Exportações

Tegram já embarcou 2,3 mi de toneladas de grãos para o mercado internacional

Desde março, quando começou a operar, o Terminal de Grãos do Maranhão embarcou em mais de 20 navios o volume de 1,97 milhão de toneladas de soja e 330 mil toneladas de milho

Ribamar Cunha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54

Desde março, quando ocorreu o primeiro embarque de soja para a China, o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) exportou até este mês o volume de 2,3 milhões de toneladas de grãos. A previsão é de que alcance 3 milhões de toneladas até o fim do ano. O dado foi repassado ontem pelo porta-voz do consórcio, Luiz Cláudio Santos, durante visita da imprensa ao empreendimento e também ao Porto do Itaqui.

O empreendimento está localizado na área do Porto do Itaqui. É formado por quatro armazéns, tem estrutura para desembarque de grãos por modais ferroviário e rodoviário e foi projetado no governo anterior.

Nesta primeira fase, o Tegram tem capacidade estática de 500 mil toneladas de grãos (125 mil toneladas cada armazém), podendo movimentar até 5 milhões de toneladas/ano de soja, farelo e milho.

“O Tegram chegou para estimular o agronegócio brasileiro em razão das vantagens competitivas para escoamento da safra, principalmente nos estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste”, ressaltou Luiz Cláudio Santos.

Conforme dados detalhados acerca da movimentação de grãos, das 2,3 milhões de toneladas já embarcadas por mais de 20 navios, 1,97 milhão de toneladas corresponde à carga de soja e outras 330 mil toneladas de milho.

Cargas - Por cultura, a previsão é de que sejam embarcadas este ano 2,1 milhões de toneladas de soja, 560 mil toneladas de milho e 180 mil toneladas de farelo – hoje um navio atraca no berço 103 para carregar esta última carga.

De toda a soja já movimentada pelo Tegram, 35% foi oriunda de produtores do Maranhão, 25% do Nordeste do Mato Grosso, 20% do Piauí e 20% do Tocantins. No caso do milho, participação maranhense corresponde a 30%. A partir do próximo ano, serão movimentados grãos procedentes da Bahia.

Dessa forma, o Tegram beneficia diretamente os produtores rurais da região do Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) e ainda do Mato Grosso, consolidando-se como uma alternativa aos portos das regiões sul e sudeste do país, desafogando a logística do agronegócio brasileiro.

“Este era um antigo anseio da cadeia produtiva que se tornou realidade”, afirmou Luiz Cláudio, ao ressaltar a localização privilegiada do Tegram, próximo dos principais mercados da Ásia e Europa, reduzindo o tempo de viagens dos navios e também os custos logísticos.

Hoje, 70% da soja exportada pelo Tegram tem como destino a China. Já o milho atende aos mercados do Oriente Médio e da África, enquanto a Europa demanda por farelo.

Mais

O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) é formado pelas empresas Nova Agri, Glencore, CGG Trading e Amaggi e Louis Dreyfus, constituindo-se como uma das maiores obras de infraestrutura para exportação da safra brasileira de grãos.

Empreendimento deve induzir R$ 1 bilhão em investimentos

O investimento das quatro empresas que integram o consórcio Tegram - Nova Agri, Glencore, CGG Trading e Amaggi e Louis Dreyfus - na primeira etapa do projeto, foi da ordem de R$ 600 milhões. Mas, esse montante pode chegar a R$ 1 bilhão, considerando a segunda fase do projeto e investimentos estruturantes em 15 novos armazéns e ramais ferroviários na área de abrangência do Matopiba.

O porta-voz do Tegram, Luiz Cláudio Santos, informou que serão investidos R$ 100 milhões na segunda etapa do Tegram, na área do Porto do Itaqui. O montante corresponderá a obras de ativação de mais uma linha da moega ferroviária e estrutura para operar mais um berço de embarque de grãos.

Segundo Luiz Cláudio Santos, com esse investimento, a capacidade de movimentação de grãos pelo Tegram dobrará, ou seja, será elevada para 10 milhões de toneladas de grãos/ano.

Aos jornalistas, ele explicou todo o processo operacional realizado pelo Tegram, desde o recebimento da carga de grãos – soja, milho e farelo – por via ferroviária e rodoviária, até o embarque feito atualmente pelo berço 103 do Porto do Itaqui.

Somente as moegas rodoviárias tem capacidade para receber 800 caminhões a cada 24 horas para descarregamento de 32 mil toneladas por meio de oito tombadores (dois em cada armazém). A média nesses primeiros meses é de 500 a 530 caminhões/dia. Como suporte à operação, o Tegram conta ainda com um pátio com capacidade para 350 caminhões.

Já a moega ferroviária, que iniciou as operações em agosto, tem capacidade para receber trens com 80 vagões, que podem descarregar 2 mil toneladas/hora. A ativação da segunda linha permitirá o descarregamento de 4 mil toneladas/hora. Por esse modal, já foram descarregados 25 mil toneladas de grãos, devendo chegar este ano a 350 mil toneladas.

Atualmente, todo o grão que chega ao Tegram em 60% corresponde ao modal ferroviário e 40% rodoviário. Na segunda fase do projeto, a participação da linha férrea subirá para 80%.

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