados pela Prefeitura em 2014, 2015 e este ano.

Para a Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana na Grande Ilha de São Luís as empresas deveriam estar fazendo este tipo de melhoria desde que autorizado o primeiro aumento no valor das passagens, em 2014.

Sobre as alterações nas vias e o asfaltamento de ruas e avenidas, a entidade rebate as informações municipais e afirma que a maior parte das obras de pavimentação estão sendo feitas pelo Governo do Estado por meio do Programa Mais Asfalto.

A entidade afirma ainda que a Prefeitura de São Luís não cumpriu com as promessas de construção dos elevados da Forquilha e do Calhau e de dar um uso ao Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), adquirido pela Prefeitura em 2012 e que hoje está guardado em um galpão da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp).

A Frente de Lutas pela Mobilidade Urbana na Grande Ilha de São Luís cobra ainda a anulação da licitação do sistema de transporte, pois não teria havido participação popular e a melhoria na qualidade do sistema de transporte.

O grupo reivindica também o respeito ao Plano Nacional de Mobilidade Urbana, especialmente às prioridades como os pedestres, os veículos não motorizados (bicicletas), os veículos de circulação em massa (VLTs, BRTs, metrôs, trens e etc.), coletivos (ônibus, bondes e etc.) e veículos particulares.

Por fim, a Frente quer a transparência na aplicação dos gastos públicos com Mobilidade Urbana e áreas relacionadas; mais segurança no sistema de transporte coletivo de São Luís e a criação do Conselho Municipal de Transporte Público, com poderes consultivos e deliberativos na gestão do sistema de transporte municipal.

Esclarecimentos

A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que em parceria com o governo estadual, já está executando uma intervenção que inclui a modificação do traçado geométrico de toda a região da Forquilha, com o objetivo de solucionar o problema viário no local.

Ainda de acordo com a SMTT já foram feitas mais de 15 intervenções no trânsito em diversos pontos da cidade, garantindo mobilidade ao trânsito da capital.

Sobre o VLT, a SMTT informou que tem proposta de implantação do em análise junto ao Governo Federal e ingressou na Justiça, obtendo decisão favorável que obriga a empresa responsável pela implantação do VLT a arcar com os custos de armazenamento e manutenção do equipamento, cuja implantação não foi antecedida de planejamento pela gestão anterior.

Comissão

A Prefeitura de São Luís também informou que foi criada uma comissão com o objetivo de garantir a participação popular e debater as necessidades do sistema de transporte de São Luís, bem como realizadas diversas audiências públicas sobre a licitação dos transportes e que vem trabalhando para melhorar a qualidade do transporte, mediante ações como a modernização do sistema, garantindo benefícios como Recarga Embarcada, Cartão Criança e Bilhete Único e a implantação de GPS para monitoramento da rota dos veículos.

Ainda de acordo com a SMTT, até a data da realização da licitação dos transportes, já havia substituído 371 ônibus antigos por novos, reduzindo a média de idade da frota de 7,9 para 5,5 anos que estão sendo inseridos no sistema 210 ônibus novos, com ar condicionado e acessibilidade para cadeirantes, que serão entregues gradativamente à população até o final deste ano.

Já a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou que cerca de 1800 ruas em mais de 90 bairros de São Luís já foram contemplados com serviço de urbanização, abrangendo tanto as áreas sem nenhum tipo de estrutura, urbanizadas pela Prefeitura de São Luís, quanto as requalificadas em parceria com o Governo do Estado por meio do Programa Mais Asfalto.

Drenagem

A Semosp informou, ainda, que já construiu 22 quilômetros de canais de drenagem, visando evitar alagamentos, garantir o escoamento das águas pluviais e a durabilidade da pavimentação.

Por fim a Secretaria Municipal de Projetos Especiais (Sempe) informou que a operação para implantação do corredor de transportes de São Luís já foi aprovada pela Caixa Econômica Federal. A Sempe esclareceu também que, atualmente, Prefeitura e Caixa seguem avançando nos trâmites necessários à formalização do convênio.

Números

168 linhas de ônibus compõem o Sistema de Transporte Coletivo de São Luís

5 terminais de integração atendem aos usuários

6,432 é o número médio de viagens por dia útil

545.840 passageiros é a demanda média por dia útil

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