ENTREVISTA

“O título é de todos os técnicos maranhenses”

Treinador destacou a qualidade e a dedicação da equipe na conquista do título e ressaltou o orgulho de ser maranhense

Marcio Henrique Sales Da Editoria de Esportes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h59
Vinícius Saldanha se disse gratificado pela conquista do Imperatriz - Arquivo
Vinícius Saldanha se disse gratificado pela conquista do Imperatriz - Arquivo (Vinícius Saldanha, técnico do Imperatriz - Arquivo)

Em 2013, o técnico maranhense Vinícius Saldanha conduziu o Maranhão Atlético Clube (MAC) a um improvável título do Estadual sobre o Imperatriz. Do lado do Cavalo de Aço nesta temporada, o treinador, de 48 anos, assumiu um time com jogadores desmotivados e levou o clube a um título que não conquistava havia mais de uma década.

Em entrevista a O Estado, Vinícius Saldanha destacou a qualidade, a disciplina e a dedicação dos jogadores da equipe colorada até a conquista do título, disse não saber se continuará no clube e ressaltou o orgulho que sente em ser maranhense.

O Estado – Como se sente após conquistar o segundo título estadual como treinador?

Vinícius Saldanha – Gratificado. É muito bom ter o seu trabalho reconhecido. Já fiz grandes trabalhos em outros clubes e no próprio Imperatriz, mas, infelizmente, o mundo da bola só respeita título. Agora, já é hora de pensar em outras situações, apesar de a cidade de Imperatriz ainda estar comemorando o título.

O Estado – Qual foi o Estadual mais difícil?

Vinícius Saldanha – Com toda certeza foi o deste ano. Foi um título histórico por tudo o que enfrentamos. Encontrei um time desmotivado e desorganizado dentro de campo, jogadores com salários atrasados e condições de trabalho difíceis e um clube com problemas financeiros. O prazo para mudar tudo foi muito curto.

O Estado – Então o título maranhense de 2015 foi marcado pela superação?

Vinícius Saldanha – Superação, qualidade técnica e disciplina tática. Não podemos descartar a qualidade do grupo, que estava precisando assimilar uma forma de jogar. Como sempre digo, o mérito é deles, mas era preciso o título para que o reconhecimento viesse depois. Foram seis jogos sob o meu comando, vencemos cinco e perdemos um único jogo, quando podíamos, jogando de igual para igual com o Sampaio Corrêa, que, para mim, é a grande força do futebol do Nordeste no momento.

O Estado – O que significou a conquista desse título para o torcedor do Imperatriz?

Vinícius Saldanha – O resgate de uma paixão chamada Cavalo de Aço. É impressionante como a cidade se transformou para a decisão. O torcedor está comemorando o título até hoje.

O Estado – Quando o senhor sentiu que o time tinha condições de ser campeão?

Vinícius Saldanha – Depois do segundo gol contra o Araioses. Naquele momento, senti que Deus tinha algo de bom para aquele clube, não sei se era o título, mas, com certeza, o time iria dar mais felicidade ao torcedor.

O Estado – No Maranhão, os treinadores locais sofrem preconceito?

Vinícius Saldanha – Em primeiro lugar, quero dizer que me sinto muito orgulhoso de ser maranhense. Quando saímos do Maranhão para treinar um time, sofremos muita discriminação. Isso não me magoa e muito pouco me incomoda, porque você tem que acreditar naquilo que faz, e talento não tem carteira de identidade. Por isso, digo que o título de sábado não é só meu, mas de todos os treinadores maranhenses.

O Estado – O senhor permanecerá no Imperatriz para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro?

Vinícius Saldanha – Ainda não sei. Meu contrato com o clube acabou no sábado (dia 2 deste mês). Preciso conversar com a diretoria. Existem outras propostas, mas ainda não tem nada certo. Depois da conquista, eu e os jogadores passamos a ficar mais valorizados. Isso é natural após toda conquista.

O Estado – Se o senhor permanecer no Imperatriz, vai pedir reforços para a Série D?

Vinícius Saldanha – Claro. Toda conquista precisa ser reforçada para que o sentimento de acomodação não se instale no time.

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