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WhatsApp é liberado e Zuckerberg diz que voz dos usuários foi ouvida

Tribunal de Justiça de São Paulo restabeleceu ontem acesso app de bate-papo; juiz considerou que multa é solução melhor do que bloqueio do aplicativo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52
Mark Zuckerberg, criador do Facebook, comemorou desbloqueio do WhatsApp pela Justiça de São Paulo
Mark Zuckerberg, criador do Facebook, comemorou desbloqueio do WhatsApp pela Justiça de São Paulo (Mark Zuckerberg, criador do Facebook, comemorou desbloqueio )

São Paulo - O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, comemorou ontem o desbloqueio do WhatsApp no Brasil ontem. Após o aplicativo de mensagem passar mais de 12 horas bloqueado no país devido a uma decisão judicial, as operadoras foram liberadas para restabelecer o acesso ao serviço.

"WhatsApp está de volta no Brasil! Suas vozes foram ouvidas e o bloqueio foi suspenso. Obrigado à nossa comunidade pela ajuda para resolver isso!", escreveu o executivo em sua página na rede social.

O desbloqueio ocorre após o desembargador Xavier de Souza, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, conceder liminar para que as operadoras de telefonia móvel voltassem a oferecer acesso ao serviço de bate-papo.

"Em face dos princípios constitucionais, não se mostra razoável que milhões de usuários sejam afetados em decorrência da inércia da empresa [em fornecer informações à Justiça]", escreveu Souza. O bloqueio foi determinado pela Justiça paulista porque a empresa descumpriu pedidos judiciais para ceder informações para uma investigação em andamento.

"É possível, sempre respeitada a convicção da autoridade apontada como coatora, a elevação do valor da multa a patamar suficiente para inibir eventual resistência da impetrante." Com isso, a Justiça atendeu um pedido feito pela Oi quarta-feira, 16.

Quando o bloqueio começou a valer, a partir das 0h de ontem, Zuckerberg havia dito que "este é um dia triste para o país". "Até hoje o Brasil tem sido um importante aliado na criação de uma internet aberta. Os brasileiros estão sempre entre os mais apaixonados em compartilhar suas vozes online", afirmou o executivo.

"Estou chocado que nossos esforços em proteger dados pessoais poderiam resultar na punição de todos os usuários brasileiros do WhatsApp pela decisão extrema de um único juiz.

Esperamos que a justiça brasileira reverta rapidamente essa decisão. Se você é brasileiro, por favor faça sua voz ser ouvida e ajude seu governo a refletir a vontade do povo", continuou.

Entenda o caso

As principais operadoras de telefonia móvel do Brasil foram intimadas pela Justiça a bloquear o WhatsApp em todo o território nacional por 48 horas a partir de ontem. O recebimento da determinação judicial foi confirmado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal, o SindiTelebrasil, que representa as operadoras Vivo, Claro, Tim, Oi, Sercomtel e Algar.

A Justiça em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, determinou a derrubada do WhatsApp por 48 horas por causa da investigação de uma quadrilha de roubo a banco e caixas eletrônicos.

A determinação judicial foi uma punição ao Facebook, dono do WhatsApp, que não liberou mensagens usadas pelos criminosos no aplicativo para a investigação policial. A quadrilha é investigada há dois meses.

A Justiça havia autorizado a interceptação das conversas pelo WhatsApp para investigar a facção criminosa que também tem envolvimento com o tráfico de drogas. A decisão foi da juíza da 1ª Vara Criminal de São Bernardo, Sandra Marques, que tinha autorizado e determinado o grampo oficial e ainda estabeleceu multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

Como o WhatsApp não se manifestou, a multa já estaria em R$ 6 milhões, de acordo com o SPTV. Diante disso, a polícia e o Ministério Público (MP) pediram a interrupção do serviço à Justiça, que concordou.

Mais

Histórico
Essa não é a primeira tentativa de bloquear o WhatsApp no país. Em fevereiro, um juiz de Teresina (PI) determinou que as operadoras suspendessem temporariamente o acesso ao app de mensagens.

O motivo seria uma recusa do WhatsApp em fornecer informações para uma investigação policial que vinha desde 2013.

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