História

100 anos de Costa Rodrigues: é a própria história exitosa que conta

Trajetória do maranhense, que foi médico e homem público, foi reconhecida com medalhas como Cruz do Mérito Desportivo, pela Presidência da República, e com a do Mérito Timbira, pelo Governo do Estado

Herbert de Jesus Santos* / Especial para o Alternativo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
Costa Rodrigues, prefeito de São Luís, teve atuação louvável como médico, gestor e desportista/ Divulgação/Álbum de família
Costa Rodrigues, prefeito de São Luís, teve atuação louvável como médico, gestor e desportista/ Divulgação/Álbum de família (Costa Rodrigues)

Nascido a 29.5.1915, em São Luís, filho de José Antônio Rodrigues (português da região do Minho) e de Maria Pereira da Costa Rodrigues, (Antônio Euzébio da) Costa Rodrigues se estivesse vivo para contar a história, na sexta-feira passada (29), no seu centenário, teria motivos adicionais para satisfação. Porque não lhe foi permitido esse privilégio, a História é que conta sua vida pública exitosa, encerrada, com seu falecimento, aqui, em 17.9.1989, aos 73 anos.

Egresso do Liceu Maranhense, em 1932, foi aprovado no vestibular para a Faculdade de Medicina e Cirurgia de Belém do Pará, na qual colou grau em 1938. Nomeado, pelo interventor Paulo Ramos, médico do 1.º Distrito Sanitário, em Cururupu, em 1939, foi a seguir, chefe do Posto Médico de Pinheiro, para onde foi indicado prefeito de 1940 a 1943. Chefe do Serviço de Profilaxia de Lepra do Estado e diretor da Colônia do Bonfim, de 1944 a 1946, assumiu a diretoria do Departamento de Saúde Pública do Estado, em 1947, ano em que, convidado pelo senador Vitorino Freire, ingressou no Partido Proletário Brasileiro (PPB), candidatou-se e foi eleito deputado estadual; e federal por duas legislaturas (1951-9), pelo PSD (Partido Social Democrático), que Vitorino retomara para o seu poder. Exerceu os cargos de 1º secretário da Educação e Saúde do Estado (1947-8); membro do Conselho Nacional de Desportos (1955-9); superintendente e encarregado do Setor da Campanha Nacional Contra a Lepra no Maranhão (1962-4, 1966-70); e de diretor do Serviço Nacional de Lepra , em 1973 (Rio). No campo esportivo, foi presidente do Sampaio Corrêa, por duas vezes.

No Palácio de La Ravardière e candidato ao dos Leões — Já médico e administrador conceituado, em agosto de 1948, o governador Sebastião Archer da Silva, após nomeá-lo titular de duas pastas (Saúde e Educação), concomitantemente, convocou-o para ser prefeito de São Luís, quando renunciou ao mandato de deputado estadual. Em dois anos, realizou obras importantes, dando para ele mais visibilidade. No Palácio de La Ravardière (1963-5), desta feita, nomeado pelo governador Newton Bello, que havia rompido com Vitorino, evidenciou obras de realce gerencial, urbanístico e esportivo. Para a sucessão daquele, tendo o professor Antenor Bogéa, vice, foi candidato pelo PDC (Partido Democrático Cristão), na eleição de 3.10.1965: segundo colocado, com 68.560 votos; José Sarney, com o benquisto médico Antônio Jorge Dino, vice, vitorioso, na coligação UDN, PSP e PTN, com 121.062 sufrágios; e Renato Archer, concorrente do PTB e de Vitorino, com 36.103, em terceiro. Em 1986, no PDS (Partido Democrático Social), disputando a suplência de senador, na chapa derrotada encabeçada pelo ex-deputado federal José Burnett, encerrou sua vida pública.

Tocador de obras, em São Luís e Ribamar — Dentre outras, inaugurou o Estádio Municipal Nhozinho Santos, a 1.º 10.1950, com o jogo amistoso Sampaio 2X1 Paysandu de Belém; fez a reconstrução da Av. Pedro II, com a rampa de acesso e viaduto; aquisição e instalação do Grupo Escolar Alberto Pinheiro; recuperação e urbanização das áreas próximas ao Mercado Central, que reformou; urbanização do Caratatiua (João Paulo), após grande incêndio, e da Vila Nova; construção do Mercado de São José do Ribamar; muro de arrimo junto à escadaria para a Praia de Banho, ao lado da igreja-matriz; calçamento em trecho da Av. Gonçalves Dias, ali; da Av. Kennedy, desde o Mercado Central até o Largo do 24º BC; edificação de 100 casas, na Av. Kennedy, como indenização pela abertura; do Ginásio Luiz Viana, na Alemanha, e o de Esportes, que recebeu seu nome, atrás do Liceu; de unidades comunitárias, com escolas, serviço médico e odontológico local e sede; do Serviço de Salvamento das Praias; e da Polícia Municipal; recuperação das praças; realização do Banco Municipal, com o fim de atendimento profissional; e reforma do Pronto-Socorro.

O Reconhecimento do Maranhão, nos 400 Anos de São Luís - Condecorado, em vida, com a Cruz do Mérito Desportivo, pela Presidência da República, e com a do Mérito Timbira, pelo Governo do Estado, a Assembleia Legislativa, a 5.9.2012, às 19 h, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, concedeu-lhe, em memória, a Medalha do Quarto Centenário de São Luís por sua contribuição ao desenvolvimento da cidade. Foi lembrado ainda como fundador e membro da Academia Maranhense de Medicina. Com uma missa, em sufrágio da sua alma, oficiada pelo padre Heitor, na Igreja Bom Pastor, no Renascença, às 9 h dessa sexta-feira, familiares de Costa Rodrigues marcaram o centenário do nascimento do médico humanitário, desportista, político e gestor. Aliás, “Um prefeito de verdade”, como foi reavaliado pelo jornalista e historiador Benedito Buzar, em seu blog, no dia 24 último.

* Herbert de Jesus Santos é jornalista e escritor

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