Despedida

Amigos e familiares dão o último adeus ao percussionista Papete

O corpo do artista saiu da Casa do Maranhão, onde estava sendo velado, para o cemitério Jardim da Paz; Papete morreu quinta-feira, 26, em São Paulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48

Amigos e familiares deram o último adeus ao cantor Papete ( José de Ribamar Viana), 68 anos, na tarde de sexta-feira, 27. O corpo do artista saiu da Casa do Maranhão (no centro de São Luís), onde estava sendo velado, para o cemitério Jardim da Paz, localizado na MA-201 (Estrada de Ribamar) para o processo de cremação.

Ainda em vida, o artista maranhense manifestou o desejo de, após a sua morte, ter o corpo cremado. A sua vontade era ainda de ter as cinzas jogadas no rio Mearim, na cidade de Bacabal (distante aproximadamente 250 quilômetros da capital maranhense), município onde o cantor nasceu, no dia 8 de novembro de 1947.

O caixão foi conduzido em uma viatura do Corpo de Bombeiros. O cortejo fúnebre passou pelas avenidas Beira- Mar, Camboa, Franceses, Casemiro Júnior (Anil), Estrada de Ribamar até chegar ao cemitério Jardim da Paz. Ao longo do trajeto, o artista recebeu diversas homenagens de fãs e admiradores do seu trabalho.

Ao chegar ao cemitério, o caixão foi transportado por cadetes do Corpo de Bombeiros até uma capela onde foram realizadas orações e as últimas homenagens. Após esse momento, foi iniciado o processo de cremação do corpo do percussionista.

Cremação

Papete faleceu na quinta-feira, 26, em São Paulo. Como é praxe nos processos de cremação, essa atividade deve ocorrer 48 horas após o óbito da pessoa. Logo o corpo deverá ser cremado nas primeiras horas de sábado,28.

A cremação é um processo que se estende por cerca de três horas e nem mesmo os familiares da pessoa participam do processo. Terminada essa atividade, as cinzas são recolhidas e entregues para a família em uma urna especial no prazo de três dias. Como era desejo de Papete ainda em vida, suas cinzas serão jogadas no rio Mearim.

“Eu só tenho a agradecer a todos, que foram muito amáveis e atenciosos. Muito obrigada mesmo”, disse Gisele Paiva, viúva de Papete.

" Ele era apaixonado pelo Maranhão"

“O desejo dele era estar aqui neste São João, nem que fosse de cadeira de rodas”. A frase é da bancária Gisele Paiva, dita na Casa do Maranhão (Praia Grande), durante o velório do marido, o cantor e percussionista José de Ribamar Viana, o Papete, falecido nas primeiras horas da última quinta-feira, 26, em São Paulo, aos 68 anos, vítima de câncer de próstata. A Missa de Sétimo Dia será celebrada em São Paulo, na Igreja de Santana.

Gisele Paiva contou que os últimos três meses estavam sendo difíceis para Papete, por causa das complicações decorrentes da doença, que ele e a família enfrentavam no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Na verdade, tudo começou em 2007 e a doença foi controlada até 2013, tendo evoluído depois para uma metástase. Depois, o quadro de Papete só piorou.

“Ele era apaixonado pelo Maranhão e a última vez que aqui esteve, em vida, foi ano passado, quando lançou livro no Teatro Artur Azevedo. No retorno a São Paulo, foi direto para o hospital”, contou a esposa, que passou a manhã desta sexta, 27, recebendo as condolências de amigos de Papete, artistas, admiradores e autoridades.

Padre Haroldo Passos celebrou missa mencionando a importância da obra musical de Papete para o Maranhão e, ao término, pediu os aplausos de todos. Músicos, cantores, percussionistas, atores, empresários e políticos estavam lá para prestar sua última homenagem. O senador João Alberto disse que era amigo de Papete e frisou suas qualidades enquanto arranjador, percussionista e intérprete. “Papete, sem dúvida, contribuiu para o ressurgimento do bumba meu boi do Maranhão. Era um músico completo”, destacou.

Fernando Sarney, presidente do Conselho Deliberativo do Grupo Mirante, chegou acompanhado de Rômulo Barbosa, diretor de Mídias Eletrônicas do Grupo Mirante. “O Maranhão perdeu um de seus grandes artistas. Um talento extraordinário e que incrementou o nosso São João”, disse Fernando Sarney.

Gratidão

Todos os compositores que na década de 1970 tiveram seus nomes alavancados por Papete, quando da gravação do antológico disco “Bandeira de Aço”, demonstravam gratidão ao amigo. Gerude relembrou que quando conheceu Papete ele não perdeu tempo e logo pediu uma música. “Ele era um caçador de músicas. Eu mencionei uma que nem nome tinha. Mas ele logo batizou de ‘Tempo de Guarnicê’. E gravou, além de outras, como ‘Rojão’, composta por mim e Nosly”, disse Gerude.

O cantor Tutuca Viana contou que Papete era padrinho de sua filha e disse que lembrará dele não somente como artista, mas, principalmente, como amigo. “Papete tinha muito amor por sua terra e deu voz a muitos de nós, compositores, como eu, César Teixeira, Josias Sobrinho, Gerude, entre diversos outros. Devemos muito a ele. Lembro que o disco Bandeira de Ação vendeu 5 mil cópias na época”, contou Tutuca.

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