Os agentes de endemias da capital maranhense – responsáveis especialmente pelo controle vetorial do Aedes aegypti (transmissor da dengue, febre chikungunya e zika) - ameaçam parar as atividades. A alegação de representantes da categoria é que a Prefeitura de São Luís não repassa, há quatro meses, o benefício do vale-transporte.
A ausência de quitação do vale-transporte foi confirmada, ainda na semana passada, a O Estado, pela direção do Sindicato dos Agentes de Endemias do Estado do Maranhão. Na ocasião, a entidade informou que o Município cumpriria o pagamento dos débitos até sexta-feira, 16, o que não ocorreu.
Profissionais do setor de endemias também confirmaram a falta de pagamento. “Até agora, mesmo com a divulgação na mídia do problema, não obtivemos resposta”, disse um agente de endemia que preferiu não ser identificado e que atua na área do Bequimão.
Ainda de acordo com o agente, a paralisação das atividades é uma opção dos trabalhadores. “Já existe uma organização de vários colegas para que não trabalhemos mais. A gente depende do benefício para se locomover, para ir de um lugar a outro. E não é confortável a pessoa ir trabalhar pagando do seu próprio bolso, ou seja, pagando para trabalhar”, disse.
Outros trabalhadores também disseram que não recebem o vale-transporte.
“É uma situação que fica ainda mais complicada por ser período eleitoral. Mas o que a gente quer é receber o que a gente tem de direito”, disse um agente de endemia também da área Bequimão, que não revelou o nome por medo de represálias.
Pagamento
Ontem, a Prefeitura de São Luís pagou um mês em atraso. Por meio de nota enviada a O Estado, disse que “está providenciando o repasse referente ao vale-transporte”. Mas não deu prazo sobre quando isso acontecerá totalmente. Mesmo sem receber o benefício, os agentes de endemias afirmam que o valor de R$ 46,00 continua sendo descontado todos os meses.
Caso os agentes decidam pela paralisação, o combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, por exemplo, seria prejudicado. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), de janeiro a junho deste ano, foram confirmadas 2.467 ocorrências somente de dengue na capital maranhense.
Relembre
Em 2014, o Município autorizou seletivo com 551 vagas para a contratação de novos agentes de epidemiologia e comunitários de saúde. A alegação, à época, é que o efetivo atuaria no controle de doenças, como a dengue, na cidade.
Números
400 é o número total de agentes de endemias na capital maranhense em efetivo exercício das funções;
R$ 46 é o valor descontado dos agentes de endemias, com o vale-transporte;
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