Ela: – Vamos nos sentar, em pé de igualdade. Estamos todos no mesmo barco.
Ele: – É, e o barco está afundando.
O Procurador: – De fato, nunca como antes na história deste país, precisamos ser três poderes interdependentes e harmônicos.
Ela: – Concordo.
Ele: – Você quer dizer que, desta vez, todo mundo está com o rabo preso, ao mesmo tempo.
Ela: – Certo, mas vamos manter o nível. Eu garanto que não soltarei palavrão.
O Procurador: – Queira se explicar melhor. Meu caso é outro, você sabe.
Ela: – Não exatamente como você pensa. É o seguinte: depois que a pasta de dente sai do dentrifício, dificilmente volta ao dentrifício.
Ele: – Eu não estão entend....
O Procurador: – Eu também não.
Ela: – O que digo é que todos precisamos de todos neste momento. Você precisa voltar ao cargo...
O Procurador: – Eu...
Ela (interrompendo, dirigindo-se ao outro): – E você, precisa tomar cuidado da bagunça daquele rapaz de Curitiba. Eu, hein? Não é a primeira vez...
O Procurador (para Ela): – E você, com sua inabilidade de andar de bibicleta... Aquelas suas pedaladas, uai!... De fato, o ambiente está meio confuso.
Ela (na aparência, divagando): – É... Este meio ambiente é sem dúvida nenhuma uma ameaça ao desenvolvimento sustentável.
Ele: – De minha parte, não posso ser tratado como concubina. Tenho que entrar e sair de braços dados, e pela porta da frente.
O Procurador: – Não, fique tranquilo. Ninguém esquece: a concubina era outra.
Ela: – Vamos com calma. Aqui ninguém tem o direito de arranhar ninguém. Cada um tem a sua enrascada para se livrar dela. É só a gente fazer como o Neymar e o Ganso. O Neymar e o Ganso têm essa capacidade de fazer a gente olhar. O país não aguenta que eu caia.
Ele: – Mesmo depois desta sua dieta na bibicleta? Você não está tão pesada como pensa.
Ela (embrabecendo): – Não me fale de bibicleta...
Ele: – Falo da ergométrica.
Ela: – Você está complicando o vocabulário.
O Procurador: – Peraí: continuo não entendendo bem a coisa.
Ela: – Então eu torno a explicar: não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder.
O Procurador: – Agora é que não entendi mesmo.
Ela: – Você é quem mais deveria entender. Seu carguinho aí depende desta mãozinha aqui.
Ele (ao Procurador): – E a sua recondução depende desta pessoinha aqui, que sou eu.
O Procurador: – Ah, sim. Agora quase que percebo.
Ele: – Então a ordem é aliviar a barra.
Ela: – E, pra melhorar, ainda tem aquele negócio do filho do homem do Tribunal de Contas...
Ele: – É, o negócio é fogo: vai da tanga à toga, e dos cartéis aos cartórios.
Ela: – Fica claro, então: você (falando ao Procurador) me tira dessa. Eu mando seu nome pra Ele. Ele viabiliza a sua volta. Deu pra entender?
O Procurador: – É o que se diz: uma mão lava a outra. Operação Mãos Limpas...
Ele (interrompendo, em tom solene): – De minha parte, quanto mais nos esforçarmos no sentido de construir convergência, mais o Legislativo colaborará com este dramático momento que vivemos no Brasil.
O Procurador (continuando): – ... ou Operação Cara de Pau.
Ela: – Não seja perverso. Aqui você é pau, não é serrote.
O Procurador: – Deem-me um prazo, então. Alguma meta?...
Ela: – Sem problema. Nós vamos deixar uma meta aberta. Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta. (E ante a notícia, no dia seguinte:) Às vezes, eu abro o jornal e pergunto: “Será que eu falei alguma coisa dormindo?”
smduarte@elo.com.br
O que digo é que todos precisamos de todos neste momento.” Sebastião Moreira Duarte
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