Fim do analógico

Até o fim de 2018, a TV no Brasil deverá ser só digital

Sinal analógico da TV aberta será desligado em capitais e principais cidades do interior e consumidor terá de comprar um aparelho digital ou converter o antigo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

Um dos meios de comunicação mais populares do país está passando por uma revolução tecnológica. Até o fim de 2018, o sinal analógico da TV aberta será desligado nas capitais e principais cidades do interior do país. Com isso, a maior parte dos brasileiros vai entrar numa nova era da televisão, a digital, com qualidade superior de imagem e de som, e recursos como a multiprogramação.

O processo de transição está sendo feito em etapas e registra atrasos. Sucessivas portarias do Ministério das Comunicações (fundido com o Ministério da Ciência e Tecnologia) foram publicadas para redefinir os calendários de desligamento — tecnicamente chamado de switch off. Por enquanto, a única cidade brasileira que assiste somente à TV digital é Rio Verde, no interior de Goiás.

Conforme o cronograma em vigor, Distrito Federal e Entorno terão transmissões analógicas interrompidas em outubro deste ano. Ao longo de 2017, será a vez das quatro capitais da Região Sudeste; de Salvador, Recife e Fortaleza, no Nordeste; e de Goiânia, no Centro-Oeste. Outra portaria definirá as localidades para 2018. Com isso, o governo espera que cerca de 1,4 mil cidades tenham o processo de migração concluído.

O diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luis Roberto Antonik, lembrou que a intenção inicial de implantar o novo sistema digital em todo o país foi abandonada e agora se optou por desligar o sistema analógico somente nas cidades onde seria necessário abrir caminho para a tecnologia 4G. É que com a migração do sistema, a faixa de frequência de 700 MHz ficará livre para ser usada pelas operadoras na implantação da telefonia de quarta geração.

Segundo ele, a Abert defende que a migração seja feita o quanto antes, não só porque a TV digital é melhor para os telespectadores, mas porque as emissoras têm de bancar custos de dois sistemas enquanto a transição não é totalmente concluída.

Sem pressa

O conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone é o presidente do Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV, responsável por disciplinar e fiscalizar a migração do sistema e do qual fazem parte governo, empresas e entidades representantes dos radiodifusores. Ele assegura que o calendário escalonado de desligamento do sinal analógico foi a melhor opção para garantir o êxito do processo.

“Nossa preocupação é não deixar ninguém sem acesso à TV. Não faria sentido acelerarmos o processo, excluindo parte da população. Estamos avançando com o pé no chão, de modo que a maioria dos brasileiros vai estar incluída no desligamento até 2018”, explica. Ele destacou que parte da estrutura de radiodifusão do país, apesar de suas dimensões continentais, está a cargo de prefeituras e associações sem recursos para investir e sem mão de obra qualificada. A crise econômica também atrapalhou o processo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.