Cuidados com a saúde

Calor aumenta o risco de formação de cálculo renal, alerta médico

O problema é que as pessoas transpiram mais e nem sempre repõem a água; exames de imagem ajudam a detectar a doença e a localizar a posição das pedras

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Sylvio Batista diz que hidratação é necessária para evitar problemas
Sylvio Batista diz que hidratação é necessária para evitar problemas (Sylvio Batista)

No verão, o número de casos de pacientes com cálculo renal cresce 30%. Isto acontece porque as pessoas transpiram mais e nem sempre repõem a quantidade de água perdida. O resultado é que o rim trabalha menos e passa a acumular mais sais, proteínas, facilitando a formação de cálculos. Em cidades onde a temperatura é mais elevada como São Luís, a probabilidade de aparecimento de cálculos renais é maior. O diagnóstico preciso nesses casos é feito por exames de imagem, que ajudam a localizar a posição das pedras.

Há ainda o excesso de sódio. Além da formação de cálculos, no verão aumenta também o número de pessoas com cólicas renais. Nesta época, as pessoas se movimentam mais, o que faz com que a pedra caminhe mais rapidamente para o ureter. E não é só a água que hidrata. Isotônicos, água de coco e sucos cítricos, como limão, abacaxi, laranja, acerola e tangerina, são indispensáveis. Os sucos cítricos ajudam a hidratar e têm citrato, substância que evita a precipitação do cálcio na urina.

O rim é o responsável pela manutenção do equilíbrio hídrico do corpo. O ser humano tem apenas uma via de hidratação, que é a boca, e várias para perder água: urina e coco, transpiração, respiração e fala. No calor, essas perdas são maiores do que no frio. Homens têm mais pedra no rim do que as mulheres. A principal causa para a formação de cálculo, tirando o distúrbio genético, é a desidratação.

Incidência

Pelo menos 12% da população brasileira têm cálculos renais. Isto significa dizer que em torno de 24 milhões de pessoas sofrem ou já sofreram com pedras nos rins. A maior incidência ocorre na faixa etária entre os 20 e os 50 anos. Na infância, a doença é mais comum em crianças de 7 a 12 anos.

No Maranhão, relatos de dores abdominais que podem irradiar para a região genital são comuns. O diagnóstico é relativamente rápido e os exames mais comuns são a ultrassonografia do trato urinário ou a tomografia computadorizada do abdômen. Recentemente, a dona de casa Amélia Regina do Nascimento submeteu-se a uma tomografia computadorizada do abdômen para a detecção de calculo renal. As dores eram fortes e intermitentes. “É uma dor quase insuportável e intensa, que incomoda bastante. Ainda bem que o exame é rápido e eficaz”, diz Regina do Nascimento, que fez tomografia com o médico radiologista Sylvio Batista.

Segundo Sylvio Batista, que integra a equipe da Clínica i.Medical, especializada em diagnóstico por imagem, as dores também podem atingir os flancos, na junção do ureter com a bexiga, na virilha e os órgãos genitais. “Atualmente, com o avanço dos aparelhos, esse problema é diagnosticado de forma ainda mais rápida. Aqui, por exemplo, adotamos um tomógrafo com 16 canais, que possibilita imagens mais rápidas e com reformatação em múltiplos planos, favorecendo a detecção dos cálculos e sua localização”, frisa Batista.

Os rins

Na verdade, cálculo renal é uma nomenclatura imprecisa. Melhor seria chamá-lo de cálculo das vias urinárias, porque pode acometer qualquer ponto do aparelho urinário constituído pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. Com formato semelhante ao de um grão de feijão de maior tamanho, os rins são duas estruturas anatômicas que filtram o sangue que chega pela artéria aorta, distribui-se pelas artérias renais e retorna ao coração pela veia cava.

Neles é produzida a urina, que desce pelos ureteres, desemboca na bexiga e é eliminada pela uretra. Quando o cálculo se encontra no parênquima renal, não costuma dar sintomas. No entanto, ao migrar para a parte central onde estão os tubos coletores e para os ureteres, pode provocar dor de forte intensidade, a cólica renal, que requer cuidados médicos. Provavelmente o que aconteceu com dona Regina do Nascimento.

Conforme Sylvio Batista, entre diversos outros fatores, a formação de cálculo renal é favorecida pela baixa ingestão de líquidos e alguns defeitos metabólicos do próprio organismo, como baixos níveis de citrato na urina e o aumento da eliminação de cálcio e de ácido úrico pelos rins.

“As causas variam e podem estar ligadas a hábitos alimentares inadequados, como o excesso de proteína animal, de sal, doces e carboidratos, além de uma dieta pobre em fibras vegetais e frutas. Há ainda a questão da obesidade, o sedentarismo, o estresse emocional e as alterações metabólicas do próprio organismo, podendo ser de origem genética ou adquirida. Mas, acima de tudo, para evitá-lo, as pessoas devem tomar muita água”, explica o médico.

Mais

Segurar o xixi não é legal. A urina acumulada na bexiga deixa uma série de resíduos no órgão e pode causar infecção urinária. Além disso, pode dar refluxo no rim pela pressão da bexiga cheia. O refluxo impede o rim de trabalhar direito e pode levar à formação de pedras.

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