Foi encerrado ontem o tradicional Festejo de Santa Luzia no bairro Alemanha, em São Luís. A festa já acontece há 41 anos e foi motivada pela promessa feita por Jucilene Campos, 53 anos. O festejo, que foi iniciado no dia 1º, teve ladainhas, missas, festas para jovens e alvoradas. O derrubamento do mastro, que ocorreu no fim da tarde de ontem, finalizou simbolicamente o festejo.

O Festejo de Santa Luzia nasceu de uma promessa que a organizadora Jucilene Campos Nogueira fez. Na época, ela foi agraciada pela santa padroeira da vista. "Fui atingida por fragmentos de pólvora. Não enxergava direito e estava perdendo um líquido do olho. Me apeguei à Santa e ela atendeu minhas preces", relatou a devota.

Mas não foi a única vez que Jucilene Campos fora abençoada. "Em 2006, tive uma forte anemia e tinha hemorragias em função de um mioma. Comecei um tratamento, mas não tinha muitas chances de dar certo por conta do tamanho. Novamente a Santa me ajudou. Meses depois, refiz os exames e estava curada", comemorou.

Festejo - O festejo é realizado no local conhecido como Terreiro de Santa Luzia, na Rua Zuleide Bogéa, na Alemanha. Desde o dia 1º começaram as festividades na capela construída no Terreiro de Santa Luzia, com o levantamento do mastro e passeio do andor da imagem da santa por todas as ruas do bairro, ladainha, reza de terço e outras atividades para homenagear a santa. Ontem, dia da santa, foi organizada uma vasta programação, no bairro Alemanha, com almoço para a comunidade e várias atrações culturais.

Segundo Jucilene Campos, ao longo desses 41anos, o festejo foi crescendo. “Antes, a gente não tinha espaço na nossa casa e pedíamos a casa de amigos e vizinhos emprestada. Aos poucos, fomos aumentando o festejo. Eu tinha a promessa da ladainha, meu pai prometeu levantar um mastro, depois meu irmão prometeu fazer uma procissão pelas ruas do bairro e hoje a gente faz uma grande festa de 13 dias”, disse a devota. Ontem, foram realizadas duas ladainhas, uma às 12h e outra às 18h, seguida da derrubada do mastro.

Ainda de acordo com ela, a tradição da festa foi transmitida pelas gerações passadas. "O meu pai, que faleceu com 102 anos nasceu dentro do terreiro na Festa de Santa Luzia, em Cajapió, e de lá para cá temos mantido a cultura", contou. É notada a satisfação dos presentes em estarem juntos, em homenagem à santa, que agracia a comunidade com a superação das dificuldades que enfrentam todos os dias.

Frase

“Eu sou uma mulher de fé, de devoção. Aqui no festejo, a oração que eu faço é por todos”, Jucilene Campos, devota de Santa Luzia, durante encerramento do festejo em homenagem à santa, na Alemanha.

Mais

Lúcia de Siracusa, mais conhecida simplesmente por Santa Luzia (Santa de Luz), era filha de uma família abastada da Sicília, foi perseguida, após ser denunciada por um pretendente inconformado, por não receber o seu dote, leva ao conhecimento de Diocleciano, terrível imperador romano. Segundo a história, sua pena seria servir num prostíbulo, já que confessara seu voto de virgindade perante o tribunal. Santa Luzia viveu por volta de 283 d.C e teria sido vitimada por atrocidades, chegando a óbito, virgem e mártir, em 304 d.C. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.

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