Crise

OIT revela que Brasil terá 700 mil desempregados

De acordo a Organização Internacional do Trabalho, com base nas projeções mais recentes de crescimento econômico, o número de desempregados crescerá em 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo este ano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51
Desaceleração econômica ocorrida em 2015 tende a causar impacto sobre os mercados de trabalho/Divulgação
Desaceleração econômica ocorrida em 2015 tende a causar impacto sobre os mercados de trabalho/Divulgação (Emprego)


SÃO PAULO - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) prevê que o número de desempregados crescerá em 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo este ano e em 1,1 milhão em 2017. Ou seja, em dois anos, 3,4 milhões de pessoas a mais farão parte do contingente global de desempregados. Do total de trabalhadores que passarão a integrar as estatísticas do desemprego em 2016, segundo a OIT, 700 mil serão brasileiros.

Os dados estão no relatório World Employment and Social Outlook – Trends 2016 (Emprego no Mundo e Perspectiva Social – Tendências 2016). Segundo a OIT, que é vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), as estimativas se baseiam nas projeções mais recentes de crescimento econômico.

Na avaliação da entidade, a desaceleração econômica global ocorrida em 2015 tende a causar um impacto atrasado sobre os mercados de trabalho este ano, resultando em um aumento nos níveis de desemprego, particularmente nas economias emergentes. A entidade destacou principalmente as economias da Ásia e América Latina.

Especificamente na América Latina, a OIT informou que o Brasil, “maior economia da região”, está “entrando em uma severa recessão”. Conforme o organismo, o fenômeno de queda na atividade econômica no país e em outras economias emergentes reflete “uma combinação do declínio em preços de commodities (produtos básicos com cotação internacional) e fatores estruturais”. Como principal problema estrutural na América Latina, foram citados os baixos ganhos em produtividade.
O organismo acrescentou que a economia asiática foi afetada pelo crescimento mais fraco do que o esperado na China, combinado ao menor preço das commodities. “Em 2015, o crescimento econômico da China caiu para abaixo de 7% (para 6,8%) pela primeira vez em mais de duas décadas".

Indústria de SP perdeu 235 mil vagas em 2015

A indústria paulista terminou 2015 com o fechamento de 235 mil vagas. Houve piora em todas as regiões do estado e em todos os setores industriais. Os dados são do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon).

No acumulado do ano, a queda é de 9,26%, a pior da série histórica. Segundo a Fiesp, o resultado do ano passado é pior ainda que o registrado em 2009, auge da crise, quando o emprego acumulou perdas de 4,59%. Em 2014, a queda havia sido de 4,93%.

Na passagem de novembro para dezembro, a indústria paulista demitiu 53,5 mil trabalhadores, variação negativa de 2,26%. O pior resultado da série histórica da pesquisa da Fiesp, iniciada em 2006, foi em dezembro de 2008, quando a taxa foi negativa em 5,07%.

Em 2015, todos os 22 setores avaliados pelo Depecon demitiram mais do que contrataram. É a primeira vez na história da pesquisa que todos os segmentos da indústria registram queda no dado de emprego ao longo do ano.

Entre os setores que mais demitiram, o destaque ficou para a indústria automotiva, que fechou 33.217 vagas em 2015, seguido pelo segmento de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com 33.057 postos de trabalho a menos. O setor de máquinas e equipamentos demitiu 28.496 trabalhadores ano passado, enquanto a indústria de confecção de artigos do vestuário e acessórios fechou 21.130 vagas. Somente esses quatro setores correspondem a praticamente metade das vagas encerradas no ano.

Todas as regiões registraram saldo negativo de empregos em 2015. Na Grande São Paulo, o emprego industrial fechou o ano com queda de 9,99%, enquanto as demais regiões do interior registraram queda de 8,65%.

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