Indignação

São Luís: aos 403 anos, a infraestrutura é precária

Buracos, esgoto jorrando, transporte coletivo ineficiente, rede de saúde pública precária e abandono do Centro Histórico são alguns dos problemas enfrentados pela população, que diz que não há o que festejar

Jock Dean / Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55
“Lago” de esgoto estourado na Rua do Engenho
“Lago” de esgoto estourado na Rua do Engenho (Rua do Engenho)

Hoje, São Luís completa 403 anos de fundação e a Praça Maria Aragão, no centro da cidade, recebe diversos shows comemorativos. Mas, para muitos ludovicenses, não há motivos para comemorar. O Estado percorreu alguns bairros da cidade onde os moradores enfrentam problemas que já viraram velhos conhecidos. São buracos pelas ruas, lixo em vias públicas, esgoto a céu aberto, entre outros. Em outras localidades, os ludovicenses criticaram o transporte coletivo, o atendimento na rede pública de saúde e o abandono do Centro Histórico.

Há sete anos os moradores da Avenida Oeste Externa, na Cidade Operária, vivem um drama. Por causa das chuvas intensas, uma imensa cratera partiu a via ao meio. Desde então, o trânsito ficou obstruído na avenida, que era uma via alternativa para os condutores que trafegavam em direção à Universidade Estadual do Maranhão (Uema), fugindo dos engarrafamentos. “Aqui era passagem de carros e de ônibus. Agora, temos que caminhar até a outra avenida para poder pegar transporte, já que nun­ca arrumaram nossa rua”, reclamou a moradora Fátima Aguiar.

Douglas Trajano, que também mora no local, se indignou ao lembrar que em 2014 representantes da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) estiveram no local e afirmaram que antes do Natal o problema estaria resolvido. “Isso é um absurdo. Nós espalhamos pelo bairro que a Prefeitura iria arrumar a avenida, 2015 está terminando e o problema continua. No fim, nós que passamos por mentirosos na comunidade”, disse.

Ali perto, na Avenida Oeste Interna, uma área que poderia servir de praça para os moradores é usada como lixão. No terreno, é jogado todo tipo de detrito. Cadeiras e um armário estão em meio a sofás, colchão, um para-choque de carro, pedaços de madeira, caixas de papelão, restos de tijolos e até troncos de árvore. “O pior é que ao lado tem um campinho de futebol que é usado pela molecada. Todo esse terreno poderia ser urbanizado pela Prefeitura, que deveria fazer uma pracinha, uma quadra. A comunidade ganharia muito”, afirmou José Luís de Oliveira.

Revolta - No João de Deus, a falta de asfalto na Rua da Cerâmica que revolta os moradores. “Só não está pior por que os moradores jogam entulho na rua para não esburacar mais”, informou Daniel Negreiros. E o problema é antigo. Há pelo me­nos quatro anos a rua está nessa situação. “Ainda vieram aqui e passaram piche, mas não durou muito e esburacou tudo outra vez. Por sorte, a rua é de ladeira e quando chove a água não empoça, mas faz os buracos aumentarem”, disse.

No São Cristóvão, os moradores da Rua do Engenho perderam parte da via por causa de um esgoto estourado. Agora, para chegar à rua, veículos e moradores precisam desviar pelas duas ruas laterais. “Há um ano esse esgoto se acumula aqui e ninguém faz nada. Já fizemos várias reclamações, até abaixo-assinado já foi feito, mas continuamos com o mesmo problema”, afirmou Adilson de Menezes, morador do local.

E não são apenas os problemas do seu bairro que os moradores de São Luís criticam. Maria Rodrigues, moradora da Forquilha, reclamou do atendimento nas unidades de saúde da capital. “A saúde de São Luís tem muitos problemas. Você chega a um hospital para marcar uma consulta e não consegue. Isso é muito ruim”, criticou.

O Centro Histórico de São Luís foi o alvo da reclamação de Keila Maria Almeida. “O Centro Histórico está abandonado. Isso é péssimo, pois São Luís era para ser uma cidade turística, mas o turista chega aqui e vê todo aquele abandono e sai reclamando. Deveriam investir mais na cidade para resolver isso”, disse.

Já Wellington Sousa criticou o sistema de transporte coletivo. “Eu moro no Cohatrac. Todas as manhãs pego um ônibus lotado para ir até o trabalho. Em menos de um ano, aumentaram a passagem duas vezes e não houve nenhuma melhora. O que a gente mais vê nas avenidas são ônibus velhos e no prego, atrapalhando o trânsito, que já é ruim”, afirmou.

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