Sem reservas

Ocupação em hotéis deve ser baixa no período junino

Enquanto alguns empreendimentos têm 40% de apartamentos reservados, o que é pouco para o principal período de festas da cidade, outros amargam taxas ainda menores e sem perspectivas de aumento da procura por turistas neste mês

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
Turistas chegam a hotel na orla de São Luís para se hospedar durante período junino; procura está baixa - Douglas Júnior
Turistas chegam a hotel na orla de São Luís para se hospedar durante período junino; procura está baixa - Douglas Júnior (hospedes)

A taxa de ocupação de hotéis de São Luís deve ser baixa durante o período junino neste ano. O período, que costuma atrair turistas pelas apresentações de grupos de bumba meu boi e outras atrações, deverá ser bem diferente de anos anteriores, como mostram as reservas de hotéis. A crise econômica que atinge todo o país e falta de divulgação de programações oficiais podem ser algumas das caupara a queda.

São Luís já atraiu muitos turistas, principalmente no período de festas juninas, mas parece que esse cenário está mudando. Já se passou a primeira semana do mês tão esperado e a taxa de reservas para o mês de junho ainda é baixa na maioria dos hotéis de São Luís.

No Praia Mar Hotel, na Ponta d'Areia, a taxa de reservas é de apenas 12,5% para o período de 12 a 29 de junho, em que está prevista programação. De acordo com a encarregada de reservas, Lenir Medeiros, a expectativa é que a taxa tenha um aumento nos próximos dias. Mas já se espera é que não atinja a média do ano passado, que foi de 60% a 70%. Para ela, a crise econômica que afeta o Brasil e não divulgação mais intensa das programações juninas oficiais podem estar contribuindo para esse cenário preocupante. "A sensação que dá é que não vai ter São João", disse.

No Classic Praia Hotel, os números também preocupam. A taxa de ocupação foi de 80% no ano passado. Neste ano, as reservas chegam a 40%. Para o recepcionista Valber de Sousa, a situação da orla marítima da capital tem afastado muitos turistas. Hoje, todas as praias de São Luís estão impróprias para banho pelos altos níveis de poluição.

Preocupação - Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Maranhão (ABIH-MA), João Antônio Barros Filho, a balneabilidade das praias é o principal fator para essa baixa na taxa de ocupação. As praias estão há um longo período impróprias para banho e, com a divulgação nacional dessa situação, há reflexos negativos no turismo.

Ainda de acordo com o presidente da ABIH-MA, não há perspectiva de que o cenário mude logo. Por isso, a necessidade de uma intervenção do estado. "Se o destino não oferecer condições, o turismo não se alavanca. Esse feriado [Corpus Christi] foi uma negação. Já foram três feriados em que a cidade ficou vazia. Precisamos melhorar o imobiliário turístico", disse João Antônio Barros Filho.Como principais propostas, ele sugere que sejam feitos principalmente a divulgação do destino e a melhora da estrutura da orla.

Para não ficar apenas esperando providências dos gestores, os empresários do setor hoteleiro, por meio da ABIH-MA, promoveram a divulgação de atrações turísticas de São Luís. Foram três meses da campanha "SLZ Ame, Curte e Compartilhe". Uma caravana passou pelas cidades de Codó, Caxias, Teresina e Parnaíba para divulgar o período junino na capital maranhense.

"Estamos esperando a reação desses trabalhos. Turistas já estão ligando perguntando. Fizemos esse serviço para melhorar a ocupação no São João, férias e até mesmo final de ano. No segundo semestre, queremos fazer esse trabalho em Belém, Marabá e Araguaína, no Tocantins. Estamos fazendo nossa parte, mas o governo também tem que fazer a parte dele", afirmou.

Se o destino não oferecer condições, o turismo não se alavanca. Esse feriado [Corpus Christi] foi uma negação. Já foram três feriados em que a cidade ficou vazia"João Antônio Barros Filho, presidente da ABIH-MA

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