Período de chuvas

Defesa Civil ainda não esteve em áreas de risco

Em algumas localidades, cujas casas estão situadas em terrenos com risco de desmoronamentos, até o momento não houve visita de integrantes do órgão ligado à Secretaria de Segurança com Cidadania

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

Mesmo com o início do período chuvoso em São Luís, as áreas con­sideradas de risco ainda não foram visitadas por técnicos da Superintendência da Defesa Civil Municipal (Sudec), órgão ligado à Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc). Por causa da falta de acompanhamento da pasta, que integra a administração da Prefeitura de São Luís, moradores de localidades com maior probabilidade de desmoronamentos de terra afirmaram ontem a O Estado que não conversaram, nas últimas semanas, com nenhum representante da Sudec.

No bairro Salina do Sacavém, que tem aproximadamente três mil moradores, por exemplo, que registrou em 2009 a morte de duas pessoas em um deslizamento, técnicos da Defesa Civil não estiveram no local, seja para fazer o recadastramento das famílias ou avaliação das condições de instalação das unidades residenciais. Algumas casas, mesmo as próximas a barreiras ou a precipícios, permanecem ocupadas.

O pedreiro Raimundo Ferreira da Silva, morador da Avenida 2, no Salina do Sacavém, afirmou que, sem a assistência presencial da Defesa Civil Municipal, apelará para a fé. “Somente Deus para nos livrar de todo o mal que possa nos acontecer”, disse. Ele, que vive no bairro há mais de 10 anos, disse que, apesar dos riscos, não pensa ainda em deixar a localidade. “A gente se apega aos lugares onde está. Fora que não tenho para on­de ir. Então, tenho de me conformar em ficar aqui mesmo”, disse.

Já a dona de casa Thais Sousa e o marido, Alex Sousa, acompanhados de seus três filhos, estavam finalizando ontem à tarde uma fossa, construída ao lado da residência do casal. “A gente morava em outra rua, mas, como ficou perigoso, decidiu fazer nossa casa aqui”, disse, apontando para o imóvel feito próximo a um dos precipícios do local.

Nenhum representante da Associação dos Moradores do bairro Salina do Sacavém foi localizado para tratar do assunto. Além de falta de visitas dos técnicos da Sudec, o pluviômetro instalado pela Defesa Civil Municipal no bairro Salina do Sacavém para efetuar o controle de chuvas no bairro foi retirado. “Já faz algum tempo que a Defesa [Civil Municipal] veio aqui e retirou o equipamento”, confirmou Raimundo Ferreira da Silva.

O Estado entrou em contato na tarde de ontem com a Defesa Civil Estadual e, de acordo com o representante do órgão, capitão Fernan­do Fernandes, o trabalho de monitoramento das áreas de risco na capital maranhense é feito exclusivamente pelo Município. “Caso haja a necessidade de apoio técnico para alguma ação específica, é que a Defesa Civil do Estado entra para colaborar”, disse.

SAIBA MAIS
Outras áreas de risco
Além do Salina do Sacavém, outros bairros da capital maranhense também são considerados sob risco de desmoronamento, como Coroadinho, Vila Embratel, Vila Dom Luís (área Itaqui-Bacanga) e outros.

A Defesa Civil Municipal confirmou, no fim do ano passado, que – por meio de mapeamento das áreas de risco – a capital maranhense tem atualmente 60 locais considerados de risco de desmoronamento. Procurada por O Estado, até o fechamento desta página, a Defesa Civil Municipal não se pronunciou sobre o trabalho de controle e remanejamento de famílias das localidades com alto risco de deslizamentos.

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