SÃO LUÍS - O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), manifestou-se nesta quarta-feira (29) a respeito do pedido de demissão do deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), que deixa a Secretaria da Representação Institucional do Maranhão em Brasília (Rebras) para retomar o mandato na Assembleia Legislativa.
Nas redes sociais, o socialista republicou o anúncio do parlamentar e agradeceu pelo trabalho.
"Agradeço-lhe pelo trabalho realizado em Brasília, representando o nosso Governo do Maranhão. Desejo sucesso em seu retorno às atividades na Assembleia Legislativa. Vamos em frente!”, afirmou Brandão.
Apesar da aparente urbanidade entre os dois, o clima ficou pesado no Palácio dos Leões desde a noite de terça-feira (28). O governo foi pego de surpresa pela decisão de Othelino - assim como o suplente Zé Inácio (PT), que estava ocupando o mandato no Legislativo. Entre os principais aliados de Brandão, a avaliação é de que o deputado retorna para tentar liderar uma oposição a Brandão.
“Ele deve, inicialmente, adotar uma postura de independência. Vai votar muita coisa com o governo, mas em questões pontuais vai começar a firmar seu posicionamento de oposição”, destacou um membro do primeiro escalão do Executivo em conversa reservada com a reportagem do Imirante.
A análise é compartilhada por outros integrantes do núcleo duro do governo Brandão, que acreditam, ainda, que o parlamentar tentará liderar o grupo de “órfãos” do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), prestes a assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Presidência - Othelino Neto não admite publicamente, mas é muito provável que seu retorno à Assembleia tenha, ainda, mais uma motivação: a presidência da Casa.
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A atual comandante do Legislativo maranhense, deputada estadual Iracema Vale (PSB), foi eleita em fevereiro para o biênio 2023/2024, mas já está também reeleita para o biênio 2025/2026 - segunda votação ocorreu em junho.
Ocorre que este segundo pleito é alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo. Othelino ficará à espera de uma decisão, para, em caso de anulação da reeleição, viabilizar-se. Nesse caso, ele teria até fevereiro de 2025 para angariar apoio.
De surpresa - O deputado estadual Zé Inácio (PT), primeiro suplente da Federação Brasil da Esperança na Assembleia Legislativa, não reagiu bem ao anúncio de que o titular do cargo, deputado Othelino Neto (PCdoB), decidiu voltar ao mandato.
“Fui pego de surpresa. Ele nem sequer falou comigo”, disse.
Lição - Já o presidente estadual do PT no Maranhão, Francimar Melo, vê o episódio como uma forma de aprendizado. Para ele, a lição que fica é a da necessidade de fortalecimento do partido nas próximas eleições.
“Mesmo sendo um mandato da Federação, o do Othelino, não ter um mandato do Partido dos Trabalhadores na Assembleia é um perda grande. Lamentamos, mas nos remete a montar uma estratégia que é de fortalecer o partido em 2024, com eleição de prefeitos/as, vice – prefeitas/as e vereadores para, em 2026, retomar o mandato do Zé Inácio e ampliar a bancada na Assembleia Legislativa e também e no Congresso”, declarou.
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