Perda

Missa de sétimo dia de Jomar Moraes ocorre neste sábado

Escritor deu entrada no Hospital São Domingos na noite do dia 13, teve um mal estar com queda de pressão e faleceu por volta das 6h30 do dia 14

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Jomar Moraes tinha uma enorme biblioteca com mais de 40 mil volumes
Jomar Moraes tinha uma enorme biblioteca com mais de 40 mil volumes (Jomar)

SÃO LUÍS - A missa de sétimo dia do pesquisador, ensaísta, cronista, crítico e historiador da literatura maranhense Jomar Moraes está marcada para as 18h deste sábado (20) na Igreja São João Batista, Rua do Giz (Centro). Ele deu entrada no Hospital São Domingos na noite do dia 13, teve um mal estar com queda de pressão e faleceu por volta das 6h30 do dia 14, deixando esposa, seis filhos e dois netos.

Jomar Moraes tinha problemas renais e fazia hemodiálise duas vezes por semana, mas seu falecimento foi inesperado. O velório ocorreu no domingo na sede da Academia Maranhense de Letras (AML), na Rua da Paz, Centro de São Luís. O escritor foi enterrado no dia seguinte no Cemitério Jardim da Paz, na Estrada de Ribamar.

Foi eleito membro da AML em 10 de maio de 1969 e ocupava a cadeira nº 10, cujo patrono foi o médico, jornalista e escritor maranhense da cidade de Cantanhede, Antonio Henriques Leal. Sua posse aconteceu em 6 de agosto do mesmo ano. Em seu discurso de posse, disse receber com humildade o simbolismo da imortalidade acadêmica. Ainda foi presidente da casa de 2 de fevereiro de 1984 a 2 de fevereiro de 2006.

Em casa, o imortal tinha uma enorme biblioteca com mais de 40 mil volumes, obras que foram todas doadas à Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O acervo comprova que o amor do escritor era mesmo pelas letras e pelos livros. Ao longo de toda sua vida, ele lançou várias obras literárias. A última delas foi o livro “Pretexto para pré-textos”, uma coletânea de 13 ensaios lançada em 2015. Mas destacou-se também por ter resgatado a obra de inúmeros autores maranhenses que estavam esquecidos, e por sua dedicação à AML

Biografia

Jomar da Silva Moraes nasceu em Guimarães, cidade a 70 quilômetros de São Luís, em 6 de maio de 1940. Filho de José Alipio de Moraes Filho e Marcolina Cyriaca da Silva foi pesquisador, ensaísta, cronista, crítico e historiador da literatura maranhense, além de editor de textos.

Formou-se Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 24 de julho de 1976. Era especialista em Direito Empresarial e em Comunicação Social, nas áreas de Rádio e TV, Publicidade e Propaganda. Foi também mestre em História, com área de concentração em História do Brasil. No dia 24 de setembro de 2015, ele recebeu, na Academia Maranhense de Letras, o título de Doutor Honoris Causa.

Sua primeira função foi soldado da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), onde permaneceu de 1959 a 1967, chegando, por cursos, à graduação de 3° sargento. Foi diretor do Serviço de Administração da Secretaria de Educação e Cultura (1970 a 1971), diretor da Biblioteca Pública do Estado (1971 a 1973), diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Fundação Cultural do Maranhão (1973 a 1975), diretor do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge) (1975 1980), diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Universidade Federal do Maranhão (1981 a 1985) e secretário de Estado da Cultura do Estado do Maranhão (1985 a1987).

Pertenceu, em dois mandatos consecutivos, ao Conselho de Administração do Instituto de Previdência do Estado do Maranhão (IPEM) e ao Conselho Estadual de Cultura, que posteriormente presidiu, na condição de secretário da Cultura. Representou a Academia Maranhense de Letras (AML) no Conselho Universitário da UFMA em cinco mandatos de dois anos cada. Integrou, de 1987 a 1988, a Comissão Nacional do Centenário da Abolição e a Comissão Nacional do Guia Brasileiro de Fontes para a História da África, da Escravidão Negra e do Negro na Sociedade Atual.

Entre as diversas funções que desempenhou, foi ainda auditor fiscal do Estado do Maranhão, advogado da UFMA, desde setembro de 1984 e, a partir de 1990, procurador federal com exercício na UFMA, da qual foi procurador-chefe no período de novembro de 1996 a agosto de 2006. Foi ainda estagiário da Escola Superior de Guerra (Rio de Janeiro, 1980), membro correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos do Piauí e do Distrito Federal, da Academia Paraibana de Letras e da Academia Paranaense de Letras.

Ao longo de sua vida, Jomar Moares recebeu inúmeras homenagens. Nascido em Guimarães, recebeu o título de Cidadão honorário de São Luís, de Buriti Bravo e de Alcântara. Recebeu também as medalhas: Santos Dumont, do Ministério da Aeronáutica; Brigadeiro Falcão, da Polícia Militar do Maranhão; João Lisboa, do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão; do Sesquicentenário da Adesão do Maranhão à Independência; do Mérito Timbira; da Ordem dos Timbiras (grande oficial); de comendador do 4º Centenário de São Luís, do Governo do Maranhão; comendador da Ordem de Rio Branco (Brasil) e da Ordem Nacional do Mérito de Portugal; Medalha Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras; Padre Antônio Vieira, da União Brasileira de Escritores (UBE), sediada no Rio de Janeiro, e Simão Estácio da Silveira, da Câmara Municipal de São Luís.

Foi agraciado ainda com a medalha do 4º Centenário de São Luís, outorgada pela Assembleia Legislativa do Estado e, com as Palmas Universitárias, conferidas pela Universidade Federal do Maranhão. Ao longo da sua vida foi também distinguido com 11 prêmios literários e com os diplomas de Personalidade Cultural (1980) e de Mérito Cultural (1981, 1988, 2000 e 2005) da UBE-RJ.

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