Cultura do estupro

Estudante da UFMA é vítima de ato obsceno dentro de ônibus

Universitária usou sua rede social para relatar situação vivida em coletivo, quando homem se masturbou e lhe disse palavras obscenas

O Estadoma.com

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Postagem da estudante em rede social
Postagem da estudante em rede social (postagem)

A insegurança a que muitos usuários de transporte coletivo sentem-se expostos todos os dias não está relacionada apenas à ocorrência de assaltos em ônibus. O relato de uma universitária, por meio de sua rede social, evidencia que a falta de segurança também expõe as mulheres ao risco iminente de estupro e abusos. Em sua postagem, a estudante relata o medo que sentiu após ter sido alvo de um ato obsceno dentro do ônibus, quando um homem se masturbou enquanto lhe dizia palavras obscenas.

"Peguei o ônibus Terminal Praia Grande/Terminal Cohama no terminal e sentei com um colega ao meu lado, um homem sentou na cadeira de trás sozinho. Umas paradas depois o meu colega desceu e eu fiquei só. O homem que estava atrás começou a se masturbar e falar coisas como 'gostosa' 'princesa' e eu fingindo que não estava ouvindo... Tomei coragem e troquei de lugar, e ele trocou também de modo que ele pudesse ficar quase que de frente pra mim, a minha parada já estava próxima e vi que uma senhora se levantou e deu sinal de parada e levantei junto com ela para ir para parte de trás do ônibus e ele se levantou junto, me bateu um desespero, uma sensação de pânico, mas ele sentou-se atrás e continuo a se tocar", relata a jovem no post, que já teve mais de 200 compartilhamentos.

O Código Penal Brasileiro prevê os crimes de ato obsceno - a prática de obscenidade em lugar público, ou aberto ou exposto ao público, como mostrar os órgãos genitais -, previsto no artigo 233 e que pode resultar em três meses a um ano de detenção ou multa; ato libidinoso, quando há o objetivo de satisfação sexual; e importunação ofensiva ao pudor, previsto no artigo 61 da lei das contravenções penais.

A estudante, que prefere não se identificar, disse que registrou a ocorrência on-line, mas, até o momento, sua denúncia ainda constava como pendente. O fato ocorreu na segunda-feira (22) e, desde então, ela disse que tenta tomar precauções para se sentir mais segura. "No outro dia precisei pegar ônibus novamente e a unica coisa que pude fazer foi esperar o máximo possível pra passar na roleta e sentar próximo ao cobrador (a). Acho que não tenho muito mais a fazer, até porque preciso utilizar o transporte público todos os dias", lamenta a jovem.

A situação vivida por reforça a necessidade de debater temas como cultura do estupro e empoderamento feminino. "Eu me sinto sim insegura todos os dias, principalmente quando ando sozinha. O pior é que, depois da minha publicação, apareceram alguns homens deslegitimando meu relato. Isso é que me dói mais!", afirma a estudante, que completa: "Eu coloquei o relato no meu Facebook para que minhas amiga, conhecidas e pessoas de São Luís pudessem ver, sabe. Não pensei que fosse ser visto assim, mas muitas pessoas também se solidarizaram, se importaram, me ofereceram ajuda".

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