CRÔNICA

Centenários Acadêmicos

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

Este ano de 2016 é rico em matéria de efemérides acadêmicas. A Academia Maranhense de Letras, sempre atenta a eventos que lhe dizem respeito, organizará uma programação especial, para a comemoração de cinco centenários de intelectuais que dela fizeram parte e deixaram seus nomes perenizados.

São três centenários de nascimento e dois de falecimento. Na relação dos nascidos em 1016, Franklin de Oliveira, Pires de Saboya e Erasmo Dias. Dos falecidos há cem anos, Antônio Lobo e Vespasiano Ramos.

A primeira solenidade que a Academia Maranhense de Letras realizará para comemorar os que completariam em 2016 cem anos será a 12 de março. O homenageado é o poeta, crítico, ensaísta, jornalista e cronista José Ribamar de Oliveira Franklin de Oliveira, nascido em São Luís, mas cedo se mudou para o Rio de Janeiro, em cuja imprensa militou com brilho, nas revistas “O Cruzeiro”, “Cigarra”, “Letras e Artes” nas quais manteve seções que marcaram época, a exemplo de “Sete Dias”.

Em São Luís, teve, também, atuação na vida intelectual como integrante do Cenáculo Graça Aranha e da Academia Maranhense de Letras, nesta, ocupando a Cadeira nº 38, de Adelino Fontoura.

A política maranhense não deixou de seduzir Franklin de Oliveira. Em dois momentos, deixou os afazeres profissionais no Rio de Janeiro, para tentar a sorte na vida pública. O primeiro, em 1950, quando aceitou o convite do senador Vitorino Freire para ser candidato a deputado federal pelo Partido Social Trabalhista. Entrou com toda a força na campanha eleitoral, mas as urnas não corresponderam à inovadora propaganda política, tentando convencer o eleitorado de ser o candidato mais preparado para representar o povo maranhense no Congresso Nacional. Além de derrotado, ainda ganhou o apelido de “Nome Nacional”, slogan musical que introduziu na campanha eleitoral para massificá-la e conquistar votos, mas em vão.

O segundo, em 1955, para participar de outra aventura política: impedir a eleição de seu patrão, Assis Chateaubriand, que derrotado na sua terra, Paraíba, negociou a compra do mandato de senador no Maranhão, provocando um pleito intempestivo em março de 1955.

Franklin de Oliveira e outros maranhenses, radicados no Rio de Janeiro, juntaram-se aos oposicionistas de São Luís para protestar contra uma barganha política, que resultou na renúncia do senador Antônio Bayma e do suplente Newton Bello. O escritor, que trabalhava nos Diários Associados, aceita concorrer ao cargo de suplente de senador, na chapa oposicionista, contra o patrão. Resultado: perdeu a eleição e o emprego na revista “ O Cruzeiro”.

A segunda solenidade será a 16 de abril, desta feita, para reverenciar e homenagear José Pires de Saboya Filho, nascido na cidade de Independência, Ceará. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Ceará, ingressou no jornalismo no “Unitário”, órgão dos Diários Associados. Em 1944, veio para São Luís, designado para dirigir os jornais O Imparcial e O Pacotilha. Professor da Faculdade de Direito, advogado do Banco do Brasil, exerceu em duas legislaturas o mandato de deputado federal. No governo Nunes Freire, ocupou o cargo de secretário de Interior e Justiça. Pelos seus trabalhos jornalísticos e literários, ingressou na Academia Maranhense de Letras, ocupando a Cadeira 39, que tem como patrono Augusto Olímpio Gomes de Castro.

O terceiro intelectual a merecer solenidade especial pelo centenário de nascimento é José Erasmo Dias, nascido em São Luís a 2 de junho de 2016. Com militância em vários jornais do Maranhão, brilhou em O Combate, na década de 1950, consagrando-se como extraordinário editorialista. Ficou também famoso pelos discursos proferidos na Assembleia Legislativa, como suplente e integrante da bancada oposicionista. Chefe de gabinete do prefeito de São Luís, respondeu interinamente pelo cargo.

Com 16 anos começou a escrever seus primeiros versos. Como novelista, deixou uma obra prima: Maria Arcângela. A Academia Maranhense de Letras o recebeu de braços abertos em noite de gala.

Para reverenciar a memória dos que faleceram a cem anos, a AML realizará duas solenidades. Uma, em homenagem a Antônio Francisco Leal Lobo, nascido em São Luis a 4 de julho de 1870 e falecido na mesma cidade em 24 de junho de 1016.

Professor da Escola Normal e do Seminário das Mercês, diretor do Liceu Maranhense, da Instrução Pública e da Biblioteca Pública. Escritor, jornalista, com militância nos jornais O Pacotilha, A Tarde, Diário do Maranhão, Federalista, Revista Elegante e Revista do Norte, da qual foi fundador. Teve papel destacado na vida cultural de São Luis, como fundador de várias instituições, ressaltando-se a Academia Maranhense de Letras, da qual é patrono e ocupou a Cadeira nº 14. Deixou uma bibliografia vasta e de qualidade, pontificando “Da carteira de um neurastênico” e “Os novos atenienses”.

Na biografia de Antônio Lobo, o registro de sua morte por enforcamento na corrente de sua própria rede de dormir, em sua residência. As razões desse extremado gesto deram-se pela oposição que fazia ao governador Herculano Parga. Este, em revide, o perseguiu e restringiu suas atividades profissionais, demitindo-o da direção do Liceu Maranhense.

O segundo membro da Academia Maranhense de Letras a ser lembrado pelo seu falecimento, ocorrido em 26 de dezembro de 1916, o poeta de Caxias, Vespasiano Ramos. Deixou livro de poesia intitulado “Coisa Alguma”. O seu nome foi escolhido para patrono da Cadeira 32, fundada pela poetisa Mariana Luz.

A primeira solenidade que a Academia Maranhense de Letras realizará para comemorar os que completariam em 2016 cem anos será a 12 de março. O homenageado é o poeta, crítico, ensaísta, jornalista e cronista José Ribamar de Oliveira Franklin de Oliveira, nascido em São Luís, mas cedo se mudou para o Rio de Janeiro, em cuja imprensa militou com brilho, nas revistas “O Cruzeiro”, “Cigarra”, “Letras e Artes” nas quais manteve seções que marcaram época, a exemplo de “Sete Dias”.Benedito Buzar

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