Sem aula

85 mil alunos poderão ficar sem aulas na rede pública municipal

Situação decorre da possibilidade de greve dos professores, que, segundo o sindicato da categoria, pode ser iniciada no dia 19 deste mês; falta de acordo com o poder público é apontada como causa

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Parte da cobertura da quadra de esportes da escola Darcy Ribeiro está danificada e pode cair sobre alunos
Parte da cobertura da quadra de esportes da escola Darcy Ribeiro está danificada e pode cair sobre alunos (Quadra)

Quase um quarto da população ludovicense, até 19 anos (de acor­do com o último Censo do IBGE), poderá ficar sem aulas a partir de quinta-feira, dia 19, dependendo apenas do resultado da assembleia (na Fetiema, a partir das 8h30) a ser realizada neste dia dos professores da rede pública municipal. Eles decidirão sobre a suspensão ou não, por tempo indeterminado, das atividades. Caso seja confirmada a greve, 85 mil alunos serão prejudicados na capital maranhense.

De acordo com o Sindicato dos Professores do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação), não há consenso entre os docentes e o poder público, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Eles reivindicam o pagamento, de forma integral, do aumento de 11,36% garantindo – segundo os tra­balhadores – por meio da Lei nº 5.877, divulgada no Diário Oficial do Município em agosto de 2014.

Em contrapartida, a Prefeitura de São Luís teria oferecido – em reunião realizada entre as partes no dia 11 deste mês – um reajuste de apenas 10,67% e quitação do valor em três vezes (em junho, setembro e dezembro deste ano). “Nós não aguentamos mais negociar com a Prefeitura. Já foram feitas várias concessões e, até o momento, nada de concreto foi feito”, disse a presidente do Sindeducação, Elisabeth Castelo Branco.

Sem proposta
Ainda de acordo com a dirigente, a greve será confirmada caso a Prefeitura não apresente uma proposta considerada “satisfatória” em até 48 horas. “Se isso não ocorrer, a greve seria a única for­ma viável. Queremos deixar bem claro à população que o movimento grevista não é a vontade da categoria. Pelo contrário. Foi a forma encontrada para pressionar, de alguma forma, o poder público”, afirmou a presidente.

Caso seja confirmada, esta se­ria a segunda paralisação dos professores na capital maranhense em pouco mais de três meses. Em março deste ano, os docentes promoveram uma suspensão das atividades, obedecendo ao calendário da categoria, em nível nacional.

Nós não aguentamos mais negociar com a Prefeitura. Já foram feitas várias concessões e, até o momento, nada de concreto foi feito”Elisabeth Castelo Branco, presidente do Sindeducação

À época, os trabalhadores reivindicavam, além de melhorias na infraestrutura das escolas, melhores condições de seguran­ça, já que alguns prédios – por falta de pagamento – estavam sem vigilantes durante o dia. Em entrevista no início deste mês à Rádio Mirante AM, o secretário titular de Educação do Município de São Luís, Moacir Feitosa, informou que um projeto de reforma de pelo menos seis escolas da rede pública estava em fa­se final de elaboração.

Uma das escolas apontadas na ocasião, pela Semed, para refor­ma foi a Alberto Pinheiro, considerada a unidade mais tradicional da cidade. Em nota en­caminhada a O Estado no dia 6 deste mês, informou que estava em “fase final” o processo de contratação da empresa, que executaria a reforma da unidade escolar.

Outra unidade escolar em situação crítica, de acordo com o Sindeducação, é a UEB Darcy Ribeiro, no Sacavém. No prédio, é possível ver, por exemplo, parte da cobertura da quadra esportiva em estado avançado de degradação.

Em nota, a Semed informou que a UEB Darcy Ribeiro iniciará o primeiro lote de serviços pontuais de melhorias. De acordo com a Prefeitura, os serviços começarão na próxima semana, por empresa de manutenção já com contrato vigente. Até o fechamento desta página, a Prefeitura de São Luís não se pronunciou sobre a possibilidade de greve dos professores.

Números
343.143
pessoas é o total de pessoas entre 0 e 19 anos na capital maranhense, de acordo com o IBGE
85 mil alunos poderão ficar sem aula em São Lu[is, segundo o Sindeducação

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