BURITICUPU - Um morador do município de Buriticupu, no Maranhão, registrou um vídeo que mostra a força de uma enxurrada em uma das voçorocas que ameaçam o município, durante uma forte chuva na manhã desta quinta-feira (18). Nas imagens, é possível ver a intensidade com que a água desce pela cratera, aumentando ainda mais o fenômeno erosivo.
Cerca de 26 grandes crateras, qualificadas como voçorocas, foram contabilizadas na cidade. A gravidade da situação se tornou mais evidente no último mês. No dia 2 de maio, um policial aposentado sofreu um grave acidente ao cair com um veículo que dirigia em uma voçoroca.
Já no dia 9 de maio, um deslizamento de barreira resultou no desaparecimento de uma casa, ‘engolida’ por uma voçoroca com 53 metros de profundidade e quase 600 metros de comprimento. Os proprietários da residência a haviam deixado uma semana antes.
Ações de autoridades em Buriticupu
Autoridades municipais e estaduais estão adotando medidas para garantir a segurança da população. As áreas afetadas foram interditadas e sinalizadas, e estão sendo constantemente monitoradas pela Defesa Civil Estadual, Defesa Civil Municipal e Corpo de Bombeiros.
“O batalhão de busca e salvamento veio até a cidade de Buriticupu prestar apoio ao município para trabalhar de forma preventiva orientando e auxiliando no isolamento do acesso às voçorocas. Além de manter uma equipe de prontidão para caso seja necessário fazer uma intervenção no resgate de algumas pessoas que venham a ser atingidas pelo avanço da voçoroca”, explicou o Major Wenzel Souza Nicácio, comandante do Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMA).
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Sobre as voçorocas
Voçoroca é o nome científico do fenômeno erosivo que atinge o lençol freático. De acordo com Marcelino Silva Farias, professor do departamento de Geociência da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e doutorando em ciência do solo, a universidade alertou as autoridades, por meio da publicação de artigos em revistas, sobre o problema. Para o pesquisador, faltou planejamento no modelo de urbanização e ação para combater o avanço das crateras em Buriticupu.
"Poderia ter sido feito, antes que eles surgissem, deveria ter tido um planejamento adequado para a cidade. E posteriormente um planejamento adequado para a cidade. Surgiu um problema, vamos conter", disse o professor.
Marcelino Silva, que acompanha a situação desde 2012, afirma que as chuvas concentradas, o relevo da área e a presença do ser humano, são alguns dos fatores que contribuem para a aceleração do fenômeno.
"O relevo, o solo, os vale que estão sendo formados, as chuvas concentradas que estão sendo formadas, que condicionam esses processos naturalmente. Só que esses processos são acelerados pela presença do ser humano, aí entra a questão do planejamento urbano ou a falta dele, entra também as cidades construídas em locais inadequados, entra também o sistema de pavimentação sem esgotamento sem escoamento adequado", explica.
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