Perigo

Incidência de doenças de pele aumenta nas férias

Fato ocorre, de acordo com especialistas, por causa da maior frequência de banhos na praia e piscinas; em São Luís, índices altos de coliformes no mar agravam o problema

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Banhar na água do mar pode ser perigoso por causa de coliformes fecais
Banhar na água do mar pode ser perigoso por causa de coliformes fecais (Doença de pele)

As altas temperaturas em São Luís geram maior incidência de banhos de mar ou piscina no período de férias. No entanto, especialistas afirmam que a prática, aparentemente inofensiva, pode causar sérios danos à pele, como micoses e alergias.

Em São Luís, os altos índices de coliformes fecais na orla– conforme atestado por meio de laudos divulgados semanalmente pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente [Sema] – agravam o problema.

De acordo com os dermatologistas, outro fator para o aparecimento de danos na pele é o intenso calor registrado na capital maranhense. “A exposição da pele à água e areia, por exemplo, favorecem o desenvolvimento de microorganismos, como fungos e bactérias, facilitando o surgimento de infecções da pele”, disse a dermatologista Roberta Padovan.

Entre as doenças mais comuns neste período e que podem ser adquiridas durante o banho indevido, estão a herpes (doença viral que afeta a mucosa da boca ou região genital), o bicho geográfico (ou larva migrans) – adquirido pelas fezes de animais eliminadas em praias - e impetigo (infecção cutânea comum em crianças). “Fezes de cães e gatos nas areias das praias causam o chamado bicho geográfico, por causa da parasita Ancylostoma, presente nesses dejetos”, informou a dermatologista. Outro fator que pode provocar lesões na derme é o uso indevido de protetores solares, em contato com a água.

Além de se atentar à qualidade da água no mar, nos casos de piscinas, o excesso de cloro também pode provocar lesões cutâneas. Entre os sintomas das enfermidades, estão coceira em excesso em locais específicos e manchas. “Ë necessário que as pessoas redobrem os cuidados com a higiene para evitar a contaminação”, informou Roberta Pacovan.

Apesar dos avisos dos especialistas e mesmo com as placas, fixadas ao longo de trechos da avenida Litorânea, por exemplo, é comum ver adultos e até mesmo crianças tomando banho na orla de São Luís. “ Eu nunca senti nada não, pelo contrário. Como sou do interior do estado, sempre que venho à São Luís, não resisto a um banho de mar”, disse a estudante Késia Alves, natural de Santa Inês.

A exposição da pele à água e areia, por exemplo, favorecem ao desenvolvimento de microorganismos, como fungos e bactérias, facilitando o surgimento de infecções da pele”Roberta Padovan, dermatologista

Outras pessoas preferem apenas curtir a beleza do mar. “ Eu quando venho à praia, não banho mais. Apenas aprecio a brisa da praia e evito pegar qualquer doença de pele”, disse a professora Rita de Cássia Tavares.

Principais doenças de pele

Herpes: é uma doença viral recorrente, geralmente benigna causada pelos vírus Herpes Simples 1 e 2, que afeta principalmente a mucosa da boca ou região genital. Algumas pessoas têm tendência a apresentar episódios de infecção viral tipo herpes simples após o verão, o que pode deixar o local manchado. A cura ocorre à base de tratamento medicamentoso e medidas preventivas como, por exemplo, evitar o contato direto com indivíduos que sofrem com este problema e com objetos utilizados por eles, como copo, toalha e outros itens.

Larva migrans (bicho geográfico): uma pessoa adquire esta doença ao expor a pele ao contato direto com a parasita Ancylostoma, comum em cães e gatos. As larvas, eliminadas pelas fezes desses animais, permanecem nos terrenos arenosos, como praia e tanques de areia em parques públicos e podem penetrar as camadas superficiais da pele. Como o ser humano não é o hospedeiro definitivo do parasita, ele permanece migrando sob a pele. O tratamento é feito com uso de pomadas específicas e para aliviar a coceira é indicado aplicar compressas de gelo no local.


Impetigo: trata-se de infecção cutânea superficial e contagiosa. As crianças são as mais atingidas pela doença que é causada, principalmente, pelo microorganismo Staphylococcus aureus e Streptococcus. A infecção pode afetar a pele em qualquer parte do corpo, sendo mais comum na face e nas mãos. O tratamento é feito com antibióticos, via oral e, em casos mais leves, pode-se aplicar pomadas. No entanto, a prevenção depende de uma boa higiene diária, como lavar as mãos com frequência, não usar toalhas ou roupas de outras pessoas e manter as unhas curtas.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.