[e-s001]Não é de hoje que a Prefeitura de São Luís é alvo de Ações Civis Públicas (ACP) requerendo melhorias nos serviços prestados à população. Setores como transporte, educação e saúde estão entre os que mais demandam brigas judiciais de órgãos responsáveis por defender os interesses da população, como o Ministério Público do Estado do Maranhão (MP) e o Município. Somente a Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Saúde ajuizou sete ações públicas pedindo que a Prefeitura melhore o atendimento oferecido. A maioria dessas ações são referentes aos dois principais hospitais de urgência e emergência da capital, os chamados Socorrões.

Das ações ajuizadas pela Promotoria da Saúde, a mais antiga é do ano de 1999, requerendo que o Município fizesse melhorias no Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, localizado no centro de São Luís. A mais nova é de 2015, que requer ainda melhorias no Hospital Municipal de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura, o Socorrão II, localizado na Cidade Operária. Nestes 16 anos, os problemas persistiram: enfermarias lotadas, pacientes atendidos em macas espalhadas pelos corredores, muitas outras ainda à espera de atendimento, entre várias irregularidades.

Além destas duas ações civis públicas, a Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Saúde ajuizou ainda duas ações, em 2003 e 2014, referentes ao Socorrão II e outra, em 2001, referente ao Socorrão III, atual Hospital da Mulher, no Anjo da Guarda. O Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos, o Hospital da Criança, localizado na Alemanha, é alvo de duas ações civis públicas, de 2008 e 2014.

[e-s001]Destas ACPs, resultaram ações de melhorias na rede municipal. O Hospital da Criança está sendo reformado. A ampliação da unidade de saúde foi iniciada em setembro de 2013, com a previsão de entrega para fevereiro de 2016. No entanto, as obras ainda não foram concluídas pelo Município.

Transferências
Já o Socorrão I recebeu a operação “Maca Zero”, que em abril deste ano transferiu 60 pacientes que estavam internados em macas nos corredores da unidade. Eles foram transferidos de ambulância para a Santa Casa de Misericórdia, também localizada no centro da capital. Anteriormente, já haviam sido transferidos mais de 50 pacientes do primeiro piso do hospital. Após a transferência, os corredores do hospital passaram por lavagem e higienização.

A transferência foi possibilitada por um convênio com a Santa Casa, o que permitirá ao Socorrão I atender às entradas de urgência e emergência com mais eficiência e qualidade, e teve como objetivo a melhoria no atendimento hospitalar e o reforço da humanização do cuidado com os pacientes da unidade de saúde municipal.

A operação está sendo amplamente divulgada na mídia com propagandas que mostram o fim de um problema crônico na rede de saúde municipal, mas a realidade não é exatamente assim, já que pacientes continuam se acumulando nos corredores da unidade.
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A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que mantém a parceria com a Santa Casa, que resultou na transferência de mais de 100 pacientes que estavam internados nos corredores do Socorrão I. A Semus afirma ainda que o hospital Socorrão I oferece condições de atendimento mais ágeis e salubres desde a realização da ação “Maca Zero” e que os pacientes em questão aguardam resultado de exames que são realizados em outros hospitais, não pertencentes à rede municipal.

Mais

Socorrão I
O Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) começou a funcionar em 1972, mas só passou a integrar a rede municipal de saúde em 1982, quando foi doado pela Cruz Vermelha Brasileira à Prefeitura de São Luís. A unidade recebe, em média, 12 mil atendimentos mensais, em urgências clínicas, cirúrgicas, ortopédicas, neurológicas e neurocirúrgicas com pacientes da capital e do interior do estado.

Socorrão II
O Hospital Municipal de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura (Socorrão II) foi inaugurado em 1998 para reforçar a rede de urgência e emergência do município de São Luís. Mensalmente, a equipe médica do hospital atende na emergência ortopédica mais de 600 pacientes, provenientes tanto da capital quanto de municípios do interior do estado. Em média, são realizadas cerca de 300 cirurgias ortopédicas por mês.

Hospital da Criança
De acordo com a Prefeitura, a nova estrutura física do Hospital da Criança terá UTI com 11 leitos, centro cirúrgico com quatro salas de grande porte; 25 enfermarias com 178 leitos; enfermarias de isolamento; área vermelha e área amarela; sala de tomografia, salas de ultrassom, lactário, sala de nebulização, laboratório, sala de sutura, sala de coleta, dois elevadores para transporte de macas e pacientes, farmácias satélite, duas recepções de espera infantil.

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