Mercado de trabalho

Jovens são os mais afetados pelo desemprego, aponta estudo

Estudo publicado hoje pelo Ipea, que analisou os números do mercado de trabalho, apontou desemprego entre jovens aumentou 10%

O Estadoma.com, com informações de assessoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
Desemprego entre jovens aumentou
Desemprego entre jovens aumentou (jovens desempregados)

BRASÍLIA - No primeiro trimestre de 2016, as condições do mercado de trabalho permaneceram em ritmo acelerado de deterioração. A taxa de desemprego alcançou 11,2%, 3,2 pontos percentuais acima do observado no mesmo período do ano anterior. O setor populacional mais atingido pelo desemprego foram os jovens entre 14 e 24 anos tanto em termos absolutos como em termos relativos. Foi o que mostrou a análise dos números do mercado de trabalho, publicado hoje (10), pelo Grupo de Conjuntura (Gecon) da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento mostra que a população mais afetada pelo desemprego é a de jovens com idade entre 14 e 24 anos e indica um aumento do desemprego entre esse grupo: era de 15,25% no 4° trimestre de 2015 e passou para 26,36% no 1° trimestre de 2016. Já a redução do rendimento salarial foi maior para a parcela dos trabalhadores que recebem menos de um salário mínimo. Para estes, a redução do salário chegou a mais de 10% nos últimos 12 meses. A queda generalizada de rendimentos e na ocupação resultou em uma massa salarial de R$ 173 bilhões entre fevereiro e abril deste ano, mesmo patamar que se encontrava há três anos.

De acordo com o estudo, o aumento do desemprego não tem sido ainda mais intenso, pois muitos trabalhadores têm tomado a iniciativa de se tornarem trabalhadores por conta-própria. A queda do número de trabalhadores formais (e também de empregados sem carteira) está sendo mais forte que a de ocupados, situação que se agravou no primeiro trimestre deste ano. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre janeiro e março de 2016 foram encerradas mais de 320 mil vagas formais, contra cerca de 65 mil no mesmo período do ano passado.

Na comparação com o trimestre anterior, o rendimento real médio não apresentou um desempenho tão ruim quanto à ocupação, mantendo-se em patamar semelhante. Entretanto, na comparação com o ano anterior, o rendimento real já apresenta queda de mais de 3%. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) mostra que a redução nos salários reais foi pior em setores que exigem menor qualificação, resultado corroborado pelo fato de que a queda dos rendimentos foi mais forte entre aqueles que recebem menos que o salário mínimo. Os rendimentos reais para quem recebe menos que o mínimo caíram cerca de 10% nos últimos 12 meses. Já o rendimento real do decil superior da distribuição de renda caiu 6,7% no último ano. Apenas o trabalhador que ganha exatamente o salário mínimo não apresentou perda real de rendimento. A queda generalizada nos rendimentos, somadas à queda na ocupação fizeram com que no trimestre entre fevereiro e abril de 2016, a massa salarial se situa-se em 173 bilhões de reais (em R$ de março de 2016), mesmo patamar que se encontrava há três anos.

Devido ao cenário macroeconômico atual, é provável que se observe a manutenção da queda do nível de ocupação, visto que esta tem sido causada principalmente pelo menor número de admissões. Se isso resultará em aceleração da taxa de desemprego, dependerá muito do comportamento da PEA. Se ela voltar a crescer como no primeiro semestre de 2015, o desemprego subirá no mesmo ritmo acelerado apresentado neste trimestre. O estudo completo pode ser acessado aqui.

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