Finanças

Endividamento atingiu 62% das famílias brasileiras em 2014

Valor de dívida mensal das famílias alcançou o total de R$ 17,3 bilhões, acréscimo de aproximadamente R$ 880 milhões na comparação com 2013

O Estado Online, com informações de assessoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
(endividamento)

SÃO PAULO - Em 2014, a proporção de famílias endividadas no Brasil recuou 1 ponto porcentual em relação a 2013 e atingiu 62%. Mesmo com essa pequena queda no período, houve acréscimo de 79.418 famílias com algum tipo de dívida. O valor mensal dessas pendências também aumentou e passou de R$ 16,4 bilhões em 2013 para R$ 17,3 bilhões neste ano, o que corresponde a uma alta de quase R$ 880 milhões.

Os dados compõem a quinta edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A pesquisa traz dados de 2012, 2013 e 2014, com base em informações do Banco Central do Brasil, IBGE e da CNC.

A parcela mensal das dívidas por família passou de R$ 1.886 para R$ 1.968 e pelo quinto ano consecutivo, o comprometimento da renda mensal para dívidas se manteve em 30%, que, segundo a Federação, é considerado razoavelmente adequado para não sinalizar risco de elevação da inadimplência.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a queda no endividamento indica que as famílias brasileiras preservaram seus gastos em tempos de incertezas e ficaram mais cautelosas em relação a empréstimos e aquisição de bens duráveis. Por outro lado, a política monetária de elevação da taxa de juros adotada pelo Banco Central visando o controle inflacionário resultou em expressivos aumentos no custo dos empréstimos, principalmente para pessoas físicas, e impediu uma queda maior.

A taxa média de juros cobrada nos empréstimos para pessoa física passou de 40,4% ao ano em 2013 para 49,6% em 2014, incremento real de quase 23%, o que dificultou a tomada de credito de curto prazo para quitação de débitos mais caros e de maior duração.

Em razão da grande preocupação das famílias sobre o orçamento doméstico, o saldo de crédito para pessoas físicas retraiu 1,2% em termos reais em relação a 2013. Os níveis de inadimplência também acusaram queda pelo segundo ano consecutivo e atingiram 5,3% da carteira de crédito com atrasos acima de 90 dias. Vale ressaltar que em 2012 essa taxa era de 6,9%.

Os economistas da FecomercioSP alertam que o ciclo de expansão do consumo observado nos últimos anos se encerrou. O descontentamento da sociedade diante da atual conjuntura econômica derrubou os indicadores de confiança tanto de consumidores quanto de empresários aos menores patamares históricos. A retomada da confiança depende da manutenção do emprego e da renda, ao lado de uma inflação mais controlada.

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