Paralisação

Sem pagamento, professores do ‘Segundo Tempo’ param

Eles alegam que desde o mês de novembro de 2015 estão sem receber o salário; Seduc informou que está tomando providências para regularizar o mais breve possível o pagamento dos monitores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

SÃO LUÍS - O atraso no pagamento dos salários levou os professores que fazem parte do programa Segun­do Tempo, do Governo Federal, a paralisar as atividades na Região Metropolitana de São Luís. Muitos estão sem receber o salário desde o mês de novembro do ano passado e alegam que o Governo do Estado, que deveria repassar a verba vinda do Ministério do Esporte para esses profissionais, não está cumprindo suas obrigações.

Na manhã de ontem, um gru­po formado por cerca de 20 professores foi à sede da Superintendência Regional da Polícia Fe­deral no Maranhão (PF), na Cohama, na tentativa de registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) denunciando o não pagamento dos salários, uma vez que se trata de uma verba federal que deveria ser repassada aos docentes pelo Governo do Estado. Eles não conseguiram fazer o registro da ocorrência, mas prometeram buscar outros órgãos, como o Ministério Público do Trabalho (MPT), na tentativa de solucionar o impasse.

Insatisfação
O programa Segundo Tempo, do Governo Federal, tem o principal objetivo de oferecer atividades esportivas para crianças e adolescentes da rede pública de ensino de toda a Ilha. No Maranhão, as ações são coordenadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

De acordo com Lucivania Rodrigues, uma das coordenadoras de núcleo do programa, os professores realizaram o seletivo, e em novembro do ano passado as atividades do Segundo Tempo começaram na região metropolitana. Desde aquele mês, alguns professores não receberam salários.

Ela ainda afirmou que muitos professores iniciaram as atividades sem receber os devidos treinamentos e orientações. Além disso, ela alegou que os materiais entregues para que as ações fossem oferecidas para os estudantes não foram os corretos. “Entre­garam os materiais de recreação, quando deveriam ser entregues os esportivos. Por causa disso, algumas escolas não aceitaram”, disse Lucivania Rodrigues.

A coordenadora informou ain­da a O Estado que por diversas vezes a Secretaria de Projetos Especiais da Seduc foi procurada em busca de uma resposta para as reivindicações, mas não houve informações convincentes.

Em uma das reuniões que os professores tiveram com representantes da Seduc, foi-lhes informado que o pagamento dos salários atrasados seria efetuado até o dia 10 deste mês, mas isso não aconteceu. A mudança na coordenação do programa Segundo Tempo em nível estadual também foi motivo de insatisfação para os docentes.

“Até agora, não tivemos respos­ta se o programa vai continuar ou parar. Muitos professores se comprometeram com o programa e até saíram de outros empregos”, pontuou a coordenadora Lucivania Rodrigues.

No programa, também existem os monitores que repassam as atividades esportivas para os alunos e eles também reclamam do atra­so no pagamento dos seus salários. “Se o dinheiro está na conta, queremos saber por que não é fei­to o pagamento”, questionou a monitora Ana Cristina Gonçalves.

O Estado entrou em contato com o Governo do Estado em bus­ca de um posicionamento sobre a situação. Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que está tomando providências para regularizar o mais breve possível o pagamento dos monitores do Programa Segundo Tempo. Informa ainda que o programa está em fase de reestruturação e replanejamento nas escolas, a fim de atender com mais qualidade e alcançar melhores resultados no estado.l

SAIBA MAIS

O programa Segundo Tempo é realizado pelo Governo Federal por meio do Ministério do Esporte. Ele atende jovens com idades entre 6 e 17 anos e, na Região Metropolitana de São Luís, atua por meio de 150 núcleos distribuídos nos quatro municípios da ilha (São Luís, Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar). Na capital maranhense, funcionam 102 núcleos. Outros 31 estão ativos na cidade balneária de São José de Ribamar. São seis na Raposa e 11 em Paço do Lumiar, totalizando 150 núcleos. Cada um deles atende 100 estudantes.

NÚMEROS
Núcleos do programa Segundo Tempo em São Luís

150 existentes na Região Metropolitana de São Luís
102 em São Luís
31 em São José de Ribamar
6 na Raposa
11 em Paço do Lumiar

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