Temporal

Chuva e vento com intensidade atípica provocam estragos em São Luís

Temporal pode ocorrer novamente durante a transição da estação chuvosa para a seca, mas com menos intensidade, segundo laboratório de meteorologia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47

[e-s001]A chuva que atingiu a capital na madrugada de ontem e causou vários estragos e prejuízos, foi causada pela associação das condições climáticas da região com o sistema ondulatório do Leste, segundo o Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual de Maranhão (NuGeo/Uema). Com es­se fator, foram evidenciadas fortes rajadas de vento, precipitação alta e uma grande incidência de descargas elétricas. Há possibilidades de este fenômeno voltar a acontecer até o fim do período.

De acordo com o meteorologista Márcio Eloi, do NuGeo, o fenômeno e a nuvem que atuaram sobre a capital são comuns para o período. A nuvem é do tipo cumulonimbus, que tem ocorrência durante todo o ano em São Luís. São nuvens de tempestades, que podem ou não causar esse fenômeno, conforme os elementos associados à sua presença.

Na madrugada de ontem, essa nuvem esteve associada a um elemento específico, comum para o período de transição das estações chuvosa e seca, que é o sistema ondulatório de Leste. Geralmente, esse sistema não se mostra tão intenso quanto ontem.

[e-s001]“O sistema ondulatório de Les­te se forma ao longo da costa oeste da África e se desloca ao longo do Atlântico. A área de atuação dele preferencial é a costa leste da região nordeste do Brasil. Ele precisa percorrer todo o litoral do Nordeste e vem se enfraquecendo ao longo desse deslocamento. O que aconteceu é que foi preservada a intensidade desse fenômeno. Isso favoreceu que a nuvem cumulo nimbus manifestasse to­dos esses efeitos: descarga elétrica, chuva intensa e rajadas de vento”, explanou Márcio Eloi.

Com o ocorrido, foram registra­dos 59,4 milímetros (mm) de chuva em apenas um dia, um volume de chuva considerável. Já o vento na área do Itapiracó alcançou 66 km/hora segundo os da­dos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). “É possível ainda que algumas em áreas te­nha variado ao longo da ilha e os ventos, atingido uma magnitude ainda maior que os 66 km/h”, pontuou o meteorologista do NuGeo.

Ainda de acordo com ele, isso pode continuar se repetindo nos meses de junho e julho, mas não com essa mesma intensidade.

[e-s001]Prejuízos
Com a intensidade da chuva, vários estragos foram registrados em São Luís. Na Avenida Jerôni­mo de Albuquerque, na altura do Túnel Governador Newton Bello (Elevado da Cohab), um conjunto de outdoors tombou com os fortes ventos que atingiram a região. Já na Rua 4 do conjunto Araras, um muro caiu.

Entre as ocorrências mais graves, a queda de uma árvore na Avenida 3, no II Conjunto Cohab-Anil, chamou a atenção. Geovana Serejo Pereira dormia com o filho no momento em que chovia, quando os fortes ventos e a chuva fizeram com que o forro de sua casa desabasse. Para evitar ferimentos na criança, ela a protegeu com o próprio corpo. A construção foi interditada pela Defesa Civil e os moradores encaminhados para ca­dastro no aluguel social.

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Na mesma rua, logo após o desabamento, uma árvore caiu sobre outra casa, como contou Amanda Helena Silva. “A gente tinha ido ajudar a vizinha a sair da casa depois que o forro caiu. Aí, os ventos fortes recomeçaram. Nessa hora, veio todo mun­do para a minha casa e a árvore veio caindo atrás. Corremos to­dos para o quintal, chamamos o Corpo de Bombeiros e só saímos depois que os bombeiros disseram que estava tudo bem”, relatou a moradora.

No Condomínio D’Italy II, na região da Cohama, uma árvore frondosa também caiu durante o temporal. A árvore pertencia ao terreno de um sítio vizinho e tombou sobre o muro e dois carros. Equipes do Corpo de Bombeiros trabalharam no local durante toda a manhã para retirar a árvore.

Outras quedas de árvores fo­ram registradas ontem, na Cohab e na Cohama. Na Cidade Operária, uma árvore também tombou sobre um carro no estacionamen­to do Banco Bradesco. No Viva do bairro, outras duas árvores tombaram por causa dos fortes ventos.

[e-s001]Energia
Quedas na energia elétrica também foram frequentes com a forte chuva. Em nota, a assessoria de imprensa da Companhia Energética do Maranhão (Cemar) informou que fortes ventos, situações de erosão, galhos de árvores na rede e placas publicitárias que foram arremessadas sobre a rede elétrica pelo vento contribuíram para o aumento no número de ocorrências de falta de energia.

Os bairros afetados foram Alto Turu, Jardim Turu, Recanto Turu, Parque Vitória, Centro, São Raimundo, Cohab, Cohatrac, Jardim São Cristóvão II, Cidade Operária, Camboa, Monte Castelo, Calhau, Lagoa da Jansen, Quebra-Pote, Olho d’Água, Araçagi, Anil, Renascença, Coroadinho e Angelim.

A nota informou ainda que o volume de ligações para a Central de Atendimento foi muito maior que em condições normais, e alguns clientes levaram mais tempo para ser atendidos na Central 116.
A companhia frisou que, por causa da segurança, as ocorrências com rede elétrica partida têm prioridade no atendimento. É importante destacar que, por segurança, as equipes de plantão não conseguem operar o sistema elétrico em momento de chuva mais intensa – a combinação água e energia elétrica é muito perigosa.

SAIBA MAIS

Até o ocorrido, São Luís apresentava uma média de chuvas menor que a normal para este mês. Com o temporal, já foi alcançada a média esperada para o mês de junho, de 173,3 mm.

O temporal em números
66km/h
foi a velocidade dos ventos registradas no Itapiracó
59,4 mm de chuva registrados em apenas um dia
173,3 mm é a média esperada de chuvas para junho, que foi alcançada com a última chuva

Recomendações de segurança com energia elétrica no período chuvoso*

  • Retire das tomadas os equipamentos como televisão, som, computador e outros quando perceber que a chuva se transformou em uma tempestade com raios. Ao desligar esses aparelhos, utilize um calçado que possua o solado isolante (de borracha);
  • Afaste-se de campos abertos, campos de futebol, piscina, lagos, lagoas, praias, árvores, postes, mastros e locais elevados. O recomendado é estar dentro de casa ou local abrigado quando estiver chovendo;
  • Evite contato com cercas de arame farpado ou metálicas. Elas podem não estar aterradas e, em caso de descarga elétrica ou cabo partido, o contato pode ser fatal;
  • Se algum cabo cair enquanto estiver no trânsito, permaneça em seu veículo, pois os pneus são ótimos isoladores e dentro do carro você estará a salvo até a chegada do socorro;
  • Só instale, desligue ou remova antenas se o tempo estiver bom. Se sua antena cair sobre ou próximo à rede, não tente segurá-la ou recuperá-la.
*Fonte: Cemar

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