Opinião

Operação do Gaeco abala imagem da Câmara de São Luís

Gaeco investiga vereadores por suposto esquema de desvio de recursos no exercício de mandato na capital.

Ipolítica

Policiais rodoviários federais na entrada do estacionamento da Câmara de São Luís (Foto: Nice Ribeiro/TV Mirante)

SÃO LUÍS - O cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão por membros do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MPMA) na Câmara Municipal de São Luís, arranha a imagem do Legislativo e deixa feridas quase que irreparáveis na Casa política. 

Pelo menos quatro vereadores foram alvo da operação realizada na manhã desta quinta-feira: Aldir Júnior (PL); Edson Gaguinho (União); Francisco Chaguinhas (Pode) e Umbelino Júnior (PSDB).

Há investigação contra ex-parlamentares e servidores da Casa, que fica situada no coração do Centro Histórico da capital e carrega consigo um símbolo histórico e de envergadura política da Ilha. 

O esquema, que não é algo novo na política, e muito menos desconhecido do cidadão: desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares, com a utilização de entidades sem fins lucrativos.

A acusação que pesa contra os envolvidos: crimes de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa.

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É este o cenário que abala a imagem da Câmara de São Luís, e corrói a estrutura do Legislativo Municipal. 

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Exercem mandato na Câmara da capital, 31 vereadores. A maior parte absoluta destes, portanto, não está envolvida no esquema. É inegável, contudo, que está constrangida, envergonhada.

É função do parlamentar: fiscalizar as ações do Poder Executivo, propor leis; votar o orçamento da Prefeitura; discutir demandas da sociedade; levar o debate político para a tribuna; acompanhar e fiscalizar o uso de dinheiro público.

O exercício nato à função do vereador, portanto, não é se apropriar do recurso público, da emenda parlamentar.

Quando isso acontece, há prejuízos incalculáveis para a população. É dinheiro público que poderia ser utilizado nos mais diversos setores da administração pública, como saúde e educação.

E não há até aqui, pré-julgamento a qualquer um dos vereadores já citados pela operação. Aliás, todos os investigados ainda terão direito a defesa na Justiça.

Não se pode, contudo, fechar os olhos para o cenário que se instalou no Legislativo Municipal às 5h da manhã desta quinta-feira: gabinetes tomados por investigadores; computadores e outros aparelhos eletrônicos apreendidos; escândalo com repercussão nacional na Câmara de São Luís.

Cenário que só se instalou por causa das graves irregularidades e ilegalidades praticadas ali, segundo o MPMA, e apuradas pelo Gaeco.

Cena que entra para a história política do Palácio Pedro Neiva de Santana.

Cenário desastroso, um ano antes da próxima eleição municipal.

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