Saúde

Sob investigação do MPF, Materno Infantil trabalha na melhora de procedimentos

Corpos de três recém-nascidos desapareceram das dependências do Hospital Universitário, no mês de julho; Ministério Público Federal apura falhas na segurança; Polícia Federal também está no caso

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Três corpos desapareceram no interior  do Hospital Universitário Materno Infantil
Três corpos desapareceram no interior do Hospital Universitário Materno Infantil (Materno)

O Hospital da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) – Unidade Materno Infantil – informou, por meio de nota, que está trabalhando para a melhoria dos processos por meio de análises de procedimentos e sindicâncias internas para apuração de responsabilidades. A medida foi tomada após o desaparecimento de três corpos de natimortos que teriam desaparecido no dia 20 de julho da câmara fria da unidade. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).

No dia 19 de julho, o parto de Edinete Francisca dos Santos, de 32 anos, foi realizado na unidade, e sua filha nasceu morta. A família aguardou durante alguns dias o recebimento do corpo da criança, o que não ocorreu. O corpo do bebê deu entrada na sala da câmara fria do Materno Infantil no mesmo dia do parto, mas até o dia 22 de julho não havia registro de saída no protocolo da unidade de saúde.

Nessa data, em entrevista à imprensa, a direção do HUUFMA solicitou que a Polícia Federal (PF) apurasse o desaparecimento do corpo de um natimorto do sexo feminino de dentro da câmara fria do Materno Infantil. O desaparecimento teria ocorrido no dia seguinte ao parto, 20 de julho. Os diretores alegaram que o corpo pode ter sido levado por algum funcionário de uma empresa terceirizada, que presta serviço de limpeza na unidade de saúde. Entretanto, este não seria o primeiro natimorto a desaparecer da unidade.

Outros desaparecimentos
A PF estaria apurando o desaparecimento de outros dois natimortos, além da filha de Edinete Francisca dos Santos, o que foi confirmado pela direção do HUUFMA. A situação chamou a atenção também do Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA), por intermédio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), que instaurou inquérito civil para investigar falhas na segurança e qualidade dos procedimentos internos da unidade Materno Infantil do Hospital Universitário.

A procuradora regional dos Direitos do Cidadão no Maranhão, Talita de Oliveira, requisitou à direção da unidade hospitalar que apresente informações detalhadas e todos os documentos disponíveis sobre o desaparecimento de corpos de recém-­nascidos de suas dependências. De acordo com o pedido, o hospital terá, ainda, de esclarecer as providências que adotará para garantir que casos semelhantes não voltem a acontecer.

Por meio de sua assessoria de comunicação, o Hospital Universitário da UFMA informou que vem trabalhando para melhoria dos processos, por meio de análises de procedimentos e sindicâncias internas para apuração de responsabilidades.

O HUUFMA informou também que desde o início foi tomada a iniciativa para elucidação do caso, tendo como primeira providência a conversa com os familiares, seguida do registro do Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Federal e da disponibilidade em colaborar com todas as investigações sobre o caso.

Já o MPF aguarda informações das investigações realizadas pela Polí­cia Federal para também apurar possível responsabilidade criminal sobre o desaparecimento dos corpos dos três recém­-nascidos.

NÚMERO

3 é o número de corpos de recém-nascidos que desapareceram no Hospital Universitário, em São Luís

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