Fernando Henrique

Polícia Federal vai investigar evasão de divisas de FHC

Ex-amante do ex-presidente revelou que recebia dinheiro no exterior sem declaração à receita

Marco Aurélio D''Eça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
FHC teria usado empresas para mandar dinheiro ao exterior
FHC teria usado empresas para mandar dinheiro ao exterior (Fernando Henrqiue Cardoso)

BRASÍLIA - A Polícia Federal abriu inquérito ontem para investigar a ocorrência de "eventuais ilícitos criminais", conforme nota do Ministério da Cultura, a respeito de evasão de divisas praticadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A investigação se baseia em entrevista da ex-amante de FHC, a jornalista Mirian Dutra Schimidt concedida ao jornal "Folha de S.Paulo" no dia último dia 17. O inquérito tramitará em sigilo, na forma da legislação em vigor.

De acordo com Mirian, o ex-presidente utilizou a empresa Brasif Exportação e Importação para enviar dinheiro para ela e para seu filho. A Brasif era uma concessionária das lojas duty free em aeroportos brasileiros na época do governo de Fernando Henrique.

Nesta segunda-feira (22), o ex-presidente classificou como "invenção" e "coisas menores" as denúncias de que ele teria usado a Brasif para enviar ao exterior dinheiro para Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento extraconjugal, e para o filho dela, Tomás Dutra.

"Não tem fato. O que foi que eu fiz de errado? Nada. Vocês estão insistindo em um tema que não existe. É invenção, não sei de quem. São coisas menores. Estou preocupado com o Brasil", disse FHC.

O ex-presidente destaca que ainda não ter "denúncia nenhuma" e que a própria empresa disse que não é verdade. FHC acrescentou não ter nada a "temer e esconder" e voltou a afirmar que a relação com a jornalista "pertence ao âmbito pessoal".

Mais

FHC começou a namorar Míriam no final dos anos 80, início dos anos 90 quando ele era senador e ela repórter da TV Globo em Brasília. Não era incomum algum amigo de FHC telefonar para o apartamento dele em Brasília e ser atendido por Míriam.

Em 1994, quando foi candidato a presidente pela primeira vez, Tomás tinha dois anos e FHC temeu que a história do filho fora do casamento com dona Ruth Cardoso fosse explorada durante a campanha.

Míriam sempre garantiu para FHC que o filho era dele. A jornalistas amigos que a procuravam, negava. Chegou a sugerir que o pai era um biólogo de Santa Catarina.

FHC desconfiava que o filho pudesse ser de outra pessoa que se relacionara com Míriam na mesma época - um diplomata do Itamaraty.

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