A Avenida Natal, que fica na Vila Natal (no Coroadinho) ficou “deserta” na manhã desta quarta-feira um dia após uma facção criminosa ordenar a saída de mais de 50 famílias do local. Na terça-feira (16), quatro pessoas morreram no bairro após uma guerra entre bandidos, entre elas o comerciante Geovane Pereira da Silva, o Garimpeiro, de 45, que foi assassinado por bandidos dentro do seu estabelecimento comercial acusado de ter fornecido informações para a polícia.

As poucas pessoas que insistem em permanecer em suas casas não querem falar com medo de novas represálias. A Polícia Militar, com viaturas da Unidade de Segurança Comunitária do Maranhão (USC) Bom Jesus / Coroadinho e do 1º Batalhão da Polícia Militar, estão fazendo operação na região para tentar coibir a violência.

Para conseguirem se retirarem de suas casas na terça-feira, as famílias precisaram da presença de policiais militares. “Nós estamos apavorados. Só a presença da polícia para nos ajudar a sair”, disse uma moradora, que não quis se identificar.

Várias pessoas informaram que não têm para onde ir, mas preferiram sair e ficar temporariamente em casas de amigos e parentes. “Ninguém aqui é rico para ter duas casas. Estamos saindo e pedindo a caridade de amigos e parentes. O desespero é grande”, lamentou um morador. Outro homem, disse que tinha gastado mais de R$ 80 mil para construir sua casa, mas agora estava mudando para morar em uma quitinete, localizada em outro bairro, para não perder a sua vida.

Assista aqui o vídeo das famílias saindo de suas casas no bairro Coroadinho

Segundo o coordenador de serviços da USC, sargento Silva, o policiamento foi reforçado em toda a região de abrangência da unidade de segurança. Para isso, a unidade está recebendo outros reforços da corporação. “Desde ontem [terça-feira], estamos com o apoio do Batalhão de Choque, que enviou três viaturas, e do serviço velado”, disse.

O repórter da Rádio Mirante AM, João Ricardo, esteve na tarde desta quarta-feira na Avenida Natal e relatou o clima de medo na comunidade. Ele afirmou que nenhum morador que dar entrevista. João Ricardo afirmou também quis não pôde permanecer no bairro após a saída dos policiais, já que o clima de insegurança é muito grande

Ainda na terça-feira, a polícia conseguiu apreender dois revólveres calibre 38, uma espingarda calibre 20, 13 munições calibre ponto 40, 20 munições calibre 20, um binóculo de uso exclusivo das Forças Armadas e dois suspeitos de homicídios identificados como Samuel Lima Sales, de 25 anos; e Werberson Campos Torres, de 29 anos. Eles foram presos e conduzidos à sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais.

Mais informações na edição impressa de O Estado desta quinta-feira (18)

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