Doença

Maranhão tem 5 casos de síndrome respiratória grave

Em nenhum dos casos houve confirmação laboratorial de ligação com o vírus H1N1, mas especialistas orientam que as pessoas devem ter cuidado para evitar a doença

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

Até ontem, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Maranhão já teve cinco notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em nenhum dos casos houve confirmação laboratorial de que elas estariam ligadas o vírus H1N1, o caso mais grave da doença que pode ocasionar até morte. O ano de 2015 se encerrou com 26 notificações e duas mortes, nenhuma por H1N1. Mesmo com essa baixa notificação, médicos e especialistas orientam que as pessoas devem ter todo o cuidado para evitar contrair qualquer tipo de síndrome respiratória, principalmente quem está no chamado “grupo de risco”.

O pediatra José Luiz Guimarães ressaltou que o período climático em que estamos agora facilita o contágio da doença. Por isso, é fundamental atenção aos sintomas, e se houver uma evolução do quadro, fundamental procurar logo um pronto-atendimento. “A demanda neste período tem aumentado muito, com relação aos outros meses”, afirmou o médico.

A principal expectativa agora é para o início da campanha nacional de vacinação contra a gripe, que começa em 30 de abril e vai até 20 de maio. O Maranhão, ao contrário de outros estados que anteciparam a vacinação, vai seguir o calendário nacional. De acordo com a SES, o principal objetivo da campanha é reduzir as complicações e as internações decorrentes das síndromes respiratórias na população alvo da campanha, como gestantes, idosos e pessoas com comorbidades (quan­do a pessoa tem dois ou mais problemas de saúde), que têm riscos maiores de adoecer.

Além da vacinação, a secretaria ainda recomenda que a população adote medidas de prevenção para evitar a infecção por influenza, principalmente voltadas para a higiene, como lavar sempre as mãos e evitar locais com aglomeração de pessoas (pela facilidade da transmissão de doenças respiratórias).

SRAG
Indivíduos de qualquer idade po­dem ter a Síndrome Respiratória Aguda (SRAG). A doença é caracterizada por febre alta, tosse e dispneia, acompanhada de aumento da frequência respiratória (de acordo com idade) e hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente. Em crianças, ainda pode haver desidratação e inapetência.

Segundo pesquisadores, a síndrome pode ter várias causas, entre elas o vírus (Influenza A, dengue, vírus sincicial respiratório, adenovírus, hantavírus e coronavírus), e outros agentes (pneumococos e outras bactérias, Legionella sp., leptospirose, etc.). O vírus Influenza A(H1N1) é um dos principais causadores de óbitos.

O Ministério da Saúde anunciou, na segunda-feira (11) que o número de mortes ocasionados pelo vírus chegou a 102, em todo o Brasil.Ao todo, foram registrados 686 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por H1N1 até 2 de abril. Outras causas de SRAG levaram a 168 casos e 13 óbitos. Do total, 70 mortes foram no estado de São Paulo. O vrus chegou antes do esperado.

Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Maranhão em 2016
Imperatriz - 1
Brejo – 1
Timon - 3

Grupos de risco
Pessoas com 60 anos ou mais
Grávidas a partir de 12 semanas
Mães até 45 dias depois do parto
Crianças de 6 meses a menores de cinco anos
Portadores de doenças crônicas não transmissíveis
Trabalhadores da saúde
População indígena
Pessoas privadas de liberdade

Entrevista

MARIA ALICE SENA - INFECTOLOGISTA

Qual a forma de contágio da H1N1?

A forma de contágio da vírus Influenza H1N1 é através do contato próximo com secreções respiratórios do indivíduo (gotículas) portador do vírus, através da tosse, espirro e durante a fala.

Qual a importância da vacinação? É dose única?

A vacinação é uma das medidas utilizadas para prevenção da doença, vez que pode ser administrada antes de possível exposição ao vírus. É feita em dose única, porém há necessidade de reforço anual para que sejam atualizadas as cepas do vírus disponibilizadas na vacina.

A vacinação garante 100% de imunização?

Considerando que cada pessoa reage de forma diferente aos estímulos, não podemos dizer que a vacina será 100% eficaz na totalidade dos indivíduos nos quais ela é administrada. A vacina é menos eficaz nos extremos de idade e em pessoas com comprometimento imunológico. Entretanto, sabe-se que a eficácia da vacina pode variar de 50-90%, na dependência da coincidência entre as cepas incluídas na vacina e as cepas circulantes do vírus. A vacina funciona através da injeção de partículas do vírus capazes de induzir a resposta imunológica, sem desencadear sintomas da doença. Estima-se que haja redução em torno de 50% nas formas graves da doença pós vacinação.

Quais as formas de prevenção?

Evitar aglomerações em ambientes fechados. Isolar o paciente com suspeita ou diagnóstico da gripe H1N1, utilizando máscara para o contato direto com o mesmo e o orientando a lavar frequentemente as mãos, usar lenço cobrindo a boca e o nariz, ao tossir e espirrar e vacinação da população vulnerável.

Além dos grupos de risco, como crianças, idosos e agentes de saúde, quem pode se vacinar na rede pública?

A vacina é indicada para a prevenção primária contra o vírus e, portanto, deve ser administrada antes da exposição ao mesmo, vez que demora cerca de 15 dias para estimular a produção de imunidade. Toda população pode ser vacinada. O Estado disponibiliza gratuitamente a vacina na rede pública para determinados grupos de mal vulnerabilidade (crianças de 6m a 2 anos, gestantes, puérperas, portadores de doenças crônicas, profissionais de saúde, população carcerária). A vacina também está disponível na rede privada para os indivíduos que não se enquadrarem nos pré-requisitos de uso na rede pública.

Como deve ser o contato com quem tem a doença?

Deve-se evitar, ao máximo, o contato próximo (menos de 1 metro) da pessoa portadora de influenza. Caso seja inevitável, deve-se utilizar máscara de barreira e efetuar a lavagem das mãos antes e após o contato com o doente. Caso haja exposição desprotegida, em indivíduos vulneráveis não vacinados ou vacinados há menos de 15 dias, depender do grau de risco, pode ser feito uso de medicamento antiviral, profilaticamente.

JORGE BENEVIDES - PNEUMOLOGISTA

Como funciona o quadro de evolução da gripe no corpo do paciente? (Parte respiratória)

O quadro de evolução é rápido com queda do estado geral, febre, dores generalizados e desconforto respiratório, ou seja, falta de ar e tosse persistente.

Quais os sintomas mais frequentes?

Citados acima.

Quando a pessoa descobre que está com a gripe H1N1, o que tem que ser feito?

Aos primeiros sintomas procurar uma unidade de saúde ou hospital para providências médicas e exames adequados.

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