A comunidade da Vila Maranhão, região do Distrito Industrial, deu provas de comoção e solidariedade. Na tarde de sexta-feira, 10, os moradores do bairro promoveram uma caminhada pela paz, em alusão ao assassinato do estudante Isac Silva Nascimento, de 15 anos. O ato ocorreu uma semana após sua morte.

Além de familiares, participaram da caminhada – que fez um pedido pela paz na cidade – amigos e pessoas que residem na Vila Maranhão. A concentração ocorreu em frente à escola Gomes de Souza. Mesmo com a ameaça de chuva, os integrantes do ato seguiram em caminhada por cerca de 500 metros, por um dos trechos da BR-135, no sentido Avenida dos Portugueses – Pedrinhas.

Os manifestantes foram escoltados por veículos do 1º Batalhão da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Houve uma parada em frente à igreja Assembleia de Deus, onde o jovem se congregava. No local, os integrantes da caminhada fizeram um minuto de silêncio. Depois, oraram pelo estudante morto.

A caminhada seguiu até a Rua 1, casa 8, na Vila Maranhão, onde o jovem assassinado residia com uma das avós. “Não sei nem como vou conseguir viver daqui em diante”, disse emocionada Maria de Jesus Froz. Ela contou ainda a O Estado como foi a última vez em que falou com o neto. “Ele estava feliz, se sentia bem quando ia à igreja. A última vez que nos falamos foi ele se despedindo de mim e dizendo que iria de moto até a igreja. Eu fui de carro e, quando cheguei lá, já soube que ele estava morto”, afirmou.

Na residência da vítima, os integrantes da caminhada encerraram o ato pedindo justiça e paz. “Não se pode conceber que mais uma pessoa tenha sido vítima desta violência desenfreada e sem controle na cidade”, disse o líder comunitário e um dos organizadores da caminhada, Wanderson Valente.

Outra pessoa que estava emocionada durante o ato era o irmão mais velho da vítima, Ericleiton da Silva Costa. “Amava meu irmão e vou sentir muita falta dele. E agora também vou tomar mais cuidado, com esta violência na cidade”, disse. Um dos amigos mais próximos de Isac Nascimento era Carlos Henrique Machado, de 14 anos. “A gente se conhecia bastante. Gostava muito dele e vou sentir muito sua falta. Nunca se espera que uma pessoa tão próxima da gente vá embora assim”, disse.

ENTENDA O CASO

O jovem Isac Nascimento seguia na garupa de uma moto no início da noite do dia 3 deste mês pelo viaduto da linha férrea que passa nos arredores do km 13 da BR-135 quando foi surpreendido por homens que exigiram a moto e atiraram contra a vítima. A morte de Isac Nascimento gerou revolta na comunidade, que promoveu no dia 6 deste mês uma manifestação que bloqueou os dois sentidos da BR-135, no trecho que dá acesso à Vila Maranhão.

Após negociações com a cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP), os manifestantes decidiram desobstruir o trecho. A SSP prometeu, na ocasião, intensificar o policiamento na região após o crime.

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