O dia seguinte

Após desabamento de telhado, boxes são interditados no Fialho

Estruturas metálicas de sustentação do telhado estão comprometidas pela ação de ferrugem e há possibilidade de novo desabamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45

[e-s001]Um dia após o desabamento do telhado da Feira do Vicente Fialho, os feirantes e consumidores voltaram ao local com receio de um novo acidente e, principalmente, com medo de que desta vez alguém se ferisse. O acidente aconteceu por volta das 14h de segunda-feira, dia 29. No momento da queda de parte do telhado, não havia feirantes trabalhando nas proximidades e por isso ninguém ficou ferido. Por causa do desabamento, pelo menos 30 boxes ficaram interditados.

Entre os boxes interditados após o desabamento de parte do telhado da feira está o de Valdiney Silva Santos. “Agora, estou trabalhando em baixo, no chão, porque não posso ficar parado esperando. Tenho de ganhar meu dinheiro, mas espero que não demorem a arrumar a feira”, afirmou.

Valdiney Silva Santos trabalha na feira há 30 anos e neste período, segundo ele, nenhuma grande reforma foi feita no local. “Eles fizeram uma rampa para acesso de cadeirantes e arrumaram os banheiros, mas nenhuma reforma na estrutura da feira foi feita nesse tempo em que trabalho aqui”, informou o feirante.

As condições da estrutura metálica que sustentava o telhado ilustram bem a reclamação do feirante. As vigas que desabaram estavam totalmente comprometidas pela ferrugem, e as bases de concreto que as seguravam no chão estavam rachadas. “Essas rachaduras começaram há muito tempo, e a gente vinha reclamando sempre, mas deixaram acontecer um acidente. Pelo menos, foi fora do horário de funcionamento da feira, mas e se voltar a desabar e desta vez com a gente aqui?”, comenta o feirante Charles Muniz.

[e-s001]De acordo com os feirantes, uma ventania foi a responsável pela queda da estrutura metálica da cobertura que ficou retorcida no chão. O mercado antes era administrado pelos feirantes, mas há alguns anos a gestão do espaço foi transferida para a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa).

Reforma
A reforma das feiras e mercado de São Luís, incluindo o do Vicente Fialho, já havia sido determinada pela Justiça. No dia 11 de agosto de 2015, a juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública, Luzia Madeiro Neponucena, deu seu parecer à Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Estadual (MP) obrigando a prefeitura a reformar e adequar as feiras e os mercados da capital.

Na ocasião, a magistrada deu prazo de 72 horas para que o Município informasse o cumprimento e início das determinações judiciais, além de 60 dias para enviar o programa de reforma para o devido acompanhamento e fiscalização. Estipulou, ainda, multa diária de R$ 15 mil, em caso de descumprimento.

No total, 27 feiras e mercados de São Luís entraram na lista da juíza que também determinou o prazo de 120 dias para o início da reformas e adequações. O objetivo era acabar com as irregularidades descritas nos laudos da Vigilância Sanitária Estadual e do Conselho Regional de Engenharia (Crea), citados no processo movido pelo MP.

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