Quarenta graus. Essa foi a máxima da temperatura em pelo menos 30 municípios maranhenses, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo o Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental (Nugeo) da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o Maranhão está em um quadriênio seco, iniciado em 2012, com chuvas abaixo da média. Com o tempo seco, população deve ficar atenta para evitar problemas de saúde.

Caxias, a 360 km de São Luís, uma das cidades maranhenses que registrou uma das temperaturas mais altas no Estado ontem. Segundo o Imet, a média da temperatura registrada no município chegou aos 40 graus. “Atualmente, estamos na Estação Seca. Além disso, desde 2012 a Estação Chuvosa tem registrado médias abaixo da climatologia no Maranhão. Então, tem menos umidade no solo, que está mais seco, a vegetação está mais seca que o normal para a Estação Seca e tudo isso colabora para essas temperaturas mais elevadas”, explicou o meteorologista Márcio Elói.

Mas em algumas cidades, a temperatura já chegou a ultrapassar a marca de 40ºC. Em Loreto, cidade do Sul maranhense, a 715 quilômetros da capital, com pouco mais de 11 mil habitantes, a temperatura chegou a 40,5ºC à sombra no dia 20 deste mês. No dia 23, a temperatura foi de 40ºC. Ontem, segundo o Inmet, a cidade chegou a 39ºC. “O que temos percebido é que não são apenas os grandes centros que estão registrando altas temperaturas. O centro urbano tem grandes temperaturas por causa do crescimento da cidade, onde há poucas áreas arborizadas e mais asfalto e edificações. Em cidades do interior, que são centros agrícolas o desmatamento é um dos fatores que contribui”, afirmou Márcio Elói.

Convergência - Segundo o meteorologista, as poucas chuvas dos últimos anos aconteceram devido a pouca atividade da Zona de convergência Intertropical. A Zona de Convergência Intertropical é a área que circunda a Terra, próxima à Linha do Equador, onde os ventos originários dos hemisférios norte e sul se encontram. Variações na localização desse sistema metereológico afetam o volume de chuvas em muitos países dessa região do planeta. Em São Luís, por exemplo, a Zona de Convergência Intertropical é responsável por mais de 70% das chuvas. Este ano, a cidade já atingiu 37ºC à sombra no dia 22 deste mês.

E para 2016 as previsões não muito animadoras. “Estamos vivenciando um ano seco e muito quente e provavelmente vamos ter em 2016 um ano muito quente e seco. Acreditamos que vamos formar um qüinqüênio seco. Em 2016, é possível que as chuvas não alcancem de novo a climatologia, como vem ocorrendo desde 2012 e tudo isso nos leva a temperaturas recordes”, explicou.

Por isso, a população deve ficar atenta e tomar cuidados para evitar que o calor cause problemas à saúde. Além das sombrinhas, bonés, chapéus e bandanas também são boas opções para amenizar o calor. Usar roupas de tecidos de algodão e malha - que absorvem o suor - e evitar tecidos sintéticos, que atrapalham a evaporação da transpiração, são outra ajuda. Também é importante evitar roupas de cores escuras, que absorvem mais o calor por não refletir a luz solar. A dica mais importante de todas é não descuidar da hidratação. O indicado é que uma pessoa beba oito copos de água por dia e não é preciso esperar sentir sede para tomar o líquido. Além de repor energias e favorecer o funcionamento adequado de músculos e nervos, a água tem efeitos benéficos para a pele, por hidratar e eliminar as toxinas resultantes da queima das células.

Cidades maranhenses cuja máxima foi 40ºC, ontem

Caxias, Timon, Coelho Neto, Coroatá, Codó, Chapadinha, Araioses, Colinas, Brejo, Parnarana, Matões, Urbano Santos, Timbiras, Buriti, São Bernardo, Alto Alegre do Maranhão, Aldeias Altas, São João dos Patos, Santa Quitéria, Buriti Bravo, Peritoró, Paraibano, Mirador, Magalhães de Almeida, Pastos Bons, Passagem Franca, Barão de Grajaú, São João do Sóter, São Benedito do Rio Preto, Mata Roma, Anapurus.

São Luís

Em São Luís, a maior temperatura registrada foi 38ºC à sombra, em dezembro de 2006.

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