ARTE

Quilombolas criam livros de resgate histórico

Iniciativa de registrar a trajetória dos quilombos tem a parceria da Vale, por meio do Projeto de Expansão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
Quilombolas participam de Oficinas de Confecção de Livros Artesanais em áreas remanescentes de quilombos em três municípios  //  Divulgação
Quilombolas participam de Oficinas de Confecção de Livros Artesanais em áreas remanescentes de quilombos em três municípios // Divulgação (Quilombolas)

A história de fundação de quilombos nos municípios maranhenses de Santa Rita, Itapecuru-Mirim e Anajatuba está registrada em livros artesanais produzidos pelos próprios moradores de comunidades quilombolas presentes nestas localidades. Textos, pinturas e desenhos formam o conteúdo dos livros que registram fatos, dando destaque para as personalidades mais antigas da comunidade.

A iniciativa de resgatar e registrar o passado dos quilombos conta com a parceria da Vale, por meio do seu Projeto de Expansão, que ofereceu oficinas de Confecção de Livros Artesanais para moradores de cada município envolvido. Com base nas aulas ministradas, os 45 participantes puderam por em prática o conteúdo aprendido e trabalhar na elaboração das publicações.

Cada município formou uma turma da oficina de Confecção de Livros Artesanais, resultando na produção de três publicações, um para cada município envolvido. As oficinas com carga horária de 16 horas foram ministradas por consultores da Expedição Vagalume, organização que trabalha com a instalação de bibliotecas comunitárias e valorização da cultura local.

Ensinamentos - As oficinas ensinaram os quilombolas a confeccionar livros artesanais de acordo com os seguintes passos: definição da história a ser contada e escrita, divisão de textos e ilustrações, pintura e montagem do livro.

"Vimos, no projeto, a oportunidade de ajudar essas comunidades a resgatar fatos importantes da cultura quilombola, fazendo com que a história não se perca com o tempo, mas permaneça disponível por meio dos livros”, explica Luana Martins Andrade, da Gerência de Relacionamento com Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da Vale.

A ação faz parte do conjunto de iniciativas que a Vale está executando em beneficio das comunidades remanescentes de quilombos. Cada proposta é discutida conjuntamente com os moradores.

Além de estudantes, líderes comunitários e professores, o projeto de confecção de livros contou com a contribuição significativa dos moradores mais antigos, que se colocaram à disposição para retratar e contar a história dos quilombos. É o caso da Maria Francisca Alves, que vive na comunidade quilombola Cariongo há 38 anos.

"Eu vim de Pernambuco acompanhando meu marido há muito tempo e pretendo ficar aqui até quando Deus permitir. Essa foi a primeira vez que contei em detalhes a minha história de vida e acho muito importante poder registrar minhas lembranças e contribuir com esse trabalho", comenta Francisca Alves.

Os livros foram produzidos de forma artesanal e posteriormente foram impressos. Os 50 exemplares impressos serão distribuídos entre as comunidades envolvidas, órgãos públicos e parceiros.

Mais

Em Itapecuru-Mirim, moradores puderam participar do Curso de Empreendedorismo Cultural e Social, voltado para capacitação de alunos de cursos básicos profissionalizantes. Por meio do curso, os participantes têm acesso a informações e ferramentas que ajudam a fazer a contabilidade e gestão de atividades empreendedoras. A última etapa da capacitação será realizada em junho. Também foi ofertada para 60 pessoas a oficina de Legado Cultural, que busca compartilhar um mapeamento de manifestações culturais nestas localidades, além de promover um intercâmbio de ideias sobre as boas práticas para o fortalecimento da cultura quilombola.

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