Tensão

Após 6 horas, pai libera dois filhos e mulher feitos reféns

Homem teve surto psicótico e, armado com um facão, se trancou em casa com os filhos de oito meses e quatro anos, e a mulher, ameaçando matá-los; ação mobilizou grande aparato policial na área da Jordoa, em São Luís

Ismael Araujo/ O ESTADO do MA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

SÃO LUÍS - Por mais de seis horas, o portador de transtorno mental, identificado como Tiago Silva Feitosa, de 33 anos, fez refém, ontem, seus dois filhos, sendo um de 8 meses e outro de 4 anos de idade, e a sua mulher, Cilene Feitosa, de 22 anos, também portadora de transtorno mental, sob ameaça de assassiná-los a golpes de facão, dentro de sua residência, na Travessa da União, na Vila dos Pais, no bairro Jordoa, em São Luís. Segundo a família, ele teria tido um surto pelo fato de não querer ir fazer tratamento em uma clínica psiquiátrica, localizada no bairro Monte Castelo.

A mãe dele, Maria da Felicidade Feitosa, de 50 anos, estava fortemente abalada, com receio de o filho realizar alguma ação inesperada que pudesse, de fato, tirar a vida dos seus netos. Ela disse que Tiago Silva estava há 15 dias sem tomar a sua medicação e durante esse tempo chegou a ter algumas crises e a maioria ocorreu quando estava na rua do bairro onde reside.

Ainda segundo informações de Maria da Felicidade, na manhã de ontem o filho teria discutido com alguns vizinhos. Devido a isso, ela resolveu, na tarde de ontem, levar Tiago Silva, com o apoio do Corpo de Bombeiros, para a clínica de psiquiatria. Ele, ao ver os bombeiros, acabou surtando e fazendo os filhos e a sua esposa refém. “Estou aflita até o momento, pois ele gritava que iria se matar e ainda retirar a vida das pessoas inocentes”, desabafou Maria da Felicidade.

Aparato

Os bombeiros começaram a fazer a negociação com Tiago Silva, mas, como não obtiveram sucesso, foi necessária a presença dos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Batalhão de Choque, Rotam, guarnições do 9º Batalhão da Polícia Militar, do Centro Tático Aéreo (CTA) e a equipe da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

A rua onde Tiago Silva reside foi isolada com viaturas da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e duas ambulâncias do Samu. O comandante do Comando do Policiamento de Área Metropolitana I (CPAM I), coronel Pedro Ribeiro, informou que foi necessário também que os militares isolassem as ruas adjacentes para evitar o tumulto e ainda controlar os ânimos dos moradores. “Na verdade, o clima é de tensão. Necessitamos de muito cuidado”, frisou o coronel.

As negociações com Tiago Silva começaram ainda por volta das 15h, feitas pelo capitão da Polícia Militar Gustavo Almeida, lotado no CTA. No decorrer da conversa, Tiago Silva chegou a falar em se matar e que não deixaria de forma alguma a sua residência. Ele portava um facão. Também chegou a negociar com o acusado o delegado da Seic, André Gossain.

Os negociadores também utilizaram durante a negociação a irmã do acusado, identificada como Mary Feitosa, de 23 anos. Ela ainda chegou a dar um remédio para o irmão. Ele tomou e dormiu durante rápido período. Após seis horas, Tiago Silva liberou a esposa e o filho de 8 meses com a promessa de eles irem até a uma delegacia, na capital, para registrar uma ocorrência de que um dos seus filhos teria sido ameaçado de morte.

Cilene Feitosa e a criança deixaram a casa, sob a proteção de policiais, inclusive do delegado André Gossain, para registrarem a ocorrência policial. Tiago Silva entregou o facão e, após ter em mãos o boletim de ocorrência, resolveu se entregar para a polícia.

O coronel Pedro Ribeiro informou que Tiago Silva seria levado para uma clínica de psiquiatria para ser medicado, enquanto os reféns ainda seriam assistidos por uma equipe médica. Já o capitão Gustavo Almeida disse que a negociação foi tensa, mas a polícia acabou conseguindo controlar a situação. l

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