Música clássica

Novidades no cenário erudito

Sérgio Roberto de Oliveira, compositor já indicado ao Grammy Latino em música clássica, movimenta o mercado com 10 CDs, produzidos pela Casa Discos

Evandro Júnior/ O Estado do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Sérgio Roberto de Oliveira afirma que cenário da música erudita na atualidade é promissor
Sérgio Roberto de Oliveira afirma que cenário da música erudita na atualidade é promissor (Sérgio Roberto de Oliveira)

Compositor já indicado ao Grammy Latino em música clássica, o compositor carioca Sergio Roberto de Oliveira está movimentando o cenário erudito com novos projetos. São 10 CDs produzidos pela Casa Discos, produtora que leva sua marca. Atualmente, Sergio Roberto divide espaço com outro artista: o americano Mark Hagerty, com o CD “Pares”, o segundo dos dois, depois de “Luminosidade”, que saiu em 2012. Desta vez, tendo como intérpretes o Duo Santoro (violoncelos) e o Duo Bretas-Kevorkian (piano a 4 mãos).


O disco “Pares” traz obras dos compositores interpretadas por cada duo e também misturando as duplas, sempre em torno da referência maior do disco, os números pares. A linguagem conceitual inspirou os compositores a convidar os gêmeos e as pianistas para explorar todas as combinações: obras para dois violoncelistas, para duas pianistas e para violoncelista e pianista. Estas simetrias contrastam com as personalidades musicais individuais, com grandes diferenças nas abordagens e nas vozes dos compositores.

“Estados de Espírito” (“States of Mind”), de Mark Hagerty, escrita especialmente para o Duo Santoro e estreada pelos próprios compositores no festival Internacional Compositores de Hoje 2013, no Rio, impressiona, pois parece saltar sua veia musical brasileira. A obra possui doze movimentos entremeados por um “Contorno”, com movimentos diferentes, levando para caminhos às vezes lírico, às vezes pictórico, ruídos, abstratos, sérios e cheios de humor.

Na opinião de Sergio Roberto, o cenário da música erudita na atualidade é promissor. “Embora estejamos atravessando uma crise na divulgação, vínhamos com um crescimento contínuo e consistente das plateias, atingindo cada vez mais pessoas, até que no último ano temos notado uma grande diminuição das oportunidades de divulgação na mídia tradicional. Isso tem nos impactado. Mas, do ponto de vista artístico, estamos vivendo um grande momento”.


Destaques
Do ponto de vista do conhecimento do público, o compositor destaca “Ao Mar”, para dois violoncelos, que em sua opinião é uma obra que sempre faz sucesso. Não é à toa que foi sobre ela que ele decidiu fazer o videoclipe. Mas obras que utilizam elementos cênicos também costumam fazer bastante sucesso, como é o caso de “Cartas de Amor”. Das mais recentes, “Pares”, que dá título ao seu último CD, tem sido muito bem recebida também. Como compositores de destaque, Roberto gosta de citar Ricardo Tacuchian e Jocy de Oliveira.

“O que eles conseguem em termos de projeção de sua música é fantástico, embora muitas vezes não chegue ao grande público. Como intérpretes, os consagrados continuam aí: Nelson Freire, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Mas me encanto sempre com alguns intérpretes que por vezes não são tão badalados, mas que são de um nível altíssimo, como a soprano Gabriela Geluda e o clarinetista Cristiano Alves”, opina.

Para ele o desafio é fazer os meios de divulgação perceberem que estão diante de uma arte vibrante, relevante, e que no Brasil tem uma qualidade altíssima. “Com uma divulgação maior, poderia atingir realmente um público muitas vezes superior ao que atinge hoje. Nossa música de concerto é o espaço onde os criadores musicais pensam em linguagem, modificam a ordem das coisas. É fundamental para sabermos quem somos hoje, do ponto de vista musica. E a brasileira realmente é vibrante! Mesmo movimentando muito menos recursos que outras artes”.

Ele também assina a produção do CD “Música Carioca de Concerto – Quintetos de Sopro”, do qual participa ao lado de compositores atuantes no circuito carioca como Ricardo Tacuchian, Thiago Sias, Rudi Garrido, Azael Neto e Rodrigo Marconi. A obra presta homenagem aos compositores atuantes no circuito da música de câmara do Rio de Janeiro e que povoam as salas de concerto. l

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