Sem abastecimento

Moradores estão sem água no Ivar Saldanha

Abastecimento, que era feito por rodízio em dias intercalados, passou a ser feito somente durante a madrugada, causando transtornos no bairro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
Morador colocou a caixa na porta para dar água do poço a vizinhos
Morador colocou a caixa na porta para dar água do poço a vizinhos (água)

Moradores da parte alta do bairro Ivar Saldanha estão há dois meses convivendo com o abastecimento irregular de água. Na Rua Dr. Emiliano Macieira, os moradores estavam acostumados com a água nas torneiras em dias alternados. Agora, é preciso levantar de madrugada para guardar em depósitos a pouca quantidade do produto que ainda chega às torneiras.

“Quando dá 1h, ou 2h no máxi­mo, eu levanto da cama e começo a guardar água. Aí, quando dá 6h, para de cair água da torneira”. O relato é de Mário Clésio Maciel dos Santos, mas é comum entre muitos moradores da Rua Dr. Emiliano Macieira, uma ladeira íngreme. Muitos têm passado pela mesma experiência, desde que o abastecimento caiu dras­ticamente.

Além de sacrificar a noites de sono para garantir um pouco de água, as pessoas ainda estão gastando dinheiro para comprá-la, pois a que ainda sai nas torneiras não é suficiente. É o que acontece com a moradora Maria Raimunda Moura. Co­mo a água do abastecimento da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) só garante metade da caixa d’água cheia, ela sempre precisa comprar o restante. “A gente está tendo que comprar água tanto para beber como para fazer as coisas de casa. Mil litros custam R$ 35, e a gente vai economizando para durar”, disse.

Como a moradora ressalta, o problema maior é quando não há dinheiro para comprar a água. “Quan­do não tem, é o jeito sair pedindo nos vizinhos para encher as garrafas de refrigerante, ou a gente junta os trocados para comprar e dividir um pouquinho para cada”, lembrou Ma­ria Raimunda Moura.

Solução
O funcionário público João Matos é um dos moradores que socorrem os vizinhos quando eles não têm co­mo comprar água. Cansado de esperar por uma solução da Caema para o abastecimento do bairro, ele decidiu perfurar um poço em sua casa para resolver o problema da falta d’água. “Já tinha pensando em sair daqui por causa disso. A Caema já veio aqui algumas vezes e furou alguns buracos, mas não conseguiu resolver o problema. Por isso, furei o poço”, afirmou.

Quando dá 1h, ou 2h no máximo, eu levanto da cama e começo a guardar água. Aí, quando dá 6h, para de cair da torneira” Mário Clésio Maciel dos Santos, morador da Rua Dr. Emiliano Macieira

Ele lembra que gastou R$ 15 mil na obra, um custo alto com a mão de obra e o processo de legalização. O próprio processo de liberação com os órgãos competentes também demorou cerca de um mês, mas hoje ele não vê mais o abastecimento de água como motivo para deixar o bairro. “O meu problema, pelo me­nos, foi resolvido. Às vezes, os vizinhos pedem, e eu não posso negar água para outra pessoa”, disse.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou, em nota, que está fazen­do manobras e intervenções na re­de para melhorar o abastecimento de água no bairro Ivar Saldanha. O problema tem sido ocasionado pelo baixo nível do reservatório Batatã, no Sistema Sacavém, o que afeta a produção de água para abastecimento da região central e bairros do entorno.

Para reforçar o abastecimento de água, a Caema perfurou seis poços na região central. Quatro deles já estão em operação nos bairros de Fátima, Monte Castelo, Vila Passos e Praça da Misericórdia. Nos próximos dias, entrarão em operação os poços do Outeiro da Cruz e Parque do Bom Menino. O poço do Outeiro da Cruz, por exemplo, vai reforçar o abasteci­mento no bairro Ivar Saldanha, pois tem vazão de 80 mil litros de água por hora.

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