SÃO LUÍS - O cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão por membros do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MPMA) na Câmara Municipal de São Luís, arranha a imagem do Legislativo e deixa feridas quase que irreparáveis na Casa política.
Pelo menos quatro vereadores foram alvo da operação realizada na manhã desta quinta-feira: Aldir Júnior (PL); Edson Gaguinho (União); Francisco Chaguinhas (Pode) e Umbelino Júnior (PSDB).
Há investigação contra ex-parlamentares e servidores da Casa, que fica situada no coração do Centro Histórico da capital e carrega consigo um símbolo histórico e de envergadura política da Ilha.
O esquema, que não é algo novo na política, e muito menos desconhecido do cidadão: desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares, com a utilização de entidades sem fins lucrativos.
A acusação que pesa contra os envolvidos: crimes de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa.
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É este o cenário que abala a imagem da Câmara de São Luís, e corrói a estrutura do Legislativo Municipal.
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Exercem mandato na Câmara da capital, 31 vereadores. A maior parte absoluta destes, portanto, não está envolvida no esquema. É inegável, contudo, que está constrangida, envergonhada.
É função do parlamentar: fiscalizar as ações do Poder Executivo, propor leis; votar o orçamento da Prefeitura; discutir demandas da sociedade; levar o debate político para a tribuna; acompanhar e fiscalizar o uso de dinheiro público.
O exercício nato à função do vereador, portanto, não é se apropriar do recurso público, da emenda parlamentar.
Quando isso acontece, há prejuízos incalculáveis para a população. É dinheiro público que poderia ser utilizado nos mais diversos setores da administração pública, como saúde e educação.
E não há até aqui, pré-julgamento a qualquer um dos vereadores já citados pela operação. Aliás, todos os investigados ainda terão direito a defesa na Justiça.
Não se pode, contudo, fechar os olhos para o cenário que se instalou no Legislativo Municipal às 5h da manhã desta quinta-feira: gabinetes tomados por investigadores; computadores e outros aparelhos eletrônicos apreendidos; escândalo com repercussão nacional na Câmara de São Luís.
Cenário que só se instalou por causa das graves irregularidades e ilegalidades praticadas ali, segundo o MPMA, e apuradas pelo Gaeco.
Cena que entra para a história política do Palácio Pedro Neiva de Santana.
Cenário desastroso, um ano antes da próxima eleição municipal.
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