São Luís em rede

Como usar as redes sociais para ajudar na criação dos filhos

Para tirar as dúvidas e trocar dicas de cuidados ao longo da gestação e após o nascimento do primeiro filho, 26 mães de diversas idades e profissões se reuniram

Jock Dean

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Mães que se comunicam pelo WhatsApp diariamente se encontram para contar como é sua rotina
Mães que se comunicam pelo WhatsApp diariamente se encontram para contar como é sua rotina (Mães)

A criação de grupos em redes sociais como o “Mamãe de primeira viagem” mostra também como as novas tecnologias influenciam mudanças de comportamento. Antigamente, a principal referência das novas mamães era a futura avó, assim como as tias, sogra, vizinhas, colegas de trabalho e outras mulheres que já tinham passado pela gestação. Hoje, esse círculo aumentou. A troca de experiências, inclusive as mais específicas, ganhou aliados que podem conectar uma pessoa até mesmo com quem está do outro lado do mundo: as redes sociais e aplicativos de comunicação.

As mães frisam que não se pode abandonar o acompanhamento com um pediatra, mas as dicas e vivências trocadas são essenciais para o bem-estar do bebê. “Mas cada médico tem uma forma de atender e tratar a criança. Então, no grupo a gente se pergunta o que o pediatra de cada bebê disse, o que cada mãe está fazendo com relação a alimentação, cólica do bebê ou outro problema. A gente pergunta se a recomendação do pediatra resolveu o caso, o que deu certo, o que não deu. A gente vai comparando e isso ajuda muito”, explica a advogada Lizziane Saraiva, 30 anos, mãe da Luíza, 8 meses.

Brenda Veiga é a mãe mais jovem do grupo. Aos 17 anos, ela é mãe do João Miguel, 8 meses. Para ela, a grande vantagem de participar do grupo é poder trocar opiniões com outras mães que estão passando pelas mesmas fases que ela. “As mães do grupo tiveram filhos em períodos muito próximos. Então, estamos vivendo as mesmas coisas agora. As opiniões que trocamos são válidas por isso. Não é a opinião de alguém de fora, que não tem experiência”, comenta.

E o grupo não serve apenas para trocar experiências, mas também ensinamentos práticos. “Se um bebê está gripado, como cada uma tem uma pediatra, a gente acaba dizendo o que cada médico recomendou. Então, por exemplo, a pediatra recomendou que eu tinha de lavar o nariz de Catarina. Só que eu não sei como lavar. Então, outra mãe faz um vídeo e manda no grupo ensinando como é que se faz”, conta a designer de moda Fernanda Abreu Reis, 28 anos, mãe de Catarina, 5 meses.

As mães do grupo também têm a vantagem de contarem com o conhecimento profissional uma das outras. Uma delas é dentista e, como os bebês têm idade próximas, ela está ajudando nessa fase em que começa a nascer o primeiro dentinho. “Tem pediatra que gosta de passar remédio. Outros, não. Ela já dá alternativas. Então, cada uma com a sua especialidade de mãe vai tentando dar uma solução para a vida da outra”, destaca Fernanda Abreu Reis.

Diferença
E para elas cada pequena dica passada no grupo faz muita diferença no dia a dia. A pediatra de Maísa, 7 meses, filha da estudante de arquitetura Tiana Oliveira, 21 anos, foi uma recomendação de outra mãe. “Acho que essa foi a melhor dica que recebi no grupo até agora, porque eu gosto muito da pediatra que me indicaram. A forma como ela atende minha filha e tira minhas dúvidas faz muita diferença para mim”, conta.

Mãe do Bernardo José, 9 meses, a advogada Nathássia Vidal, diz que a relação entre elas ultrapassa os limites da internet e das telas dos celulares. “A gente ficou bem amigas, apesar de nem todas se conhecerem pessoalmente, mas no dia a dia a gente se fala do início da manhã e até durante a madrugada, como na hora das mamadas, que a gente chamava informalmente de ‘plantão do peitão’, pois quem estava ali acordada amamentando ficava conversando com as outras e a gente se distraía, o que nos ajudava a aliviar o sono e fazia até o tempo passar mais rápido”, afirma.

Com a experiência trocada no grupo, as mães de “primeira viagem” já conseguem ajudar outras mulheres que tiveram as mesmas dúvidas que ela durante a gestação e nos primeiros dias de vida do filho, como faz a bancária Raphaela Neves, 26 anos, mãe do Henrico, 5 meses. “Na gravidez, se sente muitas dores, e o que eu aprendi repasso hoje para outras mães. Então, recomendo a elas descanso, ingerir muito líquido, ter sempre acompanhamento médico e, principalmente curtir, porque a gravidez passa muito rápido”, recomenda.


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Mas tem uma coisa que rede social ou aplicativo algum jamais conseguirá substituir: o bom e velho coração de mãe. “Eu sou aquela que sempre diz no grupo ‘Siga o seu coração’. Então, a pediatra diz alguma coisa como acordar a neném às 6h para a primeira alimentação do dia, mas eu saio do trabalho à meia-noite. Então, 6h é um horário complicado para mim e é quando ela está em um sono muito bom.

Então, eu digo para as mães para a gente seguir nossos corações. Se não dá para acordar a neném às 6h, vamos fazer conforme fica melhor para mãe e cada neném”, indica a professora Michelle Ewerton, mãe de Ísis, de 8 meses.

NA REDE

E não é apenas nos aplicativos de mensagens que as mães se reúnem para trocar histórias e experiências. No Facebook, há diversos grupos de mães, divididos por situações, fases, cidades e tudo mais que se possa imaginar. Em São Luís, o “Mães e pais em São Luís” reúne 6.043 membros. O grupo tem como objetivo tirar dúvidas e facilitar debates e conversas sobre o universo infantil. Lá, mães e pais fazem todo tipo de perguntas, mas as mais frequentes são sobre indicações de escola, de pediatra e outros serviços voltados para o público infantil.

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