Risco aviário

Palestra chama atenção para o risco de aves próximas a aeroporto

Colisão com pássaros é o incidente mais repetitivo na aviação; oito casos já ocorreram este ano em São Luís

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58

O risco causado pela presença de aves nas regiões de pouso e decolagem de aeronaves foi o tema de uma palestra promovida na manhã de ontem, no auditório do Ministério Público Federal (MPF), no bairro Areinha, pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em São Luís. Na capital maranhense, essa situação torna-se mais evidente por causa da quantidade de aves que sobrevoam o espaço aéreo, atraídas pelo lixo depositado no Aterro da Ribeira, que por sua vez se localiza próximo ao aeroporto. Somente este ano, oito colisões entre aves e aeronaves foram registradas no espaço do aeródromo ludovicense.

Na palestra intitulada Gerenciamento do Risco de Fauna: responsabilidades no controle da fauna e a proteção da sociedade, representantes do Cenipa apresentaram informações ao público participante acerca dos problemas envolvendo animais nas imediações dos aeroportos, bem como os procedimentos e responsabilidades dos órgãos federais, estaduais e municipais na resolução desses problemas.

Riscos - Conforme estatísticas do Cenipa, a colisão com pássaros é o tipo de incidente mais repetitivo na aviação, sendo grande parte delas registrada quando a aeronave está voando próximo ao solo, na aproximação para pouso ou logo após a decolagem. Apesar de acidentes aeronáuticos com fatalidades causados por colisão com fauna serem eventos relativamente raros, é estimado que mais de 450 pessoas no mundo todo tenham sido vítimas de ocorrências desse tipo.

"Nós sempre trabalhamos com a prevenção dos acidentes. Nossa preocupação é evitar as ocorrências e não podemos esperar por um acidente para falar sobre todas as recomendações necessárias", destacou o tenente-coronel aviador Marcos Antônio Carvalho de Lima, chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seriapa), vinculado ao Cenipa.

Acidentes - Este ano, foram registradas 10 ocorrências envolvendo aves e aeronaves no espaço aéreo do aeroporto de São Luís. Desse total, oito foram classificadas como colisões, enquanto e as outras duas foram avistamentos. Nenhum dos casos resultou em graves acidentes. Porém, a presença de aves representa um risco para o tráfego de aeronaves no local.

As aves são atraídas pelo mau cheiro proveniente do lixo depositado no Aterro da Ribeira (que fica distante apenas seis quilômetros do terminal de passageiros), ou então pelos dejetos jogados próximos ao muro do aeroporto. No momento da decolagem ou aterrissagem, as aeronaves podem colidir com os pássaros que estão sobrevoando a área, aumentado a possibilidade de acidentes.

SOBRE O LIXO
O lixo depositado
irregularmente no Aterro da Ribeira, localizado nas proximidades do Distrito Industrial, atrai diariamente milhares de aves, principalmente urubus, que sobrevoam o espaço do aéreo do aeroporto. Segundo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o lixão deveria ser desativado desde o dia 4 de agosto, mas isso ainda não foi feito.

O aterro recebe mensalmente 26 mil toneladas de lixo, que é colocado no local sem qualquer tipo de tratamento. A previsão é que ele seja fechado no fim de julho e os resíduos sólidos produzidos em São Luís serão despejados em uma Central de Tratamento de Resíduos no município de Rosário.

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