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Seleção usa lampejos de talento e bate México em jogo amistoso

Brasil teve raros momentos de talento para tentar deixar para trás as vergonhosas atuações nas derrotas por 7 x 1 para a Alemanha e 3 x 0 para a Holanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
O brasileiro Phillippe Coutinho, com drible desconcertante, deixa o mexicano Jimenez caído; depois aconteceu o primeiro gol do Brasil/UOL
O brasileiro Phillippe Coutinho, com drible desconcertante, deixa o mexicano Jimenez caído; depois aconteceu o primeiro gol do Brasil/UOL (Brasil)

São Paulo - Em seu primeiro jogo no Brasil desde a Copa do Mundo, o Brasil teve raros momentos de talento para tentar deixar para trás as vergonhosas atuações nas derrotas por 7 x 1 para a Alemanha e 3 x 0 para a Holanda. O time até chegou a ouvir vaias ontem, no Palestra Itália, mas foi salvo por dois lances no primeiro tempo para vencer o México por 2 x 0 em amistoso preparatório para a Copa América.
Diante de quase 40 mil pessoas, a equipe de Dunga errava demais e ouvia vaias aos 25 minutos do primeiro tempo quando, aos 27 minutos, Philippe Coutinho girou com o corpo e finalizou quase sem ângulo para abrir o placar. Aos 36 minutos, foi a vez de Elias limpar Rafa Márquez com um toque e rolar para Diego Tardelli ampliar. O resto da partida foi um treino sem emoção, mas houve quem gritou “olé” das arquibancadas e o que se ouviu após o apito final foram aplausos.
Antes de estrear na Copa América, o Brasil tem amistoso contra Honduras, na quarta-feira, em Porto Alegre, quando tem chances de contar com seu maior astro: Neymar, que passou o domingo festejando o título europeu em Barcelona. A Seleção estreia na Copa América do Chile no domingo, diante do Peru, pelo grupo C. O México também disputa o torneio e estreia na sexta-feira, contra a Bolívia, pelo grupo A.

O jogo – O Brasil iniciou o jogo querendo mostrar que o 7 x 1 para a Alemanha estava no passado e logo mostrou disposição física, técnica e tática para se aproveitar da seleção mexicana, sem seus principais jogadores. Willian, Philippe Coutinho e Fred trocavam posições na linha de três mais próxima à área e Diego Tardeli saía da marca do pênalti para ajudar no toque de bola.
Da linha defensiva, Elias era mais meia do que volante e se tornava mais uma na intermediária ofensiva, com opção também com a passagem dos laterais. Assim, o time encontrou espaços pelos lados e uma sequência de escanteios que quase culminou em gol de cabeça de David Luiz, logo aos dois minutos de partida.
Mas o México precisou de menos de 10 minutos para se ajustar em campo e travar a empolgação brasileira. Sob o comando do veterano zagueiro Rafa Márquez, a equipe passou a ter cinco na linha defensiva, fechando os espaços nas laterais, e bloqueou o meio-campo com três marcadores.
Com esse posicionamento, ficou fácil obter a bola e adiantar a marcação progressivamente até forçar o Brasil a perder bolas fáceis. Quando impunham velocidade, os mexicanos levavam perigo e só não deram mais trabalho porque David Luiz acertou quase todos os desarmes que tentou.
Paciência - A Seleção não mostrava paciência para valorizar a posse de bola e, já aos 25 minutos do primeiro tempo, a torcida passou a vaiar. O Brasil, então, decidiu ocupar o campo adversário na marra e acabou sendo salvo pelo talento individual para abrir o placar quando a maioria no estádio palmeirense cantava “Vamos ganhar, Porco!”.
Aos 27 minutos, Philippe Coutinho recebeu de Filipe Luís na grande área, girou o corpo para passar pela marcação e, quase sem ângulo, bateu no espaço preciso entre o goleiro e a trave para balançar as redes. O gol deu a tranquilidade e confiança que os comandados de Dunga precisavam.
O Brasil se adiantou e passou a ficar com quase todos os seus jogadores no campo adversário. Logo foi premiado pela postura. Aos 36 minutos, uma das bolas roubadas ficou para Willian lançar Elias, que limpou Rafa Márquez com um toque e rolou para Diego Tardelli fazer 2 x 0.
O gol voltou a colocar empolgação no time e na torcida, que passou a gritar “olé”. O conforto exagerado até se transformou em espaço para Guemez chutar, obrigando o goleiro Jefferson a fazer defesa complicada, aos 40. Mas o Brasil foi para o intervalo sem correr mais riscos.
Dunga voltou com Fabinho no lugar de Danilo, na lateral direita, e passou o segundo tempo inteiro desfrutando da confiança e tranquilidade consequentes do 2 x 0 antes do intervalo. Com exceção de uma entrada violenta de Rafa Márquez em Willian, o amistoso virou treino, o que poderia se tornar perigoso, já que o Brasil fechou espaços em sua intermediária defensiva e deixou o México ficar com a bola.
Com o resultado garantido, Dunga aproveitou o ritmo calmo do amistoso para testar seus reservas, que não souberam se aproveitar de um adversário sem seus principais jogadores. O México prioriza a Copa Ouro, que começa em julho, e disputará a Copa América com um time formado basicamente por atletas da liga local.

Ficha Técnica

Brasil 2 x 0 México

Brasil

Jéfferson, Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luís; Fernandinho (Fabinho), Elias (Casemiro), Fred (Felipe Anderson), Philippe Coutinho (Éverton Ribeiro) e Willian (Douglas Costa); Diego Tardelli (Roberto Firmino).
Técnico: Dunga

México

Corona; Corral (Flores), Ayala (Salcedo), Rafa Márquez, Domínguez e Aldrete; Osuna (Fabián), Guémez (Medina) e Tecatito Corona (Luis Montes); Jiménez (Vuoso) e Herrera.
Técnico: Miguel Herrera

Local: Estádio Palestra Itália, em São Paulo (SP)//Público: 34.659 pagantes//Renda: R$ 6.737.030,00//Árbitro: Julio Quintana (PAR)//Assistentes: Eduardo Cardozo (PAR) e Juan Zorrilla (PAR)//Cartões amarelos: Guemez, Corral, Rafa Márquez (México)//Gols: Philippe Coutinho, aos 27, e Diego Tardelli, aos 36 minutos do primeiro tempo

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