As altas temperaturas em São Luís geram maior incidência de banhos de mar ou piscina no período de férias. No entanto, especialistas afirmam que a prática, aparentemente inofensiva, pode causar sérios danos à pele, como micoses e alergias.
Em São Luís, os altos índices de coliformes fecais na orla– conforme atestado por meio de laudos divulgados semanalmente pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente [Sema] – agravam o problema.
De acordo com os dermatologistas, outro fator para o aparecimento de danos na pele é o intenso calor registrado na capital maranhense. “A exposição da pele à água e areia, por exemplo, favorecem o desenvolvimento de microorganismos, como fungos e bactérias, facilitando o surgimento de infecções da pele”, disse a dermatologista Roberta Padovan.
Entre as doenças mais comuns neste período e que podem ser adquiridas durante o banho indevido, estão a herpes (doença viral que afeta a mucosa da boca ou região genital), o bicho geográfico (ou larva migrans) – adquirido pelas fezes de animais eliminadas em praias - e impetigo (infecção cutânea comum em crianças). “Fezes de cães e gatos nas areias das praias causam o chamado bicho geográfico, por causa da parasita Ancylostoma, presente nesses dejetos”, informou a dermatologista. Outro fator que pode provocar lesões na derme é o uso indevido de protetores solares, em contato com a água.
Além de se atentar à qualidade da água no mar, nos casos de piscinas, o excesso de cloro também pode provocar lesões cutâneas. Entre os sintomas das enfermidades, estão coceira em excesso em locais específicos e manchas. “Ë necessário que as pessoas redobrem os cuidados com a higiene para evitar a contaminação”, informou Roberta Pacovan.
Apesar dos avisos dos especialistas e mesmo com as placas, fixadas ao longo de trechos da avenida Litorânea, por exemplo, é comum ver adultos e até mesmo crianças tomando banho na orla de São Luís. “ Eu nunca senti nada não, pelo contrário. Como sou do interior do estado, sempre que venho à São Luís, não resisto a um banho de mar”, disse a estudante Késia Alves, natural de Santa Inês.
A exposição da pele à água e areia, por exemplo, favorecem ao desenvolvimento de microorganismos, como fungos e bactérias, facilitando o surgimento de infecções da pele”Roberta Padovan, dermatologista
Outras pessoas preferem apenas curtir a beleza do mar. “ Eu quando venho à praia, não banho mais. Apenas aprecio a brisa da praia e evito pegar qualquer doença de pele”, disse a professora Rita de Cássia Tavares.
Principais doenças de pele
Herpes: é uma doença viral recorrente, geralmente benigna causada pelos vírus Herpes Simples 1 e 2, que afeta principalmente a mucosa da boca ou região genital. Algumas pessoas têm tendência a apresentar episódios de infecção viral tipo herpes simples após o verão, o que pode deixar o local manchado. A cura ocorre à base de tratamento medicamentoso e medidas preventivas como, por exemplo, evitar o contato direto com indivíduos que sofrem com este problema e com objetos utilizados por eles, como copo, toalha e outros itens.
Larva migrans (bicho geográfico): uma pessoa adquire esta doença ao expor a pele ao contato direto com a parasita Ancylostoma, comum em cães e gatos. As larvas, eliminadas pelas fezes desses animais, permanecem nos terrenos arenosos, como praia e tanques de areia em parques públicos e podem penetrar as camadas superficiais da pele. Como o ser humano não é o hospedeiro definitivo do parasita, ele permanece migrando sob a pele. O tratamento é feito com uso de pomadas específicas e para aliviar a coceira é indicado aplicar compressas de gelo no local.
Impetigo: trata-se de infecção cutânea superficial e contagiosa. As crianças são as mais atingidas pela doença que é causada, principalmente, pelo microorganismo Staphylococcus aureus e Streptococcus. A infecção pode afetar a pele em qualquer parte do corpo, sendo mais comum na face e nas mãos. O tratamento é feito com antibióticos, via oral e, em casos mais leves, pode-se aplicar pomadas. No entanto, a prevenção depende de uma boa higiene diária, como lavar as mãos com frequência, não usar toalhas ou roupas de outras pessoas e manter as unhas curtas.
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