Protestos

Entidades sindicais fazem dia de paralisação

As centrais sindicais protestaram em todo o Brasil contra a Lei da Terceirização e as Medidas Provisórias 664 e 665

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58

O dia foi de paralisações em todo o país ontem e, em São Luís, diversas centrais sindicais e entidades que representam a classe dos trabalhadores aderiram ao movimento. Boa parte das agências e postos do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), por exemplo, paralisou as atividades durante todo o dia. Na Praça Deodoro, um grande ato público foi realizado, reunindo as entidades sindicais da capital em um protesto contra o projeto de terceirização e o ajuste fiscal.

Servidores do INSS cruzaram os braços durante todo o dia, em protesto contra as precárias condições de trabalho a que são submetidos diariamente. O único serviço que funcionou normalmente foi a perícia médica. Segundo Evelson Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Estado do Maranhão (Sintsprev), hoje as Agências da Previdência Social (APS) estão funcionando precariamente em todo o estado.

"Nós estamos trabalhando em um ambiente completamente precário. Em algumas APS não tem nem água, não tem ar-condicionado, não tem material para o servidor trabalhar. A maioria das APS da capital e do interior do estado está em situação caótica, sem nenhuma estrutura física", afirmou o diretor do Sintsprev.

A paralisação de ontem foi a primeira mobilização antes do indicativo de greve dos servidores do INSS, marcado para junho. Existem cerca de 40 postos em todo o Maranhão e 85% deles aderiram à paralisação. Além das péssimas condições de trabalho, os funcionários protestaram contra o Projeto de Lei 4330/04, o PL da Terceirização.

Ato público - Na Praça Deodoro, centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Nova Central Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), entre outras entidades sindicais, se reuniram em um grande ato público contra as medidas provisórias 664 e 665, o ajuste fiscal e o projeto de lei das terceirizações (PLC 30/2015).

Entre as reivindicações está o arquivamento do PLC 30/2015, que amplia a terceirização no país e leva à redução de salários e direitos. Os trabalhadores também pediram o fim do ajuste fiscal, que reduziu direitos trabalhistas e previdenciários e fez cortes drásticos no orçamento. "Estão querendo jogar toda a carga nas costas do trabalhador. Nós estamos lutando para que não sejam retirados direitos garantidos na Consolidação das Leis de Trabalho [CLT], conquistados com muita luta", destacou Raimundo Henrique da Silva, presidente da Nova Central Sindical.

Nós estamos lutando para que não sejam retirados direitos garantidos na Consolidação das Leis de Trabalho [CLT], conquistados com muita luta"Raimundo Henrique da Silva, presidente da Nova Central Sindical
Manifestações causam transtornos no trânsito

Centrais sindicais interditaram grandes avenidas de São Luís ontem, provocando muitos transtornos para quem estava no trânsito. O movimento das centrais foi pelo Dia Nacional de Paralisação, que contou com a adesão de entidades representativas em toda a federação na luta pelos direitos dos trabalhadores. Na capital maranhense, as interdições ocorreram na Avenida dos Portugueses e BR-135 e tiveram reflexos em outras vias.

As manifestações começaram por volta das 6h e seguiram até as 8h nas duas vias. Foram só duas horas de trânsito interditado, mas houve muitos transtornos por causa do horário de pico de trabalhadores e estudantes nas ruas. Entre as centrais que participaram do movimento na capital estavam a CSP Conlutas, CTB e CUT.

Na Avenida dos Portugueses, os manifestantes fecharam a via a cada 10 minutos, intercalando os movimentos de interdição e pista liberada. Mesmo assim, um engarrafamento se formou e a fila chegou, em determinado momento, a passar pelo Anel Viário e avançar pela Avenida Vitorino Freire, até as imediações do Terminal de Integração da Praia Grande.

Por volta das 9h, o trânsito ainda fluía lentamente na Avenida dos Portugueses. Quem já estava atrasado para chegar ao local de trabalho ou universidade teve que ter muita paciência. "A gente entende que os problemas do país são muitos e o jeito de mudar isso é protestando. Mas não deixa de atrapalhar", afirmou o técnico de informática Luiz Ramos.

Quem também precisou passar pela BR-135 enfrentou dificuldades. Os manifestantes fecharam o trânsito e só liberaram as pistas nos dois sentidos depois da ação do Núcleo de Operações Policiais (NOE) da Polícia Rodoviária Federal. Foram dois pontos de bloqueio, o primeiro no Km-1, próximo à Vila Itamar, e o outro no
Km-3, próximo ao Tibiri. Foi preciso o uso de força para garantir a liberação da rodovia.

Após as manifestações nessas vias, os envolvidos seguiram para a Praça Deodoro, pois havia a promessa de fazer uma grande passeata pelo Centro. Mas, no fim da manhã, o movimento decidiu cancelar a atividade e continuar com o ato em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite, onde poderia chamar mais a atenção da população para as causas defendidas.

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